Vamos compartilhar.
--br
Mstislav Leopoldovitch Rostropovich, em russo Мстисла́в Леопо́льдович Ростропо́вич, (Baku, 27 de março de 1927 — Moscou, 27 de abril de 2007) foi um violoncelista e maestro russo naturalizado americano. Para muitos, foi um dos maiores violoncelistas do século XX e o sucessor de Pablo Casals.
Nasceu no Azerbaijão, que era, então, parte da União Soviética. Ainda quando era muito pequeno, a sua família muda-se para Moscou.
Estudou no conservatório da capital (do qual mais tarde seria docente) tendo como professores, entre outros, Dmitri Shostakovitch e Serguei Prokofiev.
Estreou diversas obras para violoncelo dos principais compositores contemporâneos, como a Sinfonia concertante em mi menor, opus 125, de Serguei Prokofiev, os dois concertos para violoncelo de Dmitri Shostakovich, a Sinfonia para violoncelo e a Sonata para violoncelo e piano, de Benjamin Britten.
Rostropovich lutou por uma arte sem fronteiras e pela liberdade de expressão, o que lhe causou uma série de constrangimentos por parte do regime soviético. Em fevereiro de 1948, ele era aluno de Shostakovich no Conservatório de Moscou, quando o mestre foi acusado de "formalismo" e destituído de suas funções docentes, por um decreto do governo. Em protesto contra o ato, o jovem simplesmente Rostropovich deixou o conservatório.
Mais tarde, em 1970, ele abrigou, em sua casa, o escritor dissidente Aleksandr Solzhenitsyn, que não tinha para onde ir. Ainda no início dos anos 1970, Shostakovich caiu em desgraça, por seu apoio a dissidentes soviéticos.
Ele e sua mulher, a soprano Galina Vishnevskaya, passaram a ter dificuldades para realizar suas apresentações no exterior. Em 1974, o casal e seus filhos deixam a URSS, instalando-se nos Estados Unidos. Em 1978 Rostropovich teve revogada a sua cidadania na União Soviética e foi banido de todos os conjuntos de que fazia parte na URSS, em razão de sua oposição pública à política cultural do regime. Só regressaria ao seu país em 1990, quando sua cidadania soviética foi recuperada, durante a abertura promovida por Mikhail Gorbachov.
Entre 1977 e 1994, Rostropovich foi diretor musical e regente da National Symphony Orchestra em Washington, realizando concertos ao lado de alguns dos mais famosos músicos do mundo, como Martha Argerich, Sviatoslav Richter e Vladimir Horowitz.
Em novembro de 1989, surpreendeu e encantou os berlinenses quando, à maneira de um humilde músico de rua, o maestro tocou uma das Suítes para Violoncelo, de Bach, junto ao semidestruído muro.
A partir de 1990, Rostropovich passou a ser novamente bem-vindo nos círculos oficiais da Federação Russa, chegando mesmo a participar de alguns momentos da atribulada conjuntura política do país. Em 1991, por exemplo, ao ser informado de que os tanques estavam nas ruas de Moscou, Rostropovich reagiu ao seu estilo: comprou uma passagem aérea para o Japão, num voo com escala na capital russa.
Durante a parada, saiu do aeroporto e foi ao encontro de Boris Yeltsin, na esperança de ajudar a pacificar os ânimos. Em 1993, novamente apoiou Yeltsin e, no auge da crise constitucional, regeu a National Symphony Orchestra em plena Praça Vermelha. Ele também manteve um relacionamento amistoso com Vladimir Putin.
A saúde Rostropovich começa a se deteriorar rapidamente a partir de 2006. O então presidente da Federação Russa, Vladimir Putin, visitou-o para discutir detalhes da celebração dos seus 80 anos, em março do ano seguinte. Rostropovich compareceria ao evento, apesar de sua saúde muito debilitada.
Embora morasse ultimamente em Paris, o maestro mantinha residências também em Moscou, São Petersburgo, Londres, Lausanne e em Jordanville, no estado de New York. Depois de ser internado em um hospital de Paris no fim de janeiro de 2007, decidiu ir para Moscou, onde anteriormente havia sido tratado.[9] Em 6 de fevereiro do mesmo ano, foi internado em um hospital de Moscou. A natureza de sua doença não foi revelada.
Foi internado no Centro N. N. Blokhin de Pesquisas sobre o Câncer, em 7 de abril, para ser tratado de câncer intestinal, vindo a falecer em 27 de abril.
No dia seguinte, seu corpo foi velado no Conservatório de Moscou e foi posteriormente transladadao para a Catedral de Cristo Salvador, em Moscou. Milhares de pessoas compareceram ao velório e ao funeral, incluindo o presidente da Rússia, Vladimir Putin, a rainha Sofia da Espanha, a primeira-dama da França, Bernadette Chirac, o presidente do Azerbaijão, Ilham Aliev, e Naina Yeltsina, a viúva de Yeltsin. Rostropovich foi sepultado em 29 de abril, no cemitério Novodevichy, o mesmo onde fora enterrado o corpo do amigo Boris Yeltsin, falecido quatro dias antes dele.
Até pouco tempo antes de sua morte, Rostropovich trabalhava na organização de um festival internacional de música, a ser realizado em sua terra natal, Baku. O projeto foi concretizado em dezembro do mesmo ano, por sua filha mais velha, Olga, criadora da Fundação Mstislav Rostropovich, que patrocina, juntamente com a Fundação Heydar Aliyev e o Ministério da Cultura e Turismo do Azerbaidjão, o Festival Internacionalde Música Mstislav Rostropovich, realizado todos os anos, em Baku.
-
Um ano após a queda do Muro de Berlim, Mstislav Rostropovich retorna a Berlim para conduzir o concerto de gala tradicional da Filarmônica de Berlim, no dia 31 de Dezembro de 1990.
Estreou na 04 de março de 1870, em Moscou, Romeo et Juliette é uma abertura-fantasia composta por Tchaikovsky após a tragédia de Shakespeare. Tchaikovsky retrabalhou a sua pontuação de várias vezes, e é hoje a última versão (1880), que é mais realizada. Articulada em torno de dois temas principais, amor e dissensão, este trabalho tem desde a sua Estreada sido considerada como uma obra-prima do compositor russo. Mstislav Rostropovich funciona tão bem de Tchaikovsky Andante Cantabile acompanhado pelo Berliner Philharmoniker.
Ao lado de essas peças icônicas do repertório romântico russo, Mstislav Rostropovich realiza Shostakovich Interludes de Lady Macbeth de Mtsensk e Monólogo de Alfred Schnittke para Viola e Cordas. Dentro de dois meses após a queda do muro de Berlim, o desempenho dessas obras pode ser lido como uma homenagem a dois dos maiores compositores do século 20 que teve de enfrentar a pressão do regime soviético.