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quinta-feira, 2 de junho de 2016

corpo DE MULHER, a economia psíquica de uma sociedade violenta.

A cultura disseminada pelo capitalismo encontra como um de seus fundamentos mais importantes a noção de que a natureza está logo ali, disponível para ser explorada. Em conformidade com essa noção, ela adentra os processos de produção e de valorização do capital como elemento reduzido à sujeição absoluta. Não é, portanto, o ser humano que se submete ao ritmo natural, mas uma natureza antropizada ( Área cujas características originais (solo, vegetação, relevo e regime hídrico) foram alteradas por conseqüência de atividade humana )  que se amolda às necessidades, velocidades e escalas do processo produtivo.



Nesse contexto, a natureza é algo que pode ser fruído, apropriado e usado, na medida das necessidades e, muito particularmente, de uma vontade problemática, que não decorre do que é humano, das métricas que bastariam à vida, mas sim dos requisitos do processo de valorização capitalista.

Não se impõe aqui o uso de muitos argumentos para afirmar a tese: a necessidade de lucros crescentes está associada, de um modo geral, ao aumento físico da produção, tanto pelo incremento do volume final do que se produz, quanto pela obsolescência forçada do que já foi produzido e deve, consequentemente, ser reposto. Não interessa a esse processo extra-humano de valorização do valor se a capacidade da suporte da natureza admite as escalas que lhe são impostas.

A disponibilidade absoluta a que foi reduzida a priva de direitos e, especialmente, da faculdade de preservar o seu "corpo" - que do ponto de vista simbólico é feminino e é levado por meio de violência aberta a ser "industrioso", a trabalhar e render serviços, a ser produtivo, nos termos próprios ao regime de produção da vida material.

A indústria: imagens de diversas fontes e ruído industrial

Essa demanda violenta de disponibilidade total dirigida à natureza também alcança os seres humanos, mas a intensidade final depende do gênero. As mulheres são reservados não apenas os requisitos da contemporaneidade, mas uma atualização do que há de mais arcaico no patriarcado: a condição de prenda sexual.

São endereçadas às mulheres, portanto, não apenas as violências de velha espécie - integralmente preservadas -, mas as novas, que encontram no corpo feminino lugar de destino em que se reproduz o jogo de poder presente nas relações de produção.

Aos homens mecanizados ocorre a prática de um sexo mecânico, no qual já se pode antever elementos de um sadismo de nova espécie - que não se associa apenas a um indivíduo sádico, mas à restituição de uma violência de escala social. Do que se trata aqui?

A economia psíquica do homem violento, naquilo que se relaciona aos jogos de poder presentes nas relações capitalistas de produção, é a de uma covardia desinibida.

Covarde, porque a patologia que os acomete inicialmente é a de aderir incondicionalmente à ordem; de se sujeitarem à condição social para a qual foram predispostos por nascimento; aceitarem a autoridade e, não raro, lamber botas; literalmente e sem qualquer pudor, "puxar o saco" dos que estão acima de si na escala de poder.

Desinibida porque por meio de uma solução de compromisso, sua rendição total à norma e à ordem pode ser compensada e gratificada, tornar-se amplamente aceitável e lhe render ainda algum deleite sádico.

Aqui, como se trata de um jogo de poder, chora menos quem pode mais! Dessa forma, o covarde - que nada pode na rua. que se resigna às ordens do chefe, que se borra da polícia, que abre mão de tudo para "dar certo" - está disposto a todo esse "sacrifício", se conseguir impor a outrem o mesmo sofrimento, mas em escala maior e, se possível. sem qualquer limitação ética.

Olha então para o lado e tem pouca dificuldade em encontrar um objeto que poderá lhe restituir toda a dignidade que a vida tomou: sua mulher, uma mulher ou, até mesmo, muitas mulheres (essa escolha evidentemente não atinge apenas as mulheres, mas uma classe mais ampla que reúne, comparativamente aos violentos, quem seja mais frágil - se possível indefeso - e aqueles que dão indício de serem ou estarem felizes.

Uma vez descoberto o caminho compensatório, contudo, não há limites para a covardia e o violento pode aceitar praticamente tudo, visto ter como descarregar de imediato e fisicamente sua frustração, as humilhações a que se submete por amor à "ordem e ao progresso".

* * *

O tipo de miserabilidade que a produção capitalista institui está relacionada à concretização de uma utopia de disponibilidade absoluta, que aparece como sendo a de fruição ilimitada das coisas por meio do consumo, mas que se realiza na qualidade de requerimento de prontidão absoluta dirigida aos seres humanos - ou seja.,se está sempre "a serviço".

Esse regime de prontidão e disponibilidade repercute de modo imediato sobre a imagem do feminino e do masculino, promovendo uma dupla desfiguração.

A imagem fantasmática dessa disponibilidade, produzida por homens, contém dois polos básicos: 1) mulheres que "topam tudo, o tempo todo" e 2) varões que "jamais negam fogo". Este é o enredo invariante do produto ponográfico, em que se reproduz em caráter diretamente sexual a utopia perversa das relações sociais.

A esta cena comparece, sempre, uma natureza cujo corpo é permanentemente violado e um ser humano que não pode negar-se a ser ativo, que se inscreve em um fazer sobre o qual não pode exercer controle.

Note-se, em complemento, que a chave da pornografia não é o desvendar - imaginário próprio ao que é erótico mas o devassar. Refere-se, desse modo, a um olhar que se dirige às entranhas do que já é percebido de saída como objeto, em lugar de ir ao encontro de um ser de carne e osso.

Acena pornográfica movimenta um prazer sádico e ele não se dedica apenas de produzir dor, submeter incondicionalmente e humilhar. Sua motivação principal está vinculada ao próprio devassamento, à evidenciação das entranhas, a uma espécie de vivissecção, que compraz a visão e um voyeurismo que se relaciona à impotência - que apenas pela repetição da cena fantasmática se pode evitar:

O equivalente do operário acorrentado é esse cenodrama vaginal japonês, mais extraordinário que qualquer strip-tease: moças de coxas abertas à beira de uma estrada, os proletários japoneses em mangas de camisa (é um espetáculo popular) autorizados a meter o nariz e os olhos até dentro da vagina da moça, para ver melhor, - o quê? - trepando uns sobre os outros para alcançá-la, a moça conversando gentilmente com eles o tempo todo ou ralhando por formalidade. 

Todo o resto do espetáculo, flagelações, masturbações recíprocas, strip tradicional apaga-se diante desse momento de obscenidade absoluta. de voracidade do olhar que ultrapassa de longe a posse sexual. Pornô sublime: se pudessem os tipos meter-se-iam inteiros dentro da jovem - exaltações de morte? Talvez, mas ao mesmo tempo eles comentam e comparam as respectivas vaginas sem nunca rir ou gargalhar, numa seriedade mortal e sem nunca tentar tocá-las, a não ser por brincadeira. Nada de lúbrico: um ato extremamente grave e infantil, uma fascinação integral pelo espelho do órgão feminino, como de Narciso por sua própria imagem. 

Muito além do idealismo convencional do strip-tease (talvez lá dentro houvesse até sedução), no limite sublime o pornô converte-se numa obscenidade purificada, aprofundada no domínio visceral - por que deter-se no nu, no genital? Se o obsceno é da ordem da representação e não do sexo, deve explorar o próprio interior do corpo e das vísceras: quem sabe que gozo profundo de esquartejamento visual, de mucosas e de músculos lisos daí pode resultar? Nosso pornô ainda tem uma definição muito restrita. A obscenidade tem um futuro ilimitado. (BAUDRILLARD. 1991, PAO)

O que movimenta esse impulso à vivissecção, esse anseio pelas entranhas, presentes de forma persistente na cena pornográfica? É possível tecer um hipótese sociológica para essa situação. O regime produção leva a uma progressiva mecanização, não apenas do processo de trabalho, mas também de seu elemento subjetivo. A conversão do produtor em objeto, em componente de uma imensa maquinaria, reforça componentes sádicos, que reclamam que a tudo que está vivo ocorra a mesma ordem de objetificação. A rigor, por meio desse componente sádico é a própria pulsão de morte que espreita, dando curso ao desejo de arrastar tudo, de vez por todas, para o inanimado:

El sadismoy el fet(i)chismo se entrelazan en las fantasias que quieren hacerde toda vida orgânica patrímonio de lo inorgânico. "En adelanteya no serás !oh. materia viviente!. sino bloque de granito en medio de un terror impreciso, adormecido en el fondo de un Sahara brumoso.(Spleen II). La recaída dei viviente en la materia muerta ocupó intensamente , por la misma época, a Flaubert. Las visiones de San Antonio son un triunfo del fct(i)chismo comparable ai que celebro el Bosco

en el altar de Lisboa. [Walter Benjamin, Pasajes, p. 361]

* * *

The uncovering of mechanical aspects of the organism is a persistent tendency of the sadist. One can say that the sadist is bent on replacing the human organism with the image of machinery. Sade is the offspring of an age that was enraptured by automatons. And La Mettrie's "man machine" alluded to the guilhotine, which furnished rudimentary proof of its truth. In his bloody-minded fantasies, Joseph de Maistre - Baudelaire's authority on matters political - is cousin to marquis de Sade. (BENJAMIN, 1999, p. 368)


É evidente que a pulsão de morte investida nos corpos - que deve ser pensada na qualidade de restituição inconsciente e perversa da mecanização a que estamos todos submetidos - diz respeito à espécie, mas uma vez mais se diferencia segundo o gênero.

Sobre o corpo feminino pesa um objetificação de segunda ordem (e primeiro poder), que se destina a compensar a violência que os homens estão dispostos a sofrer, para preservar sua condição, o papel que exercem socialmente o que, até aqui, os têm colocado na liderança da sociedade, em todos os fóruns e agências que de fato importam.

Por isso a violência dirigida às mulheres - por terem corpo de mulher - não diminui com o progresso ou com o aumento da riqueza material: ela é produto imediato do mesmo sistema que gera tanto um, quanto a outra. Na verdade, e contrariamente ao senso comum, esse "progresso" amplia a quantidade de indivíduos predispostos a perpetrar violência e encontrar nela um deleite sádico, exatamente porque não pode deixar de ampliar os fundamentos desse mesmo sadismo:

O que outrora era exemplificado apenas por alguns monstros nazistas pode ser constatado hoje a partir de casos numerosos, como delinquentes juvenis, lideres de quadrilhas e tipos semelhantes, diariamente presentes no noticiário. Se fosse obrigado a resumir em uma fórmula esse tipo de caráter manipulador o que talvez seja equivocado embora útil à compreensão eu o denominaria de o tipo da consciência coisificada. No começo as pessoas desse tipo se tornam por assim dizer iguais a coisas. 

Em seguida, na medida em que o conseguem, tornam os outros iguais a coisas. Isto é muito bem traduzido pela expressão aprontar, que goza de igual popularidade entre os valentões juvenis e entre os nazistas. Esta expressão aprontar define as pessoas como sendo coisas aprontadas em seu duplo sentido. Conforme Max Horkheimer, a tortura é a adaptação controlada e devidamente acelerada das pessoas aos coletivos. 

Algo disso encontra-se no espirito da época, por menos procedente que seja falar em espírito nesses termos. Enfim, resumirei citando Paul Valéry, que antes da última Guerra Mundial disse que a desumanidade teria um grande futuro. É particularmente difícil confrontar esta questão porque aquelas pessoas manipuladoras, no fundo incapazes de fazer experiências, por isto mesmo revelam traços de incomunicabilidade. no que se identificam com certos doentes mentais ou personalidades psicóticas. (Educação após Auschwitz. Theodore Adorno).

* * *

O percurso realizado até aqui demonstra que há uma relação imediata entre a luta política de interesse universal e a reapropriação do corpo feminino por parte das mulheres. Esse corpo, que remete simbolicamente à natureza originária e criadora, é submetido pela irracionalidade do sistema de produção da vida material, a diferentes ordens de violência.

Sofre inicialmente o peso de uma sociedade que preserva, como seus, traços patriarcais pré-modernos e vê recair sobre si, em complemento, a fúria destrutiva por uma vida amplamente mecanizada e que dá livre curso à desadjetivação. A patologia social encontra no corpo feminino um lugar de chegada, a partir do qual a doença psíquica geral passa a oferecer gratificações por sua plena instauração no âmbito social.

A propaganda e o imaginário produzido para a venda têm um papel fundamental aqui, pois prometem e insinuam que aquilo que nos é tomado em potência e alegria de viver, será restituído por um gozo do qual as mulheres participam, queiram ou não. Estas, tanto quanto a natureza, estão constrangidas à disponibilidade absoluta, para sustentar o rodar da roda, que a reprodução da vida material de fato é.

Não é um acaso, portanto, que a redenção desse corpo para si mesmo, como afirmação e direito a sua alteridade, seja um dos temas políticos mais relevantes da história contemporânea. Libertar o corpo feminino das distintas ordens de ditaduras a que se encontra submetido diz respeitos de forma imediata às mulheres, mas do ponto de vista político essa emancipação propõe uma vida de saída para um mundo infernal que os homens criaram.


colaboração:   Grafia Mayra Geo

fonte: 







National Museum of Ethiopia. --- Museu Nacional da Etiópia.

The collection on show at the National Museum is ranked among the most important in sub-Saharan Africa, but sadly many of its exhibits are poorly labelled, lit and displayed, particularly in the upper levels of the museum.


The palaeontology exhibit on the basement level contains fossilised evidence of some amazing extinct creatures, like the massive sabre-toothed feline Homotherium and the gargantuan savannah pig Notochoerus . However, the stars of the exhibit are two remarkable casts of Lucy , a fossilised hominid discovered in 1974. One lays prone, while the other stands much like she did some 3.2 million years ago, truly hitting home how small our ancient ancestors were. The real bones are preserved in the archives of the museum.





The periphery of the ground floor focuses on the pre-Aksumite, Aksumite, Solomonic and Gonder periods, with a wide array of artefacts, including an elaborate pre-1st-century-AD bronze oil lamp showing a dog chasing an ibex, a fascinating 4th-century-BC rock-hewn chair emblazoned with mythical ibexes, and ancient Sabaean inscriptions. The middle of the room hosts a collection of lavish royal paraphernalia, including Emperor Haile Selassie’s enormous and rather hideous carved wooden throne.

On the 1st floor, there’s a vivid display of Ethiopian art ranging from early (possibly 14th-century) parchment to 20th-century canvas oil paintings by leading modern artists. Afewerk Tekle’s massive African Heritage is one of the more notable pieces. Another painting depicts the meeting of Solomon and Sheba. Note the shield of the soldier next to Solomon, which is engraved with the Star of David and a Christian Cross. The artist must have forgotten that this meeting is said to have occurred long before the birth of Christianity.

The 2nd floor contains a collection of secular arts and crafts, including traditional weapons, jewellery, utensils, clothing and musical instruments.

English-speaking guides are available for free (they should be tipped afterwards) and help to bring things alive.




Amazônia Brasileira. Mapa Etno-Histórico de Curt Nimunedajú ganhará versão digital. --- Brazilian Amazon. Map Ethno-History Curt Nimunedajú gain digital version.

Projeto também inclui uma reedição em livro do mapa, obra seminal do famoso etnólogo alemão.



Agência Museu Goeldi – 1º de julho de 1943. As ofensivas alemães avançavam no Leste Europeu, no ocaso da Segunda Guerra Mundial. Enquanto isso, em Belém do Pará, Curt Nimuendajú dava os último traços em um trabalho-síntese sobre a diversidade social e cultural na Amazônia Brasileira. 

O resultado desse esforço científico é o Mapa Etno-Histórico, que reúne mais de 900 referências sobre povos indígenas desde o século XVI até os anos 1940. O documento do célebre etnólogo está sob a guarda do Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG) e agora, setenta anos depois, vai ser reeditado em livro e disponibilizado em uma plataforma digital de acesso gratuito.


O projeto de digitalização está sob a coordenação do Instituto Nacional do Patrimônio Histórico (IPHAN) e conta com a colaboração da Universidade Federal do Pará (UFPA). O projeto “Plataforma Interativa de Dados Geo-Históricos, Bibliográficos e Linguístico-Culturais da Diversidade Linguística no Brasil” tem por meta inserir na agenda pública questões relacionadas à diversidade linguística no Brasil por meio de documentação histórica, estudos, artigos, mapas e informações gerais.

“Um dos principais produtos desse trabalho será a reedição e digitalização do Mapa Etno-Histórico do Nimuendajú”, diz Marcus Garcia, membro do Departamento do Patrimônio Material do IPHAN. O mapa, acrescentado de novas informações, foi publicado e distribuído em larga escala pelo IBGE nos anos 1980, mas desde 2002 a versão está esgotada. “O mapa é até hoje considerado relevante e atual nas informações que contém, então a ideia é colocar essa publicação pra circular”.

Do papel para a web - Na semana passada, Marcus e uma equipe multidisciplinar deram início a um momento importante do projeto: o registro fotográfico da segunda versão do mapa de Nimuendajú. “Estamos fotografando o documento quadrante por quadrante e aquela informação que está dentro do quadrante vai ser vetorizada e o mapa vai ser disponibilizado na internet”, explica Jorge Domingues Lopes, linguista que coordena a iniciativa pela UFPA. 


O mapa de Nimuendajú pertence ao acervo da Biblioteca Domingos Soares Ferreira Penna do Museu Goeldi, onde é preservado pelos profissionais da Seção de Obras Raras. “O mapa de Nimuendajú é de um valor científico e histórico incalculável, um dos maiores patrimônios da nossa biblioteca”, ressalta Gilda Ribeiro, coordenadora de Informação e Documentação do MPEG. Enrolado e guardado em um recipiente adequado à conservação da estrutura do papel, o documento raramente é aberto. Uma dessas poucas vezes aconteceu na terça-feira (24) para o registro fotográfico do IPHAN.

O linguista Jorge Domingues fala sobre a relevância dessa etapa. “O registro é a base para catalogar todas as informações de cada povo identificado no mapa e gerarlinks para busca com informações etnológicas sobre aquele povo e quais informações históricas Nimuendajú coletou”. Quem quiser ler informações bibliográficas, vai poder baixar as fontes utilizadas por Curt Nimuendajú em uma grande plataforma virtual de informações etnohistóricas que ficará disponível no site do IPHAN. O coordenador afirma que o projeto estará na rede em fevereiro de 2017.

Por enquanto, os interessados em acessar o Mapa Etno-Histórico do etnólogo alemão devem recorrer, além dos livros fora de catálogo do IBGE, às três versões físicas do documento, que datam de 1942, 1943 e 1944, respectivamente. A primeira delas está na Smithsonian Institution, em Washington (EUA), a última no Museu Nacional do Rio de Janeiro, e a do meio no Campus de Pesquisa do Museu Goeldi, sediado no bairro da Terra Firme, em Belém.

Curt Nimuendajú na Amazônia e no Museu Goeldi – Nascido Curt Unckel na cidade alemã de Jena, Nimuendajú (1883-1945) foi batizado assim pelos guaraní em uma de suas vivências com tribos,

 

indígenas pelo Brasil. Que uma das cópias de sua obra seminal esteja na Amazônia e no Museu Paraense Emílio Goeldi é emblemático, segundo explica o historiador Nelson Sanjad. “A relação de Nimuendajú com o Museu Goeldi ocorre ao longo da vida dele. Na década de 1910, ele é contratado como chefe da Seção Etnológica pela então diretora Emília Snethlage e, pela primeira vez, classifica e organiza a coleção etnológica do Museu Goeldi, em 1922”. Depois de um trabalho destacado no Serviço de Proteção aos Índios (SPI), Nimuendajú volta ao Museu Goeldi na década de 1940, já consagrado como um dos grandes etnólogos da sua geração. “Essa passagem é especialmente importante, porque é o momento que ele produz as três versões do Mapa Etno-Histórico. É o ápice da carreira e da expertise de Nimuendajú”, continua o historiador.

Para Sanjad, o grande legado do Mapa Etno-Histórico, que perdura até os dias atuais é “o estado da arte da pesquisa etnológica até a década de 1940. O Nimunedajú compilou centenas de referências bibliográficas e as condensou em um suporte gráfico sobre a localização, deslocamento e as famílias linguísticas dos povos indígenas identificados, incluindo as línguas faladas e extintas na época”.

Texto: João Cunha
Galeria de Imagens: 






LOS NIÑOS Y NIÑAS: EL FUTURO DE LOS MUSEOS. - en ARTE, CULTURA, DIDÁCTICA PARA NIÑOS, GESTIÓN, INSTITUCIONES, MUSEO, OPINIÓN, RELATO. ·

Cuando nos enteramos de que un museo ha tenido que cerrar por falta de fondos, siempre pensamos en lo mismo: En todos los niños y niñas que se quedarán sin la oportunidad de visitar esos museos. Probablemente los que han caído en desgracia económica, ya nunca más abrirán sus puertas. Los niños y niñas se merecen la oportunidad de visitar museos, y dependen de los padres y educadores para tener esa maravillosa experiencia, y eso antes de que algunos museos dejen de existir. Cuando limitamos el acceso a los museos, haciéndolos solo aptos para mentes elevadas y cultas, se corre el riesgo de negar, al resto, importantes avances académicos y habilidades de aprendizaje que son fundamentales sobre todo para los más pequeños. Por un lado el cierre, por otro, la negación de reconocer que los niños y niñas forman parte de nuestra sociedad y que son nuestro futuro, un futuro que debemos mimar.

Archivo EVE

Volvamos a nuestra década de 1970, – nosotros también fuimos niños una vez -, cuando éramos peques de una escuela primaria asturiana, y recordemos aquel día en que nos llevaron de excursión al Museo de Bellas Artes de Asturias, para visitar sus exposiciones. Imaginamos, ahora, que los profesores debieron entonces dedicar muchas horas de planificación del itinerario y que, después de asegurar las firmas de autorización de los padres, consiguieron meternos a todos en un autobús para llevarnos al museo. Imaginamos también a esos mismos profesores pensando y reflexionando sobre si valdría la pena tanto esfuerzo. Recordamos que, una vez ya dentro del museo, nos alinearon frente a una escultura de madera de Navascués (“El piloto”), y todos nos quedamos boquiabiertos. Estaba claro que el entusiasmo por el arte y la cultura había comenzado para todos nosotros, bueno, para casi todos.


Uno de nosotros preguntó: “¿Cómo lo hizo?” Era una pregunta sencilla, pero expresó una curiosidad, seguramente, nunca se hubiera planteado dentro del aula. Cuando todos nosotros fuimos recorriendo las galerías del museo, las preguntas se iban haciendo cada vez más numerosas. Y no solo éso, y aquí debemos agradecérselo a aquellos profesores, también aprendimos sobre la historia, geografía, arqueología, pintura y escultura asturianas y del resto del mundo. Actualmente, sabemos que los estudiantes absorben mejor la información con educadores a su lado, explorando juntos. Como siempre hemos pensado: “Enseñar es aprender dos veces”. Esa lección nos ha guiado desde entonces, tanto como personas, como profesores, que también lo somos desde hace años.

Richard MacVicar – “Quotes to live”

Para fomentar las visitas de grupos de la escuela, un mayor número de museos deberían desarrollar y promover sus recursos educativos con guías del plan de estudios, que ayudaran a los maestros y profesores a diseñar lecciones divertidas y diferentes. Por ejemplo, existe un museo, entre otros, que dispone de guías curriculares que acompañan a pequeños grupos en cada una de las exposiciones. Uno de los ejercicios para los niños y niñas de 9 a 12 años, inducía a los estudiantes a utilizar conexiones históricas para describir la forma seleccionada, así como a relacionarlas con vestidos y trajes usados por diferentes personajes, de este modo, podían establecer relaciones con ciertas épocas históricas. Así mismo, en una exposición de arte africano, un ejercicio daba las instrucciones necesarias a los estudiantes para encontrar símbolos de la luz y la oscuridad en la obra, y luego interpretarlos a través de sus propios dibujos. Y así, hasta el infinito y más allá. La didáctica también debe estar unida a la creatividad.


Estas clases proporcionan un modelo interesante para los estudiantes, porque puedan participar a partir de la observación de las obras de arte, no sólo durante las visitas actuales, sino también, en visitas voluntarias posteriores ,incentivando su creación artística. Y ésto es algo fundamental para hacer que sean mejores personas, no nos cabe ninguna duda. Los padres y educadores, deben aprovechar las oportunidades para compartir los museos con los niños y niñas a través de salidas en familia, excursiones, y otras actividades en grupo. En pocas palabras: La visita al Museo abre las puertas a experiencias transformadoras, que tendrán un efecto permanente y positivo sobre los niños y niñas. Intentaremos explicar aquí el por qué.


Los niños que visitan los museos, retienen información sobre hechos.

Si recordamos los detalles de aquella excursión al museo de arte en 1970, observamos que también los estudiantes jóvenes son propensos a recordar sus experiencias en los museos. Un estudio realizado por investigadores en una universidad americana, encontró que, hasta un 88 % de los estudiantes que visitó un museo de arte de su zona, recordó detalles históricos de las pinturas que vieron, cuando se revisaron en clase varias semanas después de la visita. Los estudiantes no fueron instruidos o inducidos para memorizar determinados datos que se presentaron durante la visita al museo, sin embargo, retuvieron la información. ¿Qué ocurrió?


¿Por qué tantos niños pueden recordar detalles sobre el arte que han visto? Hemos podido descubrir, observando y estudiando las reacciones de los niños y niñas, que el arte hace que la historia parezca sencilla, cercana, más comprensible. Los objetos antiguos deben ser la emergencia sobre la explicación didáctica de que fueron realizados por personas vivas en su momento, siendo tangibles para sus mentes. Existen, además, muchas historias y anécdotas que pueden acompañar a cualquier historia. Todos sabemos lo aficionados que son los niños y las niñas a los cuentos.


Las visitas a museos promueven el pensamiento crítico.

Los educadores se centran cada vez más en la importancia del pensamiento crítico en la educación, que es reconocido por los especialistas, como una habilidad clave de aprendizaje e innovación. Los recientes cambios en las normas y planes de estudios, hacen hincapié en el pensamiento crítico, y los museos proporcionan un ambiente óptimo en el que se puede desarrollar. Cuando los profesores llevan los niños y niñas a los museos, facilitan el diálogo, algo que se manifiesta a partir de la curiosidad de los estudiantes, animándoles a hacer preguntas y a compartir ideas y opiniones. Tales habilidades son vitales en el desarrollo de ejercicios de pensamiento crítico.


No son pocas las experiencias con estudiantes, donde observamos que los que visitan los museos muestran una mejoría en su pensamiento crítico. Todo ésto, lo ratifican los ensayos que abordan este tema. Cuando se muestra una nueva pintura, los estudiantes buscan datos adicionales sobre la técnica, para apoyar su curiosidad no solo estética. Hay una gran oportunidad de traducir estos valores en otras áreas de estudio, especialmente cuando los maestros modelan una búsqueda activa del conocimiento con sus alumnos.


Los niños y niñas que comienzan sus visitas con menor edad, tienen más probabilidades de volver a museos.

De acuerdo con un informe de 2015 de la Fundación Nacional para las Artes, los niños y niñas que siendo muy pequeños visitaron museos de arte, eran de tres a cuatro veces más propensos a visitarlos como adultos. El estudio de la universidad, que mencionamos anteriormente, también observó que los estudiantes que visitaron el museo eran más propensos a volver que los que no habían ido (ese tipo de excursiones a veces son voluntarias). Por otra parte, la asistencia a los museos de arte cuando se es niño o niña, se corresponde con los niveles más altos de educación en la edad adulta.


Todo esto indica, simplemente, que los niños disfrutan de los museos. Entiendan o no sus ventajas educativas, los estudiantes siguen cosechando los frutos más allá de su primera visita al museo. Cada viaje de regreso genera nuevas oportunidades de aprendizaje. Los que van a los museos, se benefician regularmente de sus conexiones con estos espacios llenos de vida cultural, facilitando la visibilidad de la presencia de los museos en la comunidad. La primera visita de un peque a un museo, podría poner en marcha su conectividad simbiótica con las artes, las ciencias y la historia. Puede ser la puerta a la dimensión de las vocaciones profesionales y, lo que es más importante, a la sensibilidad emocional. Todo son ventajas.


Ford W. Bell, ex presidente de la Alianza Americana de Museos, nos comentó: “En el fondo, los museos son instituciones educativas, tan esenciales para nuestras comunidades como son las escuelas, bibliotecas y centros de formación”. Ojalá todos los educadores, con niños y niñas a su cargo, lleguen a captar el valor educativo de los museos con tanta claridad, ayudando a los jóvenes a participar. Más visitas al museo mejorará su desarrollo académico, consolidará su educación, ahora y en el futuro, y garantizará un mañana más saludable y activo para nuestros museos. Eso es un tesoro de valor incalculable para todos nosotros, para toda la sociedad.








Fonte: @edisonmariotti #edisonmariotti

Espacio Visual Europa (EVE)

Abre Museu do Vinho de Bordeaux, França. --- Opens Bordeaux Wine Museum, France

Um ambicioso museu do vinho, chamado "La Cité du Vin", está abrindo em Bordeaux e planeja financiar a operação somente com recursos privados


Em 1º de junho, um ambicioso museu do vinho chamado "La Cité du Vin" ou Cidade do Vinho vai abrir na cidade francesa de Bordeaux. O museu é uma estrutura espetacularmente curvada feita de vidro impresso e painéis de alumínio lacado projetada por Anouk Legendre e Nicolas Desmazières, diretores da empresa de arquitetura parisiense XTU.

O novo museu nas margens do Garonne
La Cité du Vin

O museu, cuja arquitetura evoca o Museu Guggenheim de Frank Gehry em Bilbao, está localizado nas margens do Rio Garonne e oferece, especialmente a partir de seu piso superior, uma vista espetacular de Bordeaux e seus arredores. O edifício foi concebido de uma forma eficiente em termos energéticos, com correntes de ar fluindo através dele que devem reduzir a necessidade de refrigeração.
Bordeaux, vista aérea

O custo da construção é de 81 milhões de euros, 80 por cento dos quais foram levantados a partir de fontes públicas e o resto do setor privado. O maior patrocinador, cobrindo 38 por cento dos custos totais, é a cidade de Bordeaux, seguido pela região metropolitana e mais ampla, com 17 por cento.

Aproximadamente 15 por cento do financiamento veio da União Europeia, o que pode ser uma das razões pelas quais o museu não é focado na França, pelo menos no que diz respeito a seu conceito. No entanto, o fato de mesmo no site em Inglês o museu usar somente seu nome francês indica que se está longe de ter certeza de que o museu tem um espírito verdadeiramente internacional.

Vinícola em Medoc, na região de Bordeaux

Outra razão para o princípio da abertura do museu em relação a outros países é que, em contraste com as despesas de construção, os custos de funcionamento do museu estão previstos para serem financiados exclusivamente por fontes privadas, o que é uma raridade na França. A fim de garantir a quantidade necessária de financiamento, a fundação que administra o museu iniciou vários programas para patrocínio individual e empresarial, com especial atenção para os doadores estrangeiros.

Por exemplo, os chamados American Friends do Cité du Vin patrocinou uma parte do edifício, um auditório em homenagem a Thomas Jefferson, o terceiro presidente dos Estados Unidos, que de 1784 a 1789 percorreu regiões vinícolas da França e escreveu um dos primeiros relatos de Francês viticultura.

O auditório Jeffeson do museu, financiado por doadores americanos
La Cité du Vin

A programação do museu consiste em uma visão geral da história do vinho, chamada de "O Tour Permanente", bem como exposições temporárias, eventos e workshops. A exposição permanente se esforça para ser intercultural e cosmopolita, mas termina, ou melhor, culmina, com uma explicação da região vinícola de Bordeaux.

Não se sabe quanto será o orçamento anual do museu, no entanto, dado o tamanho do edifício, a sua ambiciosa programação de exposições e o fato de que 30 pessoas já foram contratadas como funcionárias, ele precisa ser considerável. Se a fundação do museu vai realmente ter sucesso na obtenção de todos os fundos necessários, ainda é necessário esperar para ver.

Em todo caso, a cidade e a região de Bordeaux ganharam uma atração espetacular.

O museu em construção








Fonte: @edisonmariotti #edisonmariotti

eatglobe.com

http://www.eatglobe.pt/news/drinks/1961-bordeaux-wine-museum-opens.html

Cultura e conhecimento são ingredientes essenciais para a sociedade.