Considerado como uma das especialidades típicas da cozinha pernambucana, assim como o famoso bolo Souza Leão (também reconhecido como patrimônio cultural e imaterial de Pernambuco, em 2008), o bolo-de-rolo derivou-se do bolo português conhecido como colchão de noiva, que era recheado com amêndoas.
No Brasil, o colchão de noiva foi se transformando e sofrendo adaptações devido à falta de ingredientes das receitas originais na região Nordeste.
O recheio de amêndoas acabou sendo substituído por goiabada, de preferência feita em casa. A massa passou a ser enrolada em camadas cada vez mais finas. Ao final, o bolo ficou parecido com um rolo, daí a origem do seu nome.
Era servido como sobremesa ou lanche. Um visitante ilustre não poderia sair de uma casa, sem degustar uma fatia de bolo-de-rolo. Dessa maneira, foi sendo utilizado como forma de estreitar os laços de amizades, como forma de agradecimento, como presente e até para “amolecer corações”. Até o papa João Paulo II, quando da visita ao Recife, em 1980, provou uma fatia.
Passando a ser cada vez mais conhecido e divulgado, o bolo-de-rolo ganhou fama e começou a ser feito em praticamente todos os estados do Nordeste brasileiro, embora o original de Pernambuco guarde características diferentes tanto no sabor como na maneira de fazer. Turistas e até pessoas de outros estados, "encomendam" o doce a algum amigo ou parente quando têm oportunidade.
Hoje, o bolo-de-rolo e o Souza Leão são receitas protegidas, conservadas e valorizadas por sua importância histórica, cultural e gastronômica para o País.
RECEITA DO BOLO-DE-ROLO
Ingredientes:
250g de açúcar / 250g de manteiga / 5 ovos / 250g de farinha de trigo / ½ lata de goiabada, derretida em um pouco d’água.
Modo de preparar:
- Bata bem o açúcar e a manteiga, junte as gemas, uma a uma.
Depois junte as claras em neve.
Acrescente o trigo peneirado e misture delicadamente.
- Divida a massa em sete assadeiras rasas, untadas com manteiga e trigo.
Asse uma de cada vez, em forno pré-aquecido, por pouco tempo.
- Retire a massa das assadeiras, colocando-a em toalha polvilhada com açúcar.
- Recheie com a goiabada derretida e enrole rapidamente.
Repita o mesmo processo até a última camada.
Algumas dicas:
· a massa deve ser assada em camadas finas e ficar pouco tempo no forno para não ressecar e quebrar na hora de montar o bolo;
· a goiabada precisa ser derretida com água fria até ficar cremosa e espalhada em camadas finas e uniformes;
· para servir deve-se cortar o bolo em fatias finas;
· pode ser servido acompanhado de fatias de queijo do reino.
O bolo-de-rolo, um doce brasileiro, originário de Pernambuco, Brasil, reconhecido como patrimônio cultural e IMATERIAL do Estado, em 2007, através da Lei Ordinária nº. 379.
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FONTE:
@edisonmariotti #edisonmariotti
http://basilio.fundaj.gov.br/pesquisaescolar./index.php?option=com_content&view=article&id=468&Itemid=1
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Sobre o Patrimônio Imaterial de Pernambuco
Lúcia Gaspar
Bibliotecária da Fundação Joaquim Nabuco
O patrimônio cultural é fundamental para a memória e a identidade de um povo.
No Brasil, a Constituição de 1988 define o patrimônio cultural como os bens de natureza material e imaterial, individualmente ou em conjunto, que se referem à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos.
Estabelece também que sua preservação não é missão apenas da União, dos Estados e dos Municípios, mas também das comunidades e de cada cidadão.
Patrimônio imaterial, segundo a UNESCO, são as práticas, representações, expressões, conhecimentos e técnicas – junto com os instrumentos, objetos, artefatos e lugares culturais que lhes são associados – que as comunidades, os grupos e, em alguns casos, os indivíduos reconhecem como parte integrante de seu patrimônio cultural.
Trata-se, portanto, da nossa herança cultural que é transmitida de geração em geração, mas não pode ser tocada. Por isso também é chamado de patrimônio intangível. Para ser compreendido, no entanto, é necessário que se tenha uma representação material dele. Por exemplo, o Carnaval, o frevo, as festas juninas, o cordel, os maracatus, a ciranda, a xilogravura.
No Brasil, a defesa desse patrimônio, quando é de interesse nacional, é atribuição da União, através do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). Em Pernambuco, o órgão responsável pelo registro do patrimônio cultural do Estado é a Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe).
O Decreto 3.551, de 4 de agosto de 2000, instituiu o Registro de Bens Culturais de Natureza Imaterial do patrimônio cultural brasileiro, que pode ser dividido nas seguintes categorias:
Registro dos Saberes - conhecimentos e modos de fazer enraizados no cotidiano das comunidades;
Registro das Celebrações - rituais e festas que marcam a vivência coletiva do trabalho, da religiosidade, do entretenimento e de outras práticas da vida social;
Registro das Formas de Expressão - manifestações literárias, musicais, plásticas, cênicas e lúdicas;
Registro dos Lugares - mercados, feiras, santuários, praças e demais espaços onde se concentram e reproduzem práticas culturais coletivas.
As propostas para o registro de bens imateriais, acompanhadas de documentação técnica, devem ser encaminhadas ao Presidente do IPHAN.
A feira de Caruaru (2006) e o frevo (2007), já estão registrados como patrimônio imaterial de Pernambuco pelo IPHAN. Encontra-se em processo de registro o caboclinho, o cavalo-marinho, o maracatu nação e o maracatu rural.
Alguns estados brasileiros optaram também pelo tombamento de bens culturais por meio do poder legislativo, como Pernambuco, que através da Lei nº 7.970, de 18 de setembro de 1979, assinada pelo então governador Marco Maciel, conferiu à Fundarpe a responsabilidade pelos estudos técnicos e ao Conselho Estadual de Cultura, a missão de emitir parecer e julgar as propostas.
Já foram registrados por proposição da Assembléia Legislativa do Estado, os seguintes bens imateriais de Pernambuco:
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Dança do Brinquedo Popular
Ciranda (2009)
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Manguebeat, Olinda/Recife (2009)
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Agremiação Carnavalesca Bloco das Flores, Recife
Bloco Carnavalesco A Mulher da Sombrinha, Catende
Carnaval de Vitória de Santo Antão
Festa da Batalha do Reduto, Rio Formoso
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Sítio Histórico do Monte das Tabocas, Vitória de Santo Antão
A Confraria de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos (2005), a tapioca (2006) e o Quilombo Urbano da Nação Xambá (2007) são ainda bens imateriais registrados pelo Conselho de Preservação dos Sítios Históricos de Olinda.
Além do patrimônio de bens imateriais, Pernambuco foi o primeiro estado brasileiro a instituir, no âmbito da Administração Pública, o Registro do Patrimônio Vivo, (Lei nº 12.196, de 2 de maio de 2002) que reconhece e gratifica com uma pensão vitalícia mensal representantes da cultura popular e tradicional do Estado.
Atualizado: Recife, 28 de maio de 2010
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FONTES CONSULTADAS:
FREYRE. Gilberto. Casa Grande e Senzala. 34. ed. Rio de Janeiro: Record, 1998.
QUITUTES pernambucanos: bolo-de-rolo e bolo Souza Leão.
COMO CITAR ESTE TEXTO:
Fonte: ANDRADE, Maria do Carmo. Bolo-de-Rolo.
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The cake-of-roll, a Brazilian sweet, born in Pernambuco, Brazil, recognized as cultural heritage and INTANGIBLE the state in 2007 by the Annual Law no. 379.
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Considered as one of the specialties of Pernambuco cuisine and the famous cake Souza Leão (also recognized as cultural and intangible heritage of Pernambuco in 2008), the cake-to-roll derived from the Portuguese cake known as bride mattress, it was stuffed with almonds.
In Brazil, the bride mattress was turning and suffering adaptations due to lack of ingredients of the original recipes in the Northeast.
The filling of almonds was replaced by guava, preferably homemade. The mass became increasingly wrapped in thin layers. At the end, the cake was like a roll, hence the origin of its name.
It was served as dessert or snack. A distinguished visitor could not get out of a house without tasting a slice of cake-of-roll. Thus, it was being used as a way to strengthen the bonds of friendship, as a thank you, as a gift or even to "soften hearts." Even Pope John Paul II, during the visit to Recife in 1980, proved a slice.
Becoming increasingly known and disclosed, the cake-to-roll gained fame and began to be made in virtually all the states of the Brazilian Northeast, although the original Pernambuco store different characteristics both in taste as in the way they do. Tourists and even people from other states, "commission" sweet to some friend or relative when you have opportunity.
Today, the cake-to-roll and Souza Leão revenues are protected, preserved and valued for their historical, cultural and gastronomic for the country.
REVENUE CAKE-OF-ROLL
Ingredients:
250g sugar / 250g butter / 5 eggs / 250g plain flour / ½ can of guava, melted in a little water.
Way of preparing:
- Whisk the sugar and butter, add egg yolks, one by one.
Then add the egg whites.
Add the sifted wheat and mix gently.
- Divide the dough into seven shallow pans, greased with butter and wheat.
Bake one at a time, in a pre-heated oven for a short time.
- Remove the dough from baking sheets, placing it in a towel sprinkled with sugar.
- Fill with melted guava paste and wrap quickly.
Repeat the same process until the last layer.
Some tips:
· The dough should be baked in thin layers and stay a short time in the oven to dry out and break not the time to assemble the cake;
· Guava to be melted with cold water until creamy and spread into thin and uniform layers;
· To serve should cut the cake into thin slices;
· Can be served accompanied by kingdom cheese slices.
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About Intangible Heritage of Pernambuco
Lucy Gaspar
Librarian of the Joaquim Nabuco Foundation
pesquisaescolar@fundaj.gov.br
Cultural heritage is critical to memory and identity of a people.
In Brazil, the 1988 Constitution defines cultural heritage as assets of material and immaterial nature, individually or together, which refer to the identity, action and memory of different groups.
It also establishes that preservation is not just mission of the Union, states and municipalities, but also the communities and individual citizens.
Intangible heritage, according to UNESCO, are the practices, representations, expressions, knowledge and techniques - together with the instruments, objects, artifacts and cultural sites associated with them - that communities, groups and, in some cases, individuals recognize as part of their cultural heritage.
It is, therefore, of our cultural heritage is transmitted from generation to generation, but can not be touched. So it is also called intangible heritage. To be understood, however, it is necessary to have a material representation of it. For example, Carnival, frevo, the Jerk, the line, the maracatu, a sieve, the woodcut.
In Brazil, the defense of this property, when it is in the national interest, is the responsibility of the Union, through the Historic and Artistic Heritage Institute (IPHAN). In Pernambuco, the body responsible for state registration of cultural heritage is the foundation of the Historical and Artistic Heritage of Pernambuco (Fundarpe).
Decree 3551 of August 4, 2000, established the Cultural Property Registration intangible nature of Brazilian cultural heritage, which can be divided into the following categories:
Registration of Knowledge - knowledge and ways of doing rooted in the daily life of communities;
Registration of Celebrations - rituals and festivals that mark the collective experience of work, religiosity, entertainment and other practices of social life;
Registration of Forms of Expression - literary events, musical, plastic, scenic and playful;
Registration of places - markets, fairs, sanctuaries, parks and other areas where they are concentrated and collective cultural practices.
Proposals for recording intangible assets, accompanied by technical documentation should be addressed to the President of IPHAN.
The fair Caruaru (2006) and frevo (2007), are now recorded as intangible heritage of Pernambuco by IPHAN. It is in the registration process caboclinho, the seahorse, maracatu nation and the rural maracatu.
Some Brazilian states also opted for the cultural property of tipping through the legislature, as Pernambuco, which through Law No. 7,970, of September 18, 1979, signed by then-Governor Marco Maciel, gave the Fundarpe responsibility for technical studies and State Council of Culture, the mission of forming an opinion and judge the proposals.
It has been recorded by proposition of the State Legislature, the following intangible property Pernambuco:
Carnival guild Saudade pack, Recife (2009)
Alto do Moura, Caruaru (2009)
Carnival block Galo da Madrugada (2009)
Cake Souza Leão (2008)
Cachaça (2008)
Olinda Carnival (2009)
Top Hat (food) (2009)
Architectural and Show of the Passion of Christ in New Jerusalem, Brejo da Madre de Deus (2009)
Dance Popular Toy Ciranda (2009)
Dance Xaxado (2009)
Party Pitomba, Relishes, Jaboatão dos Guararapes (2009)
Party and Mass Cowboy Cowboy, Serrita (2009)
Papangus of calves (2009)
St. John Caruaru (2009)
Manguebeat, Olinda / Recife (2009)
Cake-to-Roll (2008)
They are in the Assembly review process the following intangible assets:
Guild Block Carnival of Flowers, Recife
Block Carnival The Women's Umbrella, Catende
St. Anthony Victory Carnival
Feast of the Battle of the Redoubt, Rio Formoso
Festival of Dallas, North Taquaritinga
Feast of Marocas, Belo Jardim
Historic Site of Monte das Tabocas, Santo Antao Victory
The Confraternity of Our Lady of the Rosary of Black Men (2005), tapioca (2006) and the Urban Quilombo of Xamba Nation (2007) are still intangible assets recorded by the Bureau for the Preservation of Historical Sites of Olinda.
In addition to the wealth of intangible property, Pernambuco was the first Brazilian state to be established within the Public Administration, the Living Heritage Register, (Law No. 12,196, of May 2, 2002) that recognizes and rewards with a lifetime monthly pension representatives of popular and traditional culture of the state.
Updated: Recife, May 28, 2010