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terça-feira, 21 de junho de 2011

Projeto internacional que leva a sério o antigo adágio “cozinhar é uma arte”

"La Olla Común" une gastronomia e artes plásticas. Nesta quarta, 22 

Chega a São Paulo “La Olla Común”, projeto internacional que leva a sério o antigo adágio “cozinhar é uma arte”. Um grupo de artistas chilenos mistura gastronomia, artes plásticas e cultura popular em umhappening que integra primitivas formas da manifestação humana.  Se nossos ancestrais queimavam a lenha, cozinhavam o alimento sobre o fogo e gravavam imagens nas cavernas pré-históricas, o pessoal de “La Olla Común” (A Panela Comum) cozinha para a comunidade, ao mesmo tempo que exibi  sua produção visual.
Criado pelos artistas Adolfo Torres Frias e Nevenka Pavic Sabioncello, o Projeto P.A.U. originalmente tinha a intenção de integrar o Paraguai, a Argentina e o Uruguai. E lá foram eles cozinhar e pintar o sete no Museo del Barro, Instituto Superior de Arte, Escuela y Centro Gastronómico Garofalo, Instituto Argentino de Gastronomia, Instituto Universitario Nacional de Arte e Marte Centro Cultural, importantes instituições desses países. Em todos os lugares, penduravam nas paredes gravuras e fotos, bem como exibiam vídeos com essa temática, formando uma espécie de caverna contemporânea, ligada a elementos telúricos primevos. Agora, a partir do Brasil, o Projeto P.A.U., que inclui outros artistas que não vieram a São Paulo, quer itinerar pelo resto da América Latina.

“Os espaços de entrega de alimentos e a atividade do cozinheiro cumprem um importantíssimo papel social, já que executam um trabalho que vai desde o nutritivo ao econômico, terminando no simbólico”, arrisca Torres Frias. Por meio dessa empreitada lírica, esse poeta da panela chama a atenção para o simples cozinheiro(a), que desenvolve sua atividade de uma forma constante, cotidiana e despercebida para a análise crítica.
No Memorial da América Latina, “La Olla Común” será acesa na quarta-feira, 22 de junho, a partir das 19h, no Bistrô do Memorial. Os participantes poderão, ao final, saborear um prato tipicamente chileno chamado “Charquican con Pebre”, feito a base de carne, batatas, abóbora, cenoura, pimenta, cebola etc. A degustação inicial será feita com mandioca, alimento da parte atlântica da América do Sul, muito usado pelas culturas indígenas pré-colombianas, mas desconhecido no Chile antigo. A entrada é franca.

O projeto completo inclui oficinas de gravura, de culinária, mesa de debates e seminários, mas isso ficará para um segundo momento. Por enquanto, quem comparecer nesta quarta, 22 de junho, no Bistrô do Memorial estará adentrando a uma caverna comunitária, repleta de pinturas rupestres contemporâneas e poderá experimentar o que foi preparado ali conjuntamente. Em tempos de micro-ondas e cultura global pausterizada, cozinhar artisticamente não deixa de ser uma forma de resistência.

Serviço
La Olla ComúnAdolfo Torres Frias e Nevenka Pavic Sabioncello
Quarta, 22 de junho, às 19h
Local: Bistrô do Memorial
ENTRADA FRANCA

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