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sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Olha a Bahia em cena, gente!



Eliane Costa em Salvador(foto: Divulgação)
Eliane Costa tem uma trajetória para lá de interessante: graduada em Física em 1974, atuou por vinte anos como analista de sistemas na Petrobras, migrou para o campo da Comunicação e da Cultura na mesma instituição e, desde 2003, é Gerente de Patrocínios na empresa, sendo responsável pela gestão de sua política cultural. Desde janeiro é Mestra em "Bens Culturais e Projetos Sociais" pela FGV/CPDOC. Toca cavaquinho e é uma das organizadoras do bloco Escravos da Mauá, presente há dezenove carnavais na região portuária carioca. É casada, tem três filhos e uma enteada. E nas horas vagas, ela diz que existem, corre nas ruas, nas praças, nas margens dos rios, na beira da praia onde puder...cheia de disposição...
Jangada Digital, é resultado da sua dissertação de mestrado: "Com quantos gigabytes se faz uma jangada, um barco que veleje" na qual aborda o processo de reconhecimento, amadurecimento e conquista da temática da cultura digital pelo Ministério da Cultura brasileiro, na gestão de Gilberto Gil (de janeiro de 2003 a julho de 2008).
Eliane focaliza a genealogia da primeira política pública cultural voltada ao contexto das redes e tecnologias digitais: os Pontos de Cultura, integrantes do Programa Cultura Viva, dotados de estúdios de produção audiovisual com conexão à internet, distribuídos por todo o país, em áreas de vulnerabilidade social. A proposta dá centralidade, não à infraestrutura tecnológica, mas ao potencial de transformação suscitado pelos novos paradigmas de produção, circulação e consumo cultural do contexto das redes.
Para a pesquisadora, do ponto de vista das políticas culturais, no período estudado, elas avançaram do zero ao infinito. Do zero porque, até então, a internet e as tecnologias digitais eram assunto somente dos órgãos de ciência e tecnologia. Foi a partir de 2003 que o Ministério da Cultura absorveu esse cenário como campo de suas políticas, dando centralidade, não à ótica tecnológica, ligada à infraestrutura desse contexto, mas, sobretudo, aos novos paradigmas de produção, circulação e consumo cultural que caracterizam a cibercultura.
Mas será que Gil deixou um legado em cultura digital? Segundo Eliane, o legado dessa gestão, foi esse olhar contemporâneo, abrangente e generoso, que colocou o Brasil em posição singular no âmbito das discussões internacionais sobre o contexto digital. A implementação dos Pontos de Cultura posicionou o Brasil como o primeiro país a promover - no nível de política pública - o exercício de uso efetivo e integrado das duas principais soluções inovadoras dos commons digitais (o software livre e as licenças alternativas como o Creative Commons), o que atraiu, nos últimos oito anos, a curiosidade e a admiração de alguns dos mais importantes ciberativistas do mundo.

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