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domingo, 4 de setembro de 2011

As obras do museu estão na Catedral de Sorocaba...



A remoção da sujeira em alguns casos exige bisturi, com o extremo cuidado para que a tinta original da obra não seja retiradaA remoção da sujeira em alguns casos exige bisturi, com o extremo cuidado para que a tinta original da obra não seja retirada

Santa saliva

Museu Arquidiocesano de Arte Sacra de Sorocaba ainda não está aberto ao público, mas desde fevereiro deste ano realiza limpeza das obras. Conservação inclui vários métodos, um deles é o “guspe”

Um cotonete umedecido com saliva seguido de outro. Sucessivamente até acabar com algumas dezenas de caixas em cerca de um mês de trabalho na limpeza do Cristo crucificado.
A diferença é nítida. A imagem volta a sua cor original, sem a sujeira acumulada por anos.
Conforme o diretor do Museu de Arte Sacra de Sorocaba, Pedro Benedito Paiva Junior, essa é uma técnica utilizada por alguns restauradores. “Pesquisamos bastante antes e vimos na prática que dá certo”.
Mas há diversas ferramentas para a limpeza, além do cotonete. Há escovas de diversos tamanhos e tipos diferentes de cerdas e bisturis sem ponta. Cada obra é analisada para saber o procedimento mais indicado.
O estagiário do museu, Gaio Jhonatas Cruz Souza, 26 anos, responsável pelo trabalho já realizado em cerca de 20 obras de arte, explica que em alguns casos a sujeira acaba sendo um registro histórico da obra. No geral, ele afirma que toda imagem é um documento histórico, porque cada um diz sobre os cultos pelos quais passou e carrega as marcas de seu histórico.
Entre as imagens limpas e polidas estão uma Virgem Conceição, de 1626, São Miguel em madeira, do século 17, uma imagem de altar da Nossa Senhora Assunção, do século 18, em madeira e em pano engessado, entre outras.
O que tomou mais tempo de Gaio foi o quadro de Nossa Senhora do Rosário. “ O tempo necessário não é calculado pelo tamanho da obra, mas justamente pelos detalhes”, ressalta.
Todas as obras do museu estão na Catedral de Sorocaba, não pode ser aberto à visitação por falta de espaço adequado para receber o público. Mas de acordo com Pedro o museu está pleiteando um prédio, em parceria com o setor privado para inaugurar um local para exposições e oferecer cursos de restauração também.
Próxima etapaA intenção de Pedro Benedito é de recuperar obras em madeira que foram atacadas por cupins, mas até agora o que impede o procedimento é o custo alto das resinas e a falta de espaço adequado para a aplicação.
DescobertasCom a limpeza e análise de cada obra foram descobertas algumas modificações feitas, ao longo do tempo, nas imagens. Por exemplo, uma imagem com olho fechado, tinha na verdade olhos de vidro e foram pintados por cima.
PeregrinaçãoAntes de sair em peregrinação, em agosto, a imagem de Nossa Senhora da Ponte foi limpa e polida com cera natural, que não agride a imagem, pelas mãos de Gaio.

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