Uma técnica um pouco mais ousada do que os retratos que podem ser vistos na primeira parte da exposição, quando o então jovem Portinari pintava quadros tendo principalmente amigos e parentes como modelo. São obras datadas da década de 1920, época em que o artista estudava na Escola Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro, e quando viajou para a Europa com o objetivo de aprimorar sua técnica.
Os retratos também dominam o segundo bloco da mostra, com a apresentação de pinturas que têm como tema a mulher do artista, Maria Portinari. Ela foi retratada por Portinari ao longo de toda a vida e com as diferentes técnicas usadas pelo pintor.
Em seguida, no terceiro bloco da exposição, vêm as obras com a temática do cotidiano brasileiro, mostrando cenas bucólicas de sua cidade natal, até quadros com temas mais fortes, como Criança Morta. A obra, que retrata a morte de um jovem retirante nordestino, teve inspiração na Guernica, painel pintado pelo espanhol Pablo Picasso.
A influência do estilo de Picasso pode ser notada nos estudos para os murais de azulejos, como os que decoram a Capela da Pampulha, em Belo Horizonte. O esboço para a pintura de São Francisco, que decora parte do templo, está entre os trabalhos de grandes dimensões do artista. Essa parte da exposição traz os desenhos que se tornaram painéis em edifícios públicos, sob encomenda do então presidente Getúlio Vargas. Uma série que remete aos ciclos econômicos brasileiros, com trabalhadores de lavouras de cacau e garimpeiros.
Por fim, o visitante pode conhecer uma faceta pouco difundida de Portinari: a abstração. Segundo Leonardo Polo, o pintor se aventurou nessa forma estética influenciado pela conjuntura artística do início da década de 1940. “Como muita gente no Brasil estava fazendo trabalhos abstratos, Portinari foi experimentar."
fonte:
Nenhum comentário:
Postar um comentário