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sexta-feira, 2 de março de 2012

Soldado se prepara para novo front no Museu da FEB, na Floresta

Monumento ao Expedicionário será transferido do Centro de BH para o Museu da Força Expedicionária, no dia 3 de março

Estátua soldado
A estátua do pracinha passou por várias depredações onde se encontra, na avenida Álvares Cabral


A partir do próximo dia 3, o Monumento ao Expedicionário não será mais encontrado em seu atual endereço. Ele vai sair da avenida Álvares Cabral, na praça Afonso Arinos, no Centro da capital, e vai para o museu da Força Expedicionária Brasileira (FEB), na avenida Francisco Sales, no bairro Floresta, na região Leste. Ele é mais um na lista dos monumentos “itinerantes” de BH, que mudam de lugar em busca de identidade e de um espaço onde possam contar melhor a história.

A estátua do soldado em posição de ataque será recebida com uma grande festa pela FEB. Ela chegará junto com um canhão usado na Segunda Guerra Mundial (de 1939 a 1945), que está no 12º Batalhão de Infantaria, no Barro Preto, pronto para virar um novo monumento de Belo Horizonte.

Segundo o vice-presidente da FEB, Marcos Renault, a estátua do pracinha passou por várias depredações no local em que está. “A placa de bronze foi roubada e um cidadão escreveu à tinta uma singela homenagem, com erros de português. A baioneta também sumiu e uma outra foi colocada no lugar, mas espetaram uma ratazana e preservativos nela”, relatou Marcos.

Para Leônidas Oliveira, diretor do Museu Histórico Abílio Barreto (MHAB), mestre em restauração do patrimônio arquitetônico e urbano e doutor em arquitetura, a transferência do Monumento ao Expedicionário representa uma “volta para a casa”. Isso porque ele faz alusão à memória dos expedicionários que voltaram da Itália depois da Segunda Guerra, em junho 1945. O monumento foi idealizado pelo ex-pracinha Antônio Nascimento, construída pelo escultor João Scuotto e inaugurado em 1952, quando ficava na praça Rio Branco, no Centro.

Em 1981, ele foi para a praça Carlos Chagas e, depois de protestos de ex-combatentes, que o queriam na região Central da cidade, onde poderia ser visto por um número maior de pessoas, para a Afonso Arinos, em 1986.

Além da mudança do monumento, a FEB conseguiu autorização da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), junto à Fundação Municipal de Cultura (FMC), para uma reforma interna do museu, visando melhorar a acessibilidade e o espaço interno, que funciona em uma casa tombada pelo patrimônio cultural do município. “A transferência será benéfica, pois vai reforçar a presença dos pracinhas na cidade”, informou a diretora de Patrimônio Cultural da FMC, Michele Arroyo.

O próximo objetivo da FEB é construir um largo expedicionário em frente à sede do Floresta. Eles esperam conseguir, ainda, um carro de combate e armamentos para colocar em exposição.

Agora, o desafio é colocar outra obra à altura da estátua na praça Afonso Arinos, que, segundo Michele Arroyo, é um espaço que merece intervenções e um projeto de reabilitação para valorizar as outras obras expostas por lá. Um exemplo é o monumento de Rômulo Paes, que fica quase na esquina da avenida Álvares Cabral com rua da Bahia. Paes foi um boêmio escritor, poeta e cronista. Uma figura famosa na cidade, que frequentava a região.

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