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sexta-feira, 22 de junho de 2012

Estação ciência e o Museu de Zoologia (MZ) inauguram exposição sobre biodiversidade





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Foto: Francisco Emolo/Jornal da USP
Nesta quinta-feira, dia 21, a Estação Ciência (EC) da USP, em parceria com o Museu de Zoologia (MZ), também ligado à Universidade, inaugurou a inédita exposição Biodiversidade: fique de olho!, parte das comemorações dos 25 anos da EC. Seu tema remete também à realização da conferência Rio+20, que discute o desenvolvimento sustentável no planeta.
Há cerca de um ano, em virtude de reformas estruturais na sede do MZ, a Pró-Reitoria de Cultura e Extensão sugeriu a abordagem do tema em uma mostra externa ao Museu, fato que ocorre pela primeira vez desde sua inauguração, na década de 1890, quando era chamado Museu Paulista. A partir daí, os curadores da exposição, Maria Isabel Landim e Felipe Elias, coordenaram diversas reuniões para a idealização, planejamento e execução do projeto.
A tônica da mostra é essencialmente baseada em otimismo. Não temos intenção de ressaltar às pessoas a tristeza da situação da vida no mundo, e sim que existe um outro lado, uma grande biodiversidade a ser conhecida e preservada, afirma Maria Isabel. Para corroborar com este ideal, estão expostos vários informativos com dados relacionados à biodiversidade, como o fato de que as florestas tropicais, correspondentes à 7% da superfície terrestre, abrigam metade das espécies de seres vivos existentes. Segundo a curadora, a ideia é apresentar uma outra maneira de interação do Museu com o público.

Exposição inovadora

A inovação está presente desde a montagem física: os painéis que dividem as alas da exposição são de OSB um material composto por pequenas lascas de madeira, em geral de reflorestamento, prensadas em tiras, e que apresentam menor custo e maior qualidade do que outros tipos de aplicação. A disposição dos painéis também chama atenção. Estão colocados no sentido de imitar as vias públicas, como ruas e avenidas, que são cenários comuns para as pessoas, explica Maria Isabel, ressaltando ainda que constrastam com o senso comum, de que a influência humana é meramente artificial e estabelece um limite com a natureza, o que, na prática, não existe. Uma cidade como São Paulo, quarta maior metrópole do mundo, não pode ser vista apenas como problema, e sim como fonte de recursos. Para orientar a visita dos presentes pelas ruas, são colocadas placas que imitam uma sinalização de trânsito de verdade.
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Fotos: Francisco Emolo/Jornal da USP
Estão expostas diversas espécies taxidermizadas, posicionadas em cenários que simulam biomas brasileiros, como cerrado, caatinga, recifes de coral, o Pantanal e a Floresta Amazônica. Porém, não são só os animais de hoje, como a onça pintada, o tatu e a arara azul, que estão presentes no espaço de 600m² da mostra. Representações de esqueletos de espécies extintas, como a preguiça gigante, o tigre dentes-de-sabre e até um dinossauro, estão colocadas para fazer referência à Teoria da Evolução das espécies, de Charles Darwin (1809-1882). Um detalhe interessante é a ausência de redomas ou vitrines em volta das peças. Queremos que o público, principalmente as crianças, seja alertado constantemente, durante a exposição, sobre a fragilidade das peças, sempre lembrando que é uma fragilidade que se aplica à realidade das espécies, esclarece a curadora. Nesse sentido, outra placa posicionada informa que nas últimas cinco décadas, o homem pode ter contribuído para o desaparecimento de 30 mil espécies.

Fique de olho

Para reforçar o tema do evento, a curadoria preparou um estande que dá detalhes sobre o olho humano, assim como placas no formato das de trânsito, mas com figuras de olhos.  Acompanhando a exposição, as crianças vão ficar mais de olho, perceber que vão crescer em um mundo com uma biodiversidade bem menor que a geração anterior, e que cabe a elas tomar atitudes para reverter esse quadro, acredita Maria Isabel. Para atrair a atenção dos mais jovens, entretanto, nada de equipamentos supertecnológicos.
Desde o princípio, a nossa pretensão era mudar o conceito que as pessoas têm sobre museus, de que são cheios de coisas velhas e chatas, e a melhor maneira de fazer isso seria apresentar um assunto extremamente atual e com implicações futuras, mas ao mesmo tempo sem a necessidade de nos voltarmos aos equipamentos de última geração. O importante é que, nos baseando em simplicidade no trato dessa importante questão, consigamos gerar uma reflexão, uma mudança de postura do público em relação à natureza que nos cerca.
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Foto: Francisco Emolo/Jornal da USP
A exposição Biodiversidade: fique de olho estará na EC (Rua Guaicurus, 1394 Lapa) de 21 de junho até 4 de novembro, recebendo visitantes de terça a sexta-feira, das 8 às 18 horas, e aos sábados, domingos e feriados, das 9 às 18 horas. O valor do ingresso, que dá acesso a todo o acervo da EC, é de R$ 4,00 (com direito a meia entrada para estudantes e portadores de deficiência), e há gratuidade para menores de 6 anos e maiores de 60.
Mais Informações: (11) 3871-6750, site www.eciencia.usp.br ou emailinfo@eciencia.usp.br

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