Localizado na histórica Cidade de Goiás, o Casa de Cora Coralina reúne artefatos que contam a trajetória de um dos expoentes da literatura brasileira
Goiana, poetisa e doceira. Cora Coralina
enriqueceu o hall de escritores brasileiros com seus versos simples e
belos além de se transformar em uma das maiores escritoras brasileiras
do século 20.
A poetisa nasceu na Cidade de Goiás,
antiga capital do Estado, na época chamada de Vila Boa de Goiás. Apesar
de a família pertencer à classe média, Cora teve a vida marcada pelo
olhar simples de enxergar o mundo, característica também presente em
suas obras.
Apesar de ser considerada uma das
melhores escritoras do Brasil, a fama de Cora Coralina chegou tarde:
publicou seu primeiro livro Poemas dos Becos de Goiás e Estórias Mais aos
74 anos. A paixão pela vida interiorana e os elementos que a cercavam
formavam o mosaico poético que encantou o cenário literário brasileiro.
Às margens do Rio Vermelho, na Cidade de
Goiás, está a casa que pertenceu à família e abrigou a poetisa durante
grande parte de sua vida. O local se transformou no museu Casa de Cora Coralina e está entre os principais pontos turísticos do Estado de Goiás.
Em estilo colonial, com batentes,
janelas e portas verdes, a casa abriga artefatos que fizeram parte do
dia a dia de Cora Coralina. A visita guiada mostra o universo da poetisa
começando pela cozinha, repleta de tachos de cobre utilizados por Cora
para o preparo de doces artesanais.
Todos os utensílios como a pequena
geladeira amarela e o liquidificador continuam preservados no mesmo
local escolhido por ela. A acolhedora sala de jantar permanece com o
aparelho de jantar original da família e reflete a simplicidade da
poetisa, com poucos adornos.
O
quarto de Cora abriga algumas peças de roupa, malas e acessórios como o
baú com as iniciais de seu nome, artigo comum nos lares brasileiros
entre as mulheres da geração da poetisa.
Uma das personagens que ganham destaque
na casa de Cora Coralina é Maria Grampinho, uma andarilha que
perambulava sem rumo nas ruas da Cidade de Goiás, sempre levando consigo
uma trouxa de roupas.
Cora
Coralina tornou-se sua grande amiga e lhe deu abrigo em seu porão para
passar as noites. Os diversos grampos no cabelo renderam-lhe o curioso
apelido e a transformaram em uma personagem folclórica da cidade. Além
de imagens, o museu preserva documentos que pertenceram à Maria
Grampinho.
Outro grande destaque no acervo está na
escrivaninha de madeira onde a poetisa digitava seus versos em uma
máquina de escrever Olivetti Studio 44 da cor azul celeste. A mobília e
seu equipamento de trabalho estão em uma redoma de vidro para garantir
uma maior preservação.
Um dos quartos da casa abriga
condecorações e reconhecimentos pela contribuição da poetisa ao cenário
literário de Goiás e do Brasil. Um deles é uma carta escrita por Carlos
Drummond de Andrade em 1979, que elogia seu trabalho e projeta seus
versos além das fronteiras goianas.
Entre os reconhecimentos de Cora estão
sua entrada na Academia Goiana de Letras, Academia Feminina de Letras e
Artes de Goiás, Prêmio Juca Pato concedido pela União Brasileira de
Escritores e Doutora Honoris Causa da Universidade Federal de Goiás em
1983.
Cora Coralina transmitiu para o Brasil a
importância da cultura do interior de Goiás e seguiu fielmente seu
estilo de escrita até o fim da vida, sem se adaptar a modismos
literários. Seu legado contribuiu para a formação da identidade cultural
do Centro Oeste brasileiro.
fonte:
http://www.epochtimes.com.br/12438/
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