“Mulher Sentada com Chapéu Vermelho” vale mais que a colecção completa do museu de Evansville (DR)
Segundo explicou à rádio NPR a curadora do museu Mary Bower, manter um trabalho de Picasso é tão caro como adquiri-lo. Para expor esta obra no museu seria necessário pensar numa nova sala ou repensar a divisão das obras pelos espaços existentes, assim como assegurar um reforço da segurança e para isso o museu não tem meios.
“Foi muito difícil para os responsáveis do museu tomarem a decisão de vender a obra”, disse ao El País Arlan Ettinger, presidente da leiloeira Guernsey’s, responsável por realizar a venda da obra, explicando que “Mulher Sentada com Chapéu Vermelho” está avaliada entre os 23 e os 31 milhões de euros, sendo que o valor de todas as outras peças que o museu de Evansville alberga equivale a 10 milhões.
O responsável da leiloeira não revelou quando é que será finalizada a venda mas contou que têm sido contactados por muitos interessados. O que é certo é que este quadro nunca será exposto naquele museu, admitiu à NPR.
“A alegria deste trabalho é poder partilhar as obras de arte com a comunidade do museu, de Evansville e de toda a região. Por isso estou desapontado”, acrescentou a curadora, lamentando não ter condições para expor este trabalho do mestre do cubismo.
Esta descoberta só foi possível por causa de uma investigação da leiloeira, que há muito tempo procura os trabalhos que Picasso desenvolveu em vidro, que não são muitos. Daí o desconhecimento do museu que catalogou a obra como pertencendo a “Gemmaux”, que na verdade não é o nome de ninguém mas sim a técnica usada no trabalho. “Gemmaux” é o plural de “gemmail”, uma mistura líquida usada na pintura em vidro, que, quando iluminado por trás, mostra as suas verdadeiras cores. “Calculamos que existam umas 50 obras em que o pintor empregou esta técnica, mas mesmo assim esta do museu de Evansville é preciosa, nenhuma das outras é tão espectacular”, continuou Ettinger.
Segundo o Guardian, “Mulher Sentada com Chapéu Vermelho” foi oferecido ao museu pelo designer industrial Raymond Loew em 1963. Como “Gemmaux” era um nome desconhecido no mundo da arte, a obra acabou por ser arrumada no armazém do museu, onde ficou até agora.
fonte:
http://www.publico.pt/Cultura/museu-que-tinha-um-picasso-guardado-ha-50-anos-nao-tem-dinheiro-para-manter-a-obra-1562693
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