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terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Museu tenta ressucitar o CDC 6500, um dos primeiros supercomputadores da história

Há um certo tempo o Living Computer Museum (ou museu do Computador Vivo, em uma tradução literal), que fica em Seattle, abriu espaço em sua coleção para um enorme CDC 6500, equipamento que foi um dos precursores da primeira geração de supercomputadores. Ele foi fabricado pela Control Data Corporation, em 1967.



Essa máquina gigante foi levada até lá em 3 partes diferentes, pesando ao todo quase duas toneladas. Agora o museu, que foi criado por Paul Allen, co-fundador da Microsoft em 2012, vai restaurar essa peça da história dos computadores e colocá-la de volta em funcionamento.

Aparentemente a restauração vai demorar dois anos e ainda assim, não há garantias de que no final do processo ele vá de fato funcionar perfeitamente exatamente como acontecia em suas épocas de glória. O principal desafio aqui é a refrigeração, já que o CDC 6500 era esfriado com um complexo sistema líquido, com engrenagens mecânicas e hidráulicas. E possivelmente não existam peças de reposição.

A série de computadores CDC 6000 foi criada pelo legendário Seymour Cray na década de 60, sendo lançado em 1964 com preço estabelecido em US$ 8 milhões. E ele era 10 vezes mais rápido que qualquer computador da época. Aliás, até bem pouco tempo atrás – anos 90 – os computadores pessoais ainda não eram páreo para esse vovô.

Bom, pra mim os anos 90 foram há bem pouco tempo atrás, não tem jeito.

 

Seu processador tinha 24 registradores. Os registradores X eram de 60 bits, os A 18 e os B… vamos dizer que “é complicado”. É razoável dizer simplificadamente que o CDC6500 era um misto de 60 e 18 bits.

Em relação a cálculos matemáticos, ele era um monstro em seu período, com ciclo de 100 ns (10 MHz) e picos de velocidade de ponto flutuante de 2 a 3 MFLOPS, contra os costumeiros 100 KFLOPS de computadores convencionais.

Para termos uma ideia de como a computação evoluiu desde então, vamos comparar com o novo processador do iPhone, o A7. Esse modelo, que muitos de nós carregamos no bolso, pode atingir 115,2 GFLOPS! Quase 120 mil vezes mais rápido para instruções matemáticas que o CDC6500.

No museu, este é o projeto mais ambicioso até então, tanto em tamanho quanto em complexidade. Mas o local abriga vários outros computadores dos anos 80 e 90 que ainda funcionam.

De acordo com o site oficial, a meta da instituição é “dar nova vida a essas máquinas de forma que o público possa usá-los, vê-los, a ter a experiência de como era trabalhar com um computador como esse no passado, ouví-los e interagir com eles.”

De fato é uma viagem no tempo. E, em relação a tecnologia, sabemos que olhar pra trás muitas vezes é o primeiro passo para poder olhar pra frente.

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