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terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Que venha o Museu

Caminha para um final feliz a mobilização em favor da instalação de um museu no prédio da Vivo/Telefônica, instalado na Praça Monsenhor Roque Pinto de Barros, ao lado da Catedral de Santana. A se confirmarem as negociações iniciadas pelo governo municipal com a direção da empresa de telecomunicações para a compra do imóvel de mil metros², instalado em área nobilíssima da região central, Mogi das Cruzes ganhará um espaço reivindicado pela classe artística em movimento popular, que fortalece o diálogo entre a população e o poder público.

Nos últimos anos, o prédio de três pavimentos vinha passando por um processo de desmonte com a transferência de setores para outros espaços e, mais recentemente, o uso apenas do andar térreo. Essa subutilização e a ótima localização do edifício ancoram a sugestão para a transformação do lugar no Museu de Artes de Mogi (MAM), feita pelo arquiteto Paulo Pinhal. A ideia ganhou corpo nas redes sociais e apoios de entidades, vereadores e deste jornal.

A proposta está sendo discutida pelo prefeito Marco Bertaiolli e a direção da Vivo/Telefônica. O imóvel deverá abrigar o Museu Municipal. Quando isso ocorrer, Mogi começa a corrigir um débito antigo com a cultura. Os artistas plásticos não possuem um espaço adequado para a realização de exposições municipais. Aliás, nem a Região possui. Sem um prédio com qualidade e capacidade técnica para abrigar mostras, a maioria dos nossos artistas não expõe suas obras na Cidade e, quando eles conseguem levar ao público seus quadros e criações, fazem isso em endereços fora de mão, completamente despreparados para essa finalidade.

Há décadas, a inexistência de uma política para as artes plásticas desvaloriza as artes plásticas, dificulta o acesso do cidadão à arte. E, sem isso, a sociedade perde porque a arte é uma das expressões do conhecimento, da crítica, da criatividade e do entendimento dos comportamentos sociais. Como desenvolver o olhar e o gosto pela arte, se a Cidade não possui um espaço decente para abrigar uma mostra e receber artistas de fora?

O Museu Municipal, o sexto da região central, promete desdobramentos interessantes. Um deles, sem dúvida, é o fortalecimento da classe artística, que apoiou o movimento pela instalação do MAM. E, para o futuro, quem sabe Mogi passe a contar com um necessário acervo municipal, com obras de artistas reconhecidos nacional e internacionalmente, como o pintor chinês Chang Daí-Chien, cujas obras têm valores estratosféricos no mercado mundial, e que viveu no passado, em Taiaçupeba.


fonte:
http://odiariodemogi.inf.br/opiniao/editorial/21551-que-venha-o-museu.html

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