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sexta-feira, 28 de março de 2014

Um quarto de milênio do Hermitage russo - Maior museu da Rússia é um dos principais do mundo



Em março de 2014 celebra-se o 250.o aniversário do Museu Estatal Hermitage, em São Petersburgo. O Hermitage é a maior na Rússia e uma das principais instituições artísticas, culturais e históricas no mundo.

A história do museu começa em 1764 com a coleção das obras de arte que a imperatriz russa Catarina II começou a adquirir de forma privada. Inicialmente esta coleção estava numa ala especial do palácio – o Pequeno Hermitage (do francês “ermitage”), de onde se consolidou o nome geral do futuro museu. Em 1852, a partir da coleção consideravelmente ampliada, foi formado e aberto para visitação do público o Hermitage Imperial.

O Hermitage Estatal moderno representa um conjunto complexo de museu. A maior parte expositiva do museu ocupa cinco prédios situados ao longo do cais do rio Neva, no centro de São Petersburgo, o principal dos quais costuma-se considerar o Palácio de Inverno. Hoje a coleção do museu conta com cerca de três milhões de obras de arte e monumentos da cultura mundial, desde a Idade da Pedra até o nosso século.

No reinado do Imperador Alexandre I e de Nikolai I não só coleções mas também peças particulares de pintores eram adquiridas para o Hermitage. O Czar Nikolai I, que realizou a ideia de transferência do Hermitage num museu público, fez uma contribuição considerável para o aumento da galeria de pinturas da instituição.

O Hermitage foi aberto ao público em 1852 no prédio do Novo Hermitage especialmente construído para este fim. Naquele tempo, contava com coleções riquíssimas dos monumentos referentes às culturas do Antigo Oriente, ao Antigo Egito, às culturas antiga e medieval, à arte da Europa Ocidental e Oriental, a monumentos arqueológicos e artísticos da Ásia, à cultura russa dos séculos VIII a XIX. Até 1880 a visitação do museu alcançava 50 mil pessoas por ano. No século XIX, obras de arte dos pintores russos frequentemente começam a fazer parte da coleção do Hermitage. Na segunda metade do século doações e aquisições de colecionadores russos tornam-se fontes importantes da ampliação dos fundos.

Após a queda do poder real o Hermitage passou por profundas transformações. O Museu foi enriquecido consideravelmente por meio de coleções privadas nacionalizadas e o conjunto da Academia de Artes.

Na sequência do fechamento do Museu Estatal da Nova Arte Ocidental em 1948 e mais uma redistribuição da herança cultural entre os museus de São Petersburgo e Moscou, partes das coleções moscovitas de Sergei Schukin e Ivan Morozov foram incluídas no Hermitage. Se antes da revolução no museu estavam representadas somente obras de artistas antigos feitas até o século XVIII, mais tarde os quadros cronológicos da coleção foram consideravelmente ampliados por conta das obras dos impressionistas Cézanne, Van Gogh, Matisse, Picasso e outros pintores de novos estilos.

Um prejuízo irreparável à coleção foi causado pelas vendas das pinturas nos anos 1929-1934 em prol do desenvolvimento industrial da URSS, que resultou em que 48 obras-primas saíram do nosso país para sempre. O Hermitage ficou sem sua única obra de Van Eyck, ao melhores trabalhos de Rafael, Botticelli, Hals e vários outros pintores antigos.

Durante a Grande Guerra Patriótica de 1941-1945 a parte principal da coleção do Hermitage (mais de dois milhões de peças) foi evacuada para os Urais. Os subsolos dos prédios do Hermitage transformaram-se em abrigos contra bombas, e ele não funcionava como museu. Contudo, os funcionários do Hermitage continuavam seu trabalho científico e até organizavam palestras em História da Arte. Ainda até o fim da guerra, nas salas do museu iniciavam-se obras de reparação, e pouco tempo após a vitória todos os valores culturais retornaram a Leningrado, e o Hermitage foi aberto para visitantes de novo. Nenhuma peça foi perdida durante a guerra, somente uma pequena parte da coleção teve que ser restaurada.

Após a queda da URSS, o Hermitage foi o primeiro museu russo a anunciar que nos seus depósitos guardavam-se obras-troféus dos impressionistas e neo-impressionistas que desde o final da guerra têm sido consideradas como perdidas. Entre elas estavam Daumier, Manet, Seurat e Toulouse-Lautrec, com suas obras antes não representadas em São Petersburgo.

Na Rússia nova foi organizado o Fundo Internacional dos Amigos do Hermitage. Em 2002 a exposição foi completada por uma das versões do “Quadrado Negro” de Malevich. Em 2006 foi lançado o Projeto Hermitage 20/21, que visava à aquisição da arte moderna.

A exposição do museu mostra o desenvolvimento da arte mundial desde a Idade da Pedra até o final do século XX. A coleção da arte primitiva e de culturas arqueológicas do território da antiga URSS tem uma grande importância, especialmente a coleção mais rica do mundo do assim chamado ouro dos citas, achados únicos dos túmulos Pazyryk, monumentos de outras culturas da Cumânia. Estão representadas numerosas amostras da cerâmica, fundição em bronze e lajes com petróglifos.

A galeria de pinturas dos “mestres antigos” reflete os gostos acadêmicos dos colecionadores – imperadores russos. Nos anos da formação da coleção eram especialmente apreciados os florentinos da Alta Renascença, da escola bolonhesa, os “Pequenos Holandeses”, o círculo de Rubens e Tiepolo, o classicismo francês e o rococó. O museu possui ricas coleções das pinturas de Rubens, Rembrandt, Van Dyck, Poussin, Ticiano, Veronese, Claude Lorrain , entre outros.

O Hermitage é visitado por três milhões de pessoas anualmente.


fonte:
http://www.diariodarussia.com.br/andrey-budaev/noticias/2014/03/27/um-quarto-de-milenio-do-hermitage-russo/

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