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sábado, 26 de abril de 2014

Justiça Federal inspecionou o descaso de peças do museu no prédio do relógio

Porto Velho - Rondônia: O baixo no nível das águas do rio Madeira e a omissão dos réus nos autos da Ação Civil Pública (União, Iphan, Município e Estado de Rondônia) motivaram o juiz federal da 1ª vara, Dimis da Costa Braga, a inspecionar sexta-feira (25), o patrimônio cultural da Estrada de Ferro
Madeira-Mamoré.

A situação catastrófica do Complexo Turístico da Madeira Mamoré é visível,
tombado pelo patrimônio e cujo valor arqueológico, social e histórico é incalculável. Muita lama, pequenas dunas de sedimentos, areia, e sujeira estão espalhadas por fora dos galpões, calçadas e o deque, transformando toda a área em um local insalubre e feio. A marca da cheia pode ser vista nas locomotivas, vagões e nas paredes tanto fora quanto no interior dos galpões.

A Fundação Cultural e a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Sócioeconômico e Turismo (Semdestur) foram pegas de surpresa e as precauções e providências cabíveis para a retirada de uma parte do acervo que ainda estava nos galpões não foram tomadas, o resultado foi desastroso para mesas, maquinário (tornos), cadeiras, estantes e camas datadas dos primórdios da construção da EFMM ficaram parcialmente submersos.

Antes das águas atingirem os galpões uma grande parte foi transferida e guardada no Prédio do Relógio, de forma provisória, porém com acompanhamento das secretarias municipais responsáveis.

Várias denuncias foram feitas aos órgãos competentes a situação lastimável do complexo, que está na lama e não se tem ainda previsão para a retirada dos sedimentos e areia deixada pela cheia do rio por parte da prefeitura. É triste ver que parte da história de Rondônia está se perdendo.

O interior dos galpões está uma calamidade, o que se vê, é todo patrimônio
enterrado e soterrado na areia e na lama.

Considerado principal ponto turístico de Porto Velho, o Complexo da EFMM
contabiliza danos e prejuízos que ainda não foram mensurados pela prefeitura, com o ressurgimento do deck, tomado por sedimentos e com a sua estrutura de madeira prejudicada, será necessário também um trabalho de restauração nos galpões.

O cercado de retenção a comunidade que foi instalada pela Prefeitura em fevereiro para evitar entrar em contato com a água da cheia hoje está parcialmente destruída e em alguns trechos os arames foram arrancados. No gramado ficou o charco pantanoso das águas e que dificultam ainda o acesso direto aos galpões, a estação e o deque (ainda tomado parcialmente pelo rio).

O poder judiciário inspecionou "in loco" a Madeira Mamoré, e que condições estão os bens do complexo da famosa ferrovia e o que de fato foi feito pelos réus do processo, que receberam a ordem de zelar pelo patrimônio cultural e manter a Justiça Federal informada. A Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional Rondônia, Ministério Publico Federal (MPF) e Ministério Público Estadual (MPE) e Associação de Amigos da Madeira Mamoré (AMMA) estiveram presentes. A OAB ingressou com uma Ação Civil Pública, na Justiça Federal, contra a União, Iphan, Município e Estado de Rondônia. A Ordem acusa os réus de descaso e omissão, durante o período da cheia do rio Madeira, para com os bens culturais da lendária “Ferrovia do Diabo”, construída em 1912.

Os objetos foram transferidos dos galpões da EFMM, inundados pelo avanço do rio Madeira, para o Prédio do Relógio onde funciona a Superintendência Estadual de Turismo (Setur). No local, a responsabilidade pela reorganização é da Fundação Cultural e Porto Velho (Funcultural).

No saguão do Prédio do Relógio, as peças do mostruário revelam um pouco da
história da centenária ferrovia como as bandeiras do Brasil e Bolívia lado a lado. Essas bandeiras ficavam no trem que ia de Porto Velho a Guajará- Mirim.

Também impressionam os materiais de papel que foram preservados. Tem três cartas de 1930, inclusive ainda dá para ler. Há também carteiras de identificação, talões de passagem, livros de protocolo.

Aparelhos antigos, inclusive usado para comunicação, também fazem parte do
acervo. São telefones antigos usados na época da construção da Estrada de
Ferro- Madeira- Mamoré e outros que são da época da administração da EFMM. Nós temos também a máquina de telegráfo e a máquina de calcular.

Na lista de 345 peças. Tem peças de madeira, peças de ferro como os cofres,
tijolos, telhas, taças de latão, mesas, abajus, cartas, livro de protocolos, peças em prata e em porcelana, tinteiros, ferramentas e as bandeiras. Nos galpões ainda ficaram peças que, em função dos pesos, não puderam ser retiradas, segundo a chefe do Departamento do Patrimônio Histórico da Funcultural .

fonte:
http://www.rondonoticias.com.br/ler.php?id=130678

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