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sexta-feira, 30 de maio de 2014

Museu do Palácio vira cenário para gravação de documentário

Filme “Memórias de Sangue’ contará história do jornalista Jayme Miranda

O Museu Palácio Floriano Peixoto (Mupa) foi cenário, na quinta-feira (28), de uma das cenas do documentário ‘Memórias de Sangue’, do jornalista e historiador João Marcos Carvalho e com direção de fotografia de André Feijó.

O documentário será lançado em sessão especial na próxima terça-feira (3) de junho, às 20 horas, no Cine Arte Pajuçara (Cine Sesc) e a entrada gratuita.

O documentário de produção alagoana conta a história do advogado, jornalista e militante comunista alagoano Jayme Miranda, sequestrado e assassinado pela ditadura militar e cujo corpo está desaparecido desde fevereiro de 1975.

Diante das várias versões sobre o desaparecimento de Jayme Miranda, o filme cobra informações oficiais do Estado brasileiro sobre o paradeiro de Jayme e de outros 163 opositores da ditadura que ainda estão na condição de desaparecidos.

Recheado com imagens raras de fatos que agitaram a vida política e social brasileira - somada a depoimentos de historiadores, amigos, familiares e ex-companheiros de Miranda -, o filme traz também momentos da história política em Alagoas.

Uma das cenas gravadas na sacada do Mupa, por exemplo, se passa na época do governo de Silvestre Péricles. O ator Delson Rocha Braga representa Péricles em situação tensa.

Produção

Para o historiador João Marcos Carvalho, o documentário é uma ferramenta para tentar manter viva na memória nacional. “É a saga de um homem que sacrificou uma vida que poderia ser tranquila e sem atropelos pelas agruras da luta revolucionária que acabou lhe tirando a vida”, afirma.

Olga Miranda, filha de Jayme Miranda, conta que a produção do filme foi uma surpresa para ela e que está ansiosa para ver o resultado. “Foi surpresa saber do filme e estou muito feliz de ver que meu pai está sendo lembrado como uma pessoa do bem, assim como ele era. Sua história está sendo recontada da maneira correta, não como falaram antes, como está nos arquivos do DOI-CODI. Ele era um humanista que amava sua pátria e seu povo”, ressaltou Olga.

O personagem

Militante do Partido Comunista Brasileiro (PCB) desde o início dos anos 40 do século passado, Jayme Miranda sumiu em uma rua do Rio de Janeiro, quando foi ao encontro de um companheiro de partido que deveria entregar-lhe documentos para que pudesse fugir do País por causa das perseguições da política.




Naquela época, a ditadura militar brasileira, implantada em 1º de abril de 1964, era comandada pelo general Ernesto Geisel. Depois de eliminar inúmeras facções da esquerda que haviam optado pela luta armada contra o regime, o alvo seguinte foi o Partido Comunista Brasileiro (PCB), o chamado Partidão, que, por sua vez, escolhera a luta revolucionária pacífica para derrotar o sistema militarista.

Na caça aos comunistas, dez membros do Comitê Central do PCB, órgão máximo partidário, foram capturados, entre eles Jayme Miranda, que vivia clandestinamente no Rio de Janeiro, sendo, na época, o terceiro homem na hierarquia nacional da agremiação vermelha.

No filme, o autor procura situar o militante Jayme Miranda no contexto histórico nacional dos últimos cem anos, enfocando sua trajetória desde o nascimento, em 1926, até a ascensão como um dos principais líderes do PCB, no final dos anos 60.



fonte @edisonmariotti #edisonmariotti http://www.tribunahoje.com/noticia/104621/cidades/2014/05/30/museu-do-palacio-vira-cenario-para-gravaco-de-documentario.html

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