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quarta-feira, 7 de maio de 2014

Restauradora brasileira trabalha há mais de 40 anos no Louvre

Regina Costa Pinto Moreira já se dedicou a restauração de telas de Tiziano, Caravaggio, Goya, El Greco, Manet, entre outros

A restauradora brasileira Regina Costa Pinto Moreira trabalha há mais de 40 anos para o museu mais visitado do mundo, o Louvre. A baiana já se dedicou a restauração de telas de Tiziano, Caravaggio, Goya, El Greco, Manet, entre outros. Considerada uma das principais restauradoras na França e inclusive premiada pela Assembleia do Senado Francês, Regina agora trabalha na restauração da obra "Bethsaba segurando a carta de Rei Davi", de Rembrandt.

"É um trabalho minucioso. Estou trabalhando desde janeiro nesta tela e só devo acabar em junho", explica. A ministra da Cultura, Marta Suplicy, foi conhecer de perto o trabalho da brasileira que fez fama em Paris . E pensa em levar o modelo de trabalho dos franceses para o Brasil: "É um trabalho inspirador e nós devemos focar em um Centro de Restauração para os museus federais nos moldes do Louvre. É uma forma interessante de se trabalhar", destaca a ministra.

A ideia é montar um Centro Referencial de Restauração Nacional com um laboratório para fazer um exame das obras e definir o trabalho que deve ser realizado em cada peça. A contratação da restauração é feita por obra por meio de licitação. "A intenção é conjugar recursos públicos e privados para se manter um grande programa de restauração e conservação de obras", explica Ângelo Oswaldo, presidente do Ibram. No Louvre, cerca de 1600 obras são restauradas anualmente.

Novas ideias para o Museu Afro em Brasília

Durante a visita, a ministra foi recebida ainda pelo diretor do museu Jean-Luc Martinez. O diretor ressaltou que os brasileiros são um dos maiores visitantes do Louvre, ocupam o terceiro lugar. Cerca de 370 mil brasileiros passam por aqui anualmente. Recentemente, o museu que recebe quase 10 milhões de pessoas por ano construiu o mais ambicioso projeto desde a construção da pirâmide de vidro. O espaço que abriga a arte islâmica por meio de cerâmicas, mosaicos, portais, grafismos, armaduras, entre outros, lembra um tapete voador.

A contemporaneidade vem também através da tecnologia que chega cada vez mais forte aos museus. Mapas luminosos que contam momentos históricos do islã são representados nas telas, assim como esse ambiente que proporciona ao visitante um estudo mais aprofundado do assunto (foto à direita). Método que encanta Marta Suplicy que já pensa em adotar o modelo no Museu Afro. Antes de conhecer o novo espaço, a ministra conversou ainda com a a diretora da Associação de Amigos do Louvre, Ina Giscardi d'Estaing.

MinC e Louvre

A parceria entre Ministério da Cultura do Brasil e França no fim de 2012 resultou no intercâmbio estudantil e profissional entre a escola do Louvre e IBRAM.

Desde o ano passado, o Brasil concede a cada ano bolsas a três estudantes de mestrado ou doutorado em universidades brasileiras, para participar do Seminário Internacional de Verão de Museologia, da Escola do Louvre (duas semanas) e de estágio em museus de Paris ou da região parisiense indicados pela Escola (até dois meses e meio), perfazendo até três meses de intercâmbio na França. A Escola do Louvre, igualmente, enviará três estudantes franceses anualmente para estágios de até três meses em museus brasileiros indicados pelo IBRAM.

Quanto ao intercâmbio profissional, anualmente os países se comprometeram a enviar um profissional ou docente da área de Museologia para ministrar seminários de uma semana sobre temas de interesse mútuo. No ano passado, o Brasil enviou um professor, que ministrou curso de uma semana na Escola do Louvre sobre a museologia no Brasil, com foco em museologia social. Este ano, o Brasil receberá uma professora francesa que ministrará curso de uma semana sobre estudos de público e acessibilidade a museus.

A Escola do Louvre é uma instituição de ensino superior, vinculada ao Museu do Louvre e ao Ministério de Cultura e Comunicação da França, que ministra cursos nas áreas de Museologia, História da Arte, Antropologia e Arqueologia.

Fonte:Ministério da Cultura

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