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segunda-feira, 16 de junho de 2014

Museu da 2ª Guerra corre risco de fechar. Localizada na Avenida Dom Jorge Marcos de Oliveira, 100, na Vila Guiomar, em Santo André, SP.

“Um ex-combatente da Segunda Guerra Mundial e filho de Santo André está em prantos”. Aos 50 anos, completados em outubro do ano passado, a Associação dos Ex-Combatentes do ABCDMRR corre o risco de fechar as portas por falta de verba. A triste frase é de seu presidente, Miguel Garofalo, 92 anos, ferido na tomada de Monte Castelo, na Itália, em 1944.
 

Andréa Iseki/DGABC
 
Localizada na Avenida Dom Jorge Marcos de Oliveira, 100, na Vila Guiomar, em Santo André, a sede da associação abriga museu e biblioteca sobre a Segunda Guerra Mundial. No local, é possível encontrar itens como uniformes brasileiros, norte-americanos e alemães, além de macas, baionetas, fogões de campana, caixa de primeiros socorros e munições de vários tipos. Do lado de fora, quem recebe os visitantes na Alameda Monte Castelo são canhões, um tanque e até mesmo um avião, todos com passagem pelo confronto.


Há 15 dias, porém, a associação está com as portas fechadas, como explica o filho de seu Miguel, Kiko Garofalo, 63. “Não temos condições de receber os estudantes. Apesar de não pagar aluguel, temos contas como luz, água, e os funcionários.” A entidade conta com um vigilante e um ajudante geral. Apenas para mantê-los, gasta quase R$ 3.000 mensalmente, fora os outros custos. A estimativa é que sejam necessários em torno de R$ 10 a R$ 15 mil por mês para manter a sede em pleno funcionamento. 

A entidade não conta com nenhum tipo de ajuda financeira da Prefeitura, embora seja tombada pelo Comdephaapasa (Conselho Municipal de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arquitetônico-Urbanístico e Paisagístico de Santo André), que reconheceu seu valor histórico em 1992. O imóvel que abriga a sede é uma concessão municipal, registrada em 1977.

Fundada em 6 de outubro de 1963 com objetivo de auxiliar os brasileiros que aqui ou na Itália serviram à Pátria durante a Segunda Guerra Mundial, a associação já contou com 530 associados, mas hoje tem apenas 65, entre ex-combatentes e suas viúvas. Por isso mesmo, a contribuição mensal minguou, o que levou a entidade à situação financeira atual. “O que buscamos são parceiros que possam ajudar todo mês. Empresas, poder público, não importa. Se não tivermos ajuda, vamos fechar as portas e o acervo corre o risco de ser leiloado”, afirma Kiko.

Procurada, a Prefeitura de Santo André destaca que a Secretaria de Relações Institucionais e Projetos Especiais tem ciência da importância do patrimônio histórico que a Associação dos Ex-Combatentes representa para a cidade e, por isso, dispõe-se a estudar uma forma de ajuda, possivelmente com a elaboração de um projeto que conte com apoio da iniciativa privada e a parceira do Consórcio Intermunicipal.


O Consórcio, por sua vez, destaca que não recebeu oficialmente nenhuma solicitação relativa à associação. A entidade lembra que decisões regionais são tomadas a partir de análise da assembleia mensal de prefeitos e que o tema também não foi encaminhado para debate do Grupo de Trabalho Cultura, ao qual está ligado o Grupo Temático História e Memória, fóruns responsáveis pela análise de demandas relativas a acervos históricos antes de sua inclusão em pauta da assembleia.

Brasil enviou 25.445 pracinhas ao conflito

A Segunda Guerra Mundial, maior confronto armado da história, começou em setembro de 1939 e colocou em combate os países do Eixo (Alemanha, Itália e Japão) contra os Aliados, cerca de 50 nações, inclusive Inglaterra, União Soviética, Estados Unidos, França e Brasil, que entrou no conflito em 1942, sem ter seu território afetado.

Dos 25.445 brasileiros que foram à Itália, 451 morreram em combate e outros 2.772 ficaram feridos, incluindo Miguel Garofalo, hoje presidente da Associação dos Ex-combatentes do ABCDMRR. Outros 35 foram feitos prisioneiros e 16 desapareceram. A campanha do Brasil na Segunda Guerra Mundial é considerada vitoriosa, pois a FEB completou todas as missões que lhe foram confiadas, como reforço às tropas aliadas no país.

Em 8 de maio de 1945, a Alemanha foi derrotada, marcando o Dia da Vitória no continente europeu.

O Japão seria vencido em agosto do mesmo ano, assim terminando a guerra. A Itália já havia saído do conflito em 1943.

fonte: @edisonmariotti #edisonmariotti http://www.dgabc.com.br/Noticia/535411/museu-da-2-guerra-corre-risco-de-fechar?referencia=ultimas-editoria

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