Ouvir o texto...

terça-feira, 29 de julho de 2014

Escavação revela aspectos da história de Paraty (RJ)

Alicerces encontrados também confirmam outras feições arquitetônicas que Igreja de Santa Rita possuía na época da construção original

Como parte da intervenção física em curso na instituição desde o início deste ano, o Museu de Arte Sacra de Paraty (RJ) tem recebido serviços especializados de arqueologia destinados a identificar resquícios históricos da antiga Igreja de Santa Rita que abriga o museu.

As escavações arqueológicas realizadas pela empresa BMJ – através das arqueólogas Jeanne Cordeiro de Oliveira e Maria Alice Táboas, do Laboratório de Arqueologia Brasileira – já identificaram antigos alicerces e ossadas que revelam aspectos da história do prédio e da própria cidade de Paraty, fundada por volta do século 15.

As descobertas confirmam informações contidas em documento encontrado pelo arquiteto e museólogo Julio Cezar Neto Dantas, atual diretor do Museu de Arte Sacra de Paraty e do Museu Forte Defensor Perpétuo, na mesma cidade, no qual a Irmandade de Santa Rita da Villa de Paraty, que se reunia na igreja, pede licença para construir jazigos fora do templo católico “para sepultar seos Irmãos”, conforme o documento original.

A Irmandade, que construiu a Igreja de Santa Rita em 1722, foi fundada por homens pardos libertos do antigo distrito de Paraty, que, além de realizar no local cerimônias religiosas, possuíam o direito de ser enterrados no cemitério da Irmandade, existente até hoje ao lado do templo.

Outras feições

Os alicerces encontrados nas escavações também confirmam outras feições arquitetônicas que a igreja possuía na época da construção original, quando o templo não dispunha de torre nem columbário (câmara sepulcral).

Uma representação visual da igreja com essas características pode ser observada numa aquarela do século XIX feita pelo naturalista Jean-Baptiste Debret, na qual se registra a Baía de Paraty .

As escavações na área do Museu de Arte Sacra de Paraty deverão ser concluídas no mês de setembro. Além delas, a intervenção inclui reforma do telhado e a atualização das redes lógica (telefonia), elétrica e de segurança do prédio, a recuperação da fachada externa da igreja, da nave e da torre sineira, com reparo de todo o reboco e pintura.

O Programa de Requalificação dos Museus do Ibram prevê ainda a realização futura de escavações arqueológicas no alto do Morro da Vila Velha, onde está situado o Museu Forte Defensor Perpétuo. O local é considerado o núcleo fundacional da cidade de Paraty.

Fonte: @edisonmariotti #edisonmariotti Instituto Brasileiro de Museus 

Nenhum comentário:

Postar um comentário