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quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Projeto leva música negra a museu no Centro de Vitória

Mucane recebe, a partir de domingo, uma série de grupos afro. Sonora Brasil Tambores e Batuques acontece, sempre, às 19h.

Grupo paraense Samba de Cacete da Vacaria (PA)
(Foto: Divulgação Semc)

O Museu Capixaba do Negro (Mucane) promove o projeto Sonora Brasil Tambores e Batuques, entre este domingo (10) e o próximo dia 16 (sábado), no Centro de Vitória. Sempre a partir das 19 horas, o local vai receber apresentações de grupos musicais.

O projeto traz manifestações da tradição de quilombolas, que têm o tambor como um elemento fundamental e, em alguns casos, sagrado. Os grupos utilizam instrumentos fabricados artesanalmente, de acordo com as tradições de suas comunidades. Compõem seus repertórios cânticos que aludem a fatos da vida social, ao trabalho e às crenças religiosas.

Segundo a organização, o Sonora Brasil é um projeto temático do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Sesc) e visa à promoção e à formação de ouvintes musicais, desenvolvendo programações identificadas com a história da música no Brasil. "Trata-se de um evento importante com grupos locais e de outros estados. Esse intercâmbio, além de valorizar a cultura, também contribui para a formação musical e oferece acesso do público à música tradicional", afirmou o coordenador do Mucane, Welington Barros.

Tradições musicais de vários estados estão no
Sonora Brasil (Foto: Divulgação Semc)

Programação
O grupo Raízes do Bolão, do quilombo do Curiaú (AP), abrirá a programação, no domingo (10), apresentando música e dança típicas do Amapá, com destaque para o marabaixo e o batuque. Essas manifestações da cultura popular estão associadas a festividades da igreja católica em louvor a Santo Expedito, São Tiago e São José, entre outros, e remetem a tradições seculares com origem em quilombos da região.

A atração de segunda-feira (11) será a Banda de Congo Mirim da Ilha (Vitória), composta por 25 crianças e jovens da região de São Pedro que integram o projeto "Congo na Escola". Os participantes recebem aulas práticas e teóricas sobre a história e música do congo, ministradas pelo mestre Zé Bento. Esse projeto abrange cerca de 70 estudantes da rede municipal de educação, que frequentam oficina de congo no Centro Cultural Caieiras.

O grupo gaúcho Alabê Oni (RS), que é formado pelos músicos e pesquisadores da história do tambor de sopapo (o grande tambor) Richard Serraria, Mimmo Ferreira, Pingo Borel e Kako Xavier, apresenta-se na terça (12). O grupo mostrará repertório de maçambiques, quicumbis, alujás e candombes, manifestações da cultura negra do Rio Grande do Sul ligadas a tradições religiosas e de matriz africana.

Na quarta-feira (13), será a vez do grupo Raízes de Tocos (BA). Liderado pelo mestre Satu, o grupo apresentará o tradicional samba de roda da Bahia. Os integrantes são lavradores na região da antiga Fazenda dos Tocos, no município de Antônio Cardoso. Ele se apresenta em festas profanas e religiosas, como as de São Cosme e São Damião. Tocadores e cantadeiras/sambadeiras cantam acompanhados de tambores de oca de pau, pandeiros, triângulo, cacumbu e viola.

Na quinta-feira (14), sobe ao palco do Mucane a Banda de Congo da Barra do Jucu (mestre Honório), que é a mais antiga do lugar e mantém uma tradição de 43 anos. Foi fundada por Honório de Oliveira Amorim e atualmente tem como mestre Daniel Vieira dos Santos, integrante da formação inicial. Com sua batida própria, a banda tem como padroeiro São Benedito e faz várias apresentações pelo Brasil.

Mais uma atração capixaba apresenta-se na sexta-feira (15). Trata-se da bateria da Unidos da Piedade, que é a primeira escola de samba do Espírito Santo. Com 14 títulos no Carnaval de Vitória, a Piedade completa 60 anos este ano e se coloca como patrimônio cultural do Espírito Santo. Sua bateria faz jus ao título de “Berço do Samba” que a Piedade ostenta.

Fechando a programação, no sábado (16), apresenta-se o grupo paraense Samba de Cacete da Vacaria (PA). Os participantes são moradores da zona rural da cidade de Cametá e vivem da produção agrícola. O tradicional samba de cacete é geralmente praticado em mutirões chamados "o convidado", em que a comunidade junta suas forças para preparar a terra para o plantio. O samba é tocado no intuito de animar o grupo para que o trabalho seja feito com eficiência e rapidez.

Serviço
Sonora Brasil Tambores e Batuques
Quando: de domingo (10) a sábado (16), a partir das 19 horas
Onde: Museu Capixaba do Negro (Mucane) – avenida República, 121, Centro
Entrada gratuita

fonte: @edisonmariotti #edisonmariotti  http://g1.globo.com/espirito-santo/musica/noticia/2014/08/projeto-leva-musica-negra-museu-no-centro-de-vitoria.html

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