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sexta-feira, 23 de outubro de 2015

A história do balé russo, segundo Boris Eifman, fala sobre futuro museu dedicado à dança. -- The history of Russian ballet, according to Boris Eifman, talks about future museum dedicated to dance

Em entrevista, coreógrafo do Ballet Teatro de São Petersburgo fala sobre futuro museu dedicado à dança e atual crise de identidade do balé.



Boris Eifman Foto:Press Photo

Está aberta a nova temporada do Ballet Teatro de São Petersburgo, comandado pelo coreógrafo e diretor artístico Boris Eifman. Além da estreia de espetáculos, acontece também a reabertura da recém-restaurada mansão dos Dobbert, que será transformada no Museu de História do Balé.

Em entrevista à Gazeta Russa, Eifman, que na era comunista resolveu contrariar as tendências locais da época e fazer dança moderna no país, falou sobre o futuro museu, seus novos trabalhos e a crise atual no universo do balé.



Como será o Museu de História do Balé?

Quero reunir um acervo que conte a história dos três séculos do balé de Petersburgo. Ao longo desse período, a cidade se transformou em um dos mais importantes centros de balé do mundo.

Com Bolshoi, brasileiros da companhia retornam à terra natal

São Petersburgo ocupa um lugar singular na história do balé mundial. Aqui o balé surgiu e se desenvolveu graças a personalidades europeias, principalmente francesas, do mundo da dança. Jean-Baptiste Landé, Charles-Louis Didelot e Marius Petipa, por exemplo.

Não faz sentido ignorar a influência da cultura europeia na formação do balé nacional russo. Ao mesmo tempo, não podemos esquecer que em São Petersburgo foram feitas as montagens mais famosas dos clássicos que constituem a base da arte coreográfica mundial – “A bela adormecida”, “O quebra-nozes”, “La Bayadère” e etc.

A exposição ocupará o espaço da recém-restaurada mansão dos Dobbert, um monumento da arquitetura em madeira do século 19, localizada ao lado da nossa Academia de Dança.

De onde virão as peças para o acervo?

Vamos firmar uma parceria com museus tanto russos como estrangeiros e realizar um trabalho sério de pesquisa em arquivos. Além disso, planejamos entrar em contato com herdeiros de bailarinos e coreógrafos famosos. Esperamos que muitos deles se sensibilizem e concordem em ceder objetos que pertenciam a seus parentes famosos.

Em que fase se encontra hoje a história do balé russo? Até que ponto ele está integrado ao contexto mundial e de que forma mantém sua originalidade?

Estamos vivendo um momento de ruptura não apenas no balé russo, mas também no mundial. As personalidades do mundo do balé encontram-se em uma encruzilhada. Por um lado, reconhecem que a eterna influência do balé abstrato é um caminho que não leva a lugar nenhum. Por outro, as tentativas de superar a estagnação e de criar novos espetáculos de grande porte, baseados nos princípios do balé teatral, em geral, não têm alcançado êxito.

Um registro íntimo do balé russo

Isso acontece porque, durante as décadas de predomínio do balé moderno, os colegas simplesmente desaprenderam a trabalhar com os espetáculos de grandes dimensões.

Quanto à originalidade do balé nacional, o maior obstáculo é a tentativa de copiar os modelos de coreografia ocidental. Está claro que isso é consequência de certo complexo de isolacionismo, surgido entre nós ainda no período soviético.

Agora chegou o momento de reconhecer que a crise existente no balé tem caráter global. Em primeiro lugar, podemos apontar o deficit de líderes criativos e de ideias inovadoras.

O grupo que você comanda viaja muito ao exterior...

Nos últimos dois anos, visitamos Nova York, Washington, Londres, Paris e outras cidades. O nosso grupo sempre se apresentou com casa cheia. Em algumas cidades, os organizadores até propuseram espetáculos extras.


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http://gazetarussa.com.br/arte/teatro/2015/10/03/a-historia-do-bale-ruso-segundo-boris-eifman_479363VLADÍMIR DUDIN, ESPECIAL PARA GAZETA RUSSA

Cultura e conhecimento são ingredientes essenciais para a sociedade.

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The history of Russian ballet, according to Boris Eifman, talks about future museum dedicated to dance

In an interview, choreographer of the Ballet Theatre of St. Petersburg talks about future museum dedicated to dance and ballet current identity crisis.

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Boris Eifman Photo: Press Photo

It is open the new season of Ballet Theatre of St. Petersburg, led by choreographer and artistic director Boris Eifman. In addition to the premiere shows, also happens to reopen the newly restored mansion of Dobbert, which will be transformed into the History of the Ballet Museum.

In an interview with Russian Gazette, Eifman, who in the Communist era decided to counter local trends of the time and doing modern dance in the country, he talked about the future museum, their new work and the current crisis in the ballet universe.

How will the Museum of History of Ballet?

I want to bring together a collection that tells the story of three centuries of the Petersburg ballet. Throughout this period, the city became one of the world's leading ballet centers.

With Bolshoi, the company's Brazilian return to homeland
St. Petersburg occupies a singular place in the history of world ballet. Here ballet arose and developed thanks to European figures, mostly French, of the dance world. Jean-Baptiste Lande, Charles-Louis Didelot and Marius Petipa, for example.

It makes no sense to ignore the influence of European culture in the formation of the Russian National Ballet. At the same time, we must remember that in St. Petersburg have made the most famous assembly of the classics that form the basis of world choreographic art - "Sleeping Beauty", "The Nutcracker", "La Bayadere" and etc.

The exhibition will occupy the space of the newly restored mansion of Dobbert, a monument of wooden architecture of the 19th century, located next to our Dance Academy.

Where will the pieces to the collection?

We partner with both Russian and foreign museums and do serious research work in archives. In addition, we plan to contact heirs of dancers and famous choreographers. We hope that many of them raise awareness and agree to assign objects that belonged to his famous relatives.

At what stage is today the history of Russian ballet? The extent to which it is integrated into the global context and how it maintains its originality?

We are living a moment of rupture not only in Russian ballet, but also in the world. The ballet world's personalities are at a crossroads. On the one hand, they recognize that eternal influence of abstract ballet is a path that leads nowhere. On the other, attempts to overcome stagnation and create new large-scale shows, based on the principles of theatrical ballet, in general, have not achieved success.

An intimate record of the Russian Ballet
This is because, during the decades of dominance of modern ballet, colleagues simply unlearned working with large spectacles.

As the originality of the National Ballet, the biggest hurdle is trying to copy the western choreography models. It is clear that this is a result of certain complex isolationism that emerged between us even in Soviet times.

Now the time has come to recognize that the existing crisis in the ballet has global character. First, we can point deficit creative leaders and innovative ideas.

The group that you command travels a lot abroad ...

The last two years, we visited New York, Washington, London, Paris and other cities. Our group always performed with full house. In some cities, the organizers proposed to extra shows.



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