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domingo, 15 de outubro de 2017

The Dutch Danielle Kuijten comes to Rio de Janeiro, Brazil, to attend an international seminar on training, management, reinterpretation and use of institutions' collections. - A holandesa Danielle Kuijten vem ao Rio de Janeiro, Brasil, para participar de seminário internacional sobre formação, gerenciamento, reinterpretação e uso dos acervo das instituições.

Amid polemics involving museums and cultural centers in Brazil, with protests against works on one side and artists claiming freedom of expression from another, Rio hosts an international seminar on training, management, reinterpretation and use between October 17 and 20 of the collections of museums. There will be two days of seminar at the Fundação Getúlio Vargas Auditorium and two other workshops held at the Rio Art Museum (MAR). Among the 29 professionals from different areas in Brazil, Germany, the United Kingdom, the Netherlands, Peru and Portugal who will be discussing the challenges of the 21st century are the Dutch Danielle Kuijten, vice-president of the Committee for the Development of Collections of the International Council of Museums Icom).


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Danielle Kuijten participates in a seminar in Rio de Janeiro
  -Disclosure


In the distance, Danielle accompanied the news about the censorship of the exhibition "Queermuseu" and the accusation of apology to pedophilia in the performance "La bête". A master's degree in museology from the Reinwardt Academy in Amsterdam, she finds it difficult for museums to be completely protected from this controversial type, in a time when content and opinions are rapidly disseminated through social networks.

- When discussing controversial issues, one must create debates and open dialogues. We, as museums, schedule these exhibitions to facilitate this dialogue. It is important to make sure the exhibits contain the right context and that this information is clear - says Dalielle, for whom it is equally complex to control what is recorded with cameras and cell phones inside the institutions. - It is possible to stipulate that, in certain views, photos are not allowed. This can reduce the leak on the internet, but there will always be people who are still going to do it. You need to be prepared to react quickly on social networks, bringing the right context to the works.

Outside Brazil, works and exhibitions have also suffered resistance. Earlier this month, the sculpture "Domestikator" from the Dutch collective Atelier Van Lieshout was taken from a public display by the Louvre for its "sexually explicit" content. Exhibitions such as "The Beast and the Sovereign" (2015) in Barcelona and the retrospective of the American photographer Jock Sturges (2016) in Moscow were suspended on similar grounds. For the Dutch, the institutions need to be strategic also in the digital environment, avoiding and minimizing noises in relation to the exposed collection.

- Social networks have changed the forms of dialogue. They have enabled people to speak for or against certain content. Museums should also be online intelligently and visibly, to give context to the works whenever necessary. Contemporary art has always been in the midst of heated discussions. As we begin to censor exposures that make the audience uneasy, we are betraying essential freedoms, "says Danielle, for whom the clarity of the institution is essential to prevent future polemics. - It is necessary to avoid surprising people, being as transparent as possible in what is being displayed, informing the public well. Warnings about content are also effective for viewers to decide what to watch or not before entering the shows.

Precautions, however, should not constrain institutions from their role of promoting debate and addressing issues that challenge the public, she says.

- The museum is the place where past and present meet, inviting the public to dialogue. Institutions should take advantage of all the changes we see to become spaces where people feel welcomed, but also challenged - analyzes. - To account for what is happening in society, museums need to position themselves socially and politically. Museum is not neutral place. Therefore, you should not avoid topics such as racism, discrimination, gender diversity, inequality. Professional museums should involve people, strengthen critical thinking. By censoring exhibits, you shut up voices you do not want to hear.

The seminar of Icom's international committees is held in Rio with the support of FGV Projetos, Consulado Geral do Reino de Holanda, Roberto Marinho Foundation, Instituto Moreira Salles, Rio Art Museum / RJ Municipal Culture, Systems of the Future and Casa de Rui Barbosa Foundation.












https://oglobo.globo.com/cultura/artes-visuais/especialista-diz-que-museus-devem-acolher-mas-desafiar-21948101

collaboration: Marilia Bonas

Cultura não é o que entra pelos olhos e ouvidos,
mas o que modifica o jeito de olhar e ouvir. 

A cultura e o amor devem estar juntos.
Vamos compartilhar.

Culture is not what enters the eyes and ears, 
but what modifies the way of looking and hearing.












--br
A holandesa Danielle Kuijten vem ao Rio de Janeiro, Brasil, para participar de seminário internacional sobre formação, gerenciamento, reinterpretação e uso dos acervo das instituições.

Em meio a polêmicas envolvendo museus e centros culturais no Brasil, com protestos contra obras de um lado e artistas reivindicando liberdade de expressão de outro, o Rio sedia, entre 17 e 20 de outubro, um seminário internacional sobre formação, gerenciamento, reinterpretação e uso dos acervos dos museus. Serão dois dias de seminário no Auditório da Fundação Getúlio Vargas e outros dois de oficinas, realizadas no Museu de Arte do Rio (MAR). Entre os 29 profissionais de diversas áreas de Brasil, Alemanha, Reino Unido, Holanda, Peru e Portugal que debaterão desafios do século XXI, está a holandesa Danielle Kuijten, vice-presidente do Comitê para o Desenvolvimento de Coleções do do Conselho Internacional de Museus (Icom).

À distância, Danielle acompanhou as notícias sobre a censura à exposição “Queermuseu” e a acusação de apologia à pedofilia na performance “La bête”. Mestre em Museologia pela Reinwardt Academy, de Amsterdã, ela acha difícil que museus consigam se proteger completamente deste tipo polêmica, em tempos em que conteúdos e opiniões são disseminados rapidamente pelas redes sociais.

— Ao abordar temas controversos, deve-se criar debates e abrir diálogos. Nós, como museus, programamos essas exposições para facilitar esse diálogo. É importante certificar-se de que as exposições contenham o contexto correto e que essas informações estejam claras — observa Dalielle, para quem é igualmente complexo o controle do que é registrado com câmeras e celulares no interior das instituições. — É possível estipular que, em certas exibições, fotos não são permitidas. Isso pode reduzir o vazamento na internet, mas sempre haverá pessoas que ainda vão fazê-lo. É preciso estar preparado para reagir rapidamente nas redes sociais, levando o contexto correto às obras.

Fora do Brasil, obras e exposições também têm sofrido resistência. No início do mês, a escultura “Domestikator”, do coletivo holandês Atelier Van Lieshout, foi retirada de uma mostra pública pelo Louvre por seu conteúdo “sexualmente explícito”. Exposições como “The beast and the sovereign” (2015), em Barcelona, e a retrospectiva do fotógrafo americano Jock Sturges (2016), em Moscou, foram suspensas por alegações semelhantes. Para a holandesa, as instituições precisam ser estratégicas também no meio digital, evitando e minimizando ruídos em relação ao acervo exposto.

— As redes sociais alteraram as formas de diálogo. Elas possibilitaram que pessoas falem a favor ou contra determinado conteúdo. Os museus também devem estar online de forma inteligente e visível, para dar contexto às obras sempre que necessário. A arte contemporânea sempre esteve em meio a discussões acaloradas. No momento em que começamos a censurar exposições que deixam o público desconfortável estamos traindo liberdades essenciais — ressalta Danielle, para quem a clareza da instituição é essencial para prevenir futuras polêmicas. — É preciso evitar surpreender as pessoas, sendo o mais transparente possível no que está sendo exibido, informando bem ao público. Advertências sobre o conteúdo também são eficazes para que os espectadores decidam o que ver ou não antes de entrar nas mostras.

As precauções, porém, não devem cercear as instituições de seu papel de promover debates e abordar temas que desafiem o público, ela diz.

— O museu é o lugar em que passado e presente se encontram, convidando o público a dialogar. As instituições devem se aproveitar de todas as mudanças que presenciamos para se tornar espaços onde as pessoas se sintam acolhidas, mas também desafiadas — analisa. — Para dar conta do que acontece na sociedade, os museus precisam se posicionar social e politicamente. Museu não é lugar neutro. Portanto, não deve evitar tópicos como racismo, discriminação, diversidade de gênero, desigualdade. Profissionais de museus devem envolver as pessoas, reforçar o pensamento crítico. Ao censurar exposições, você cala vozes que não quer ouvir.

O seminário dos comitês internacionais do Icom é realizado no Rio com o apoio da FGV Projetos, Consulado Geral do Reino dos Países Baixos, Fundação Roberto Marinho, Instituto Moreira Salles, Museu de Arte do Rio/Secretaria Municipal de Cultura RJ, Sistemas do Futuro e Fundação Casa de Rui Barbosa.

colaboração: Marilia Bonas

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