O Museu da Música Portuguesa (MMP), em Cascais, em comunicado enviado à Lusa, expressa o seu contentamento pela classificação do cante alentejano como Património Cultural da Humanidade, decidida hoje na UNESCO, em Paris.
"Hoje, o cante é também um ato de resistência ao esquecimento, uma força agregadora que consolida, pela música, uma memória coletiva, vivida em espaços de sociabilização e que se reinventa pelas novas práticas performativas. Esta força revelada é em si desígnio de património cultural imaterial vivido e conservado pelos detentores desta tradição", afirma o MMP.
O MMP "congratula-se com a entrada do cante alentejano na Lista Representativa do Património Cultural Imaterial da Humanidade" e convida o público a visitar a exposição "Michel Giacometti e o Cante", que é "uma homenagem ao trabalho do etnólogo e ao grupo coral Estrelas do Guadiana, de Tires, exemplo vivo de que, mesmo na diáspora, o `cante` está presente".
A coleção de instrumentos musicais de Michel Giacometti (1929-1990), etnomusicólogo que realizou amplas investigações e recolhas de música popular portuguesa, entre outras regiões, no Alentejo, Beira Baixa e Ribatejo, constituiu o núcleo fundador do Museu, no qual se integrou a sua biblioteca de trabalho, que deu origem ao Centro de Documentação.
Michel Giacometti criou os Arquivos Sonoros Portugueses em dezembro de 1960, que fazem também parte deste museu instalado na Casa Verdades Faria, no Monte Estoril, no concelho de Cascais.
Até às investigações de Giacometti, que foi pioneiro, Portugal era um dos raros países da Europa que não possuía uma antologia da sua música tradicional e um arquivo sonoro.
Com a decisão da UNESCO, esta manhã, o cante alentejano, um canto coletivo, sem recurso a instrumentos e que incorpora música e poesia, passa a estar inscrito na lista do Património Cultural Imaterial da Humanidade.
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