Para já, o museu de fotografia de Marraquexe ainda é só um projecto, mas já está a criar debate.
Fotografia de Lewis Morley no metro de Paris, no início dos anos 1960 Cortesia: Museu de Fotografia e Artes Visuais de Marraquexe
Crianças e adultos reúnem-se muitas vezes à volta dela e manifestam a sua estranheza ou curiosidade: “Mas por que razão há-de uma fotografia de um casal a beijar-se ser arte?” A pergunta é simples e traduz uma preocupação genuína, diz Mostafa Aghrib, director cultural do Museu de Fotografia e Artes Visuais de Marraquexe, citado pelo diário britânico The Guardian. “Não é que o assunto da fotografia os intrigue ou os afenda. Eles simplesmente não compreendem.” Esta imagem dos anos 1960, feita por Lewis Morley no metro de Paris, faz parte de uma exposição temporária no Palácio El Badi, que dentro de uns anos – a inauguração do projecto do arquitecto David Chipperfield foi anunciada para 2016, mas o prazo parece agora difícil de cumprir – será uma das maiores galerias de fotografia do mundo.
A cidade marroquina não é especialmente conhecida pelas artes, escreve Sean O’Hagan, do Guardian, mas é famosa, sobretudo entre os profissionais do ramo, pelo facto de muitos dos seus habitantes serem avessos às objectivas, cansados que estão dos fotógrafos que os perseguem nas ruas da medina, em praças, mercados e jardins à procura daquele instante de cor e exotismo que tantas vezes encontramos nas revistas de viagens.
Para vencer esta desconfiança em relação à fotografia, o museu, concebido pela filantropa Keren Ruimy e pela sua família, terá como acervo permanente uma extensa colecção do século XIX à actualidade, comprometendo-se a organizar temporárias com autores contemporâneos, dando especial atenção aos africanos, mas sem esquecer os restantes. O caminho a percorrer é, no entanto, ainda longo e não pode abstrair-se da cultura e hábitos locais.
Lembra o artigo do diário britânico que houve quem faltasse à inauguração de uma exposição recente com fotografia de um dos nomes maiores da famosa agência Magnum, Eve Arnold, porque estavam a servir álcool.
A direcção do museu terá de encontrar uma maneira de chegar ao público marroquino em geral, conquistadas que estão as elites locais. Aghrib, o director do museu, está optimista: “Temos de confiar no trabalho que penduramos nas paredes e confiar na nossa capacidade de explicar as questões que podem vir a rodear uma imagem potencialmente controversa. Temos de explicar que a fotografia também faz isso – cria debate.”
Crianças e adultos reúnem-se muitas vezes à volta dela e manifestam a sua estranheza ou curiosidade: “Mas por que razão há-de uma fotografia de um casal a beijar-se ser arte?” A pergunta é simples e traduz uma preocupação genuína, diz Mostafa Aghrib, director cultural do Museu de Fotografia e Artes Visuais de Marraquexe, citado pelo diário britânico The Guardian. “Não é que o assunto da fotografia os intrigue ou os afenda. Eles simplesmente não compreendem.” Esta imagem dos anos 1960, feita por Lewis Morley no metro de Paris, faz parte de uma exposição temporária no Palácio El Badi, que dentro de uns anos – a inauguração do projecto do arquitecto David Chipperfield foi anunciada para 2016, mas o prazo parece agora difícil de cumprir – será uma das maiores galerias de fotografia do mundo.
A cidade marroquina não é especialmente conhecida pelas artes, escreve Sean O’Hagan, do Guardian, mas é famosa, sobretudo entre os profissionais do ramo, pelo facto de muitos dos seus habitantes serem avessos às objectivas, cansados que estão dos fotógrafos que os perseguem nas ruas da medina, em praças, mercados e jardins à procura daquele instante de cor e exotismo que tantas vezes encontramos nas revistas de viagens.
Para vencer esta desconfiança em relação à fotografia, o museu, concebido pela filantropa Keren Ruimy e pela sua família, terá como acervo permanente uma extensa colecção do século XIX à actualidade, comprometendo-se a organizar temporárias com autores contemporâneos, dando especial atenção aos africanos, mas sem esquecer os restantes. O caminho a percorrer é, no entanto, ainda longo e não pode abstrair-se da cultura e hábitos locais.
Lembra o artigo do diário britânico que houve quem faltasse à inauguração de uma exposição recente com fotografia de um dos nomes maiores da famosa agência Magnum, Eve Arnold, porque estavam a servir álcool.
A direcção do museu terá de encontrar uma maneira de chegar ao público marroquino em geral, conquistadas que estão as elites locais. Aghrib, o director do museu, está optimista: “Temos de confiar no trabalho que penduramos nas paredes e confiar na nossa capacidade de explicar as questões que podem vir a rodear uma imagem potencialmente controversa. Temos de explicar que a fotografia também faz isso – cria debate.”
fonte: @edisonmariotti #edisonmariotti http://www.publico.pt/culturaipsilon/noticia/um-museu-para-a-fotografia-na-cidade-que-desconfia-da-fotografia-1678070
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