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quinta-feira, 21 de abril de 2016

Museu Etnográfico de Santa Catarina, Brasil, guarda objetos e memórias do Brasil colônia.

Às margens da BR-101, em Biguaçu, no quilômetro 189 da rodovia, um casarão histórico e pomposo é a memória edificada dos primeiros anos de Santa Catarina como colônia. Embora erguido em meados do século 19, num tempo em que o atual balneário de São Miguel ainda tinha o status de Freguesia, abriga lembranças de um século anterior, quando o domínio português vivia o auge.


Foi no ano de 1748 que as primeiras 140 famílias das ilhas dos Açores e Madeira, no Atlântico, chegaram ao litoral catarinense para dar conta do projeto de ocupação do litoral. Esses vestígios estão guardados no casarão batizado Casa dos Açores e que é sede, desde 1979, do Museu Etnográfico do Estado, administrado pela Fundação Catarinense de Cultura.


Casa dos Açores fica próxima à entrada do Balneário São Miguel, em Biguaçu
Foto: Marco Favero / agencia rbs


A casa integra o conjunto arquitetônico tombado como patrimônio histórico federal formado pela Igreja de São Miguel Arcanjo e os arcos do antigo aqueduto. 

O primeiro dono foi o fazendeiro e senhor de escravos João Ramalho da Silva Pereira, só que de sua morada pouco se sabe. Apenas a senzala, construída por ele para alojamento de homens e mulheres forçados a trabalhar como escravos, ainda está lá, intacta. Esse cenário é hoje suavizado por objetos e ferramentas de uso no campo em exposição.



No andar térreo há salas com exposições permanentes e temporárias. Num dos cômodos da casa, pode-se ver como eram os dormitórios: camas de madeira pesada e escura, penteadeiras e guarda-roupas, jarros para água e penico de porcelana acomodado junto aos pés da cama.

Em outro ambiente há réplicas das roupas usadas pelos açorianos quando chegaram. As mulheres com saias de tecido grosso, camisa com botões fechados até o pescoço e lenços coloridos dobrado em triângulos para cobrir os ombros. Os homens usavam calças grossas de linho ou lã e camisas.

_ O museu mostra um pouco do que era a cultura que existia naquela época. Nossa origem vem desse tempo - diz Valmir Martins Pereira, 58 anos, administrador do museu há sete meses.

No andar de cima, além da administração, está um auditório para até 40 pessoas que num futuro próximo será usado para oficinas gratuitas de teatro e exibições de vídeos para idosos. Esse é o plano.

Passeio ecológico no quintal

Um dos pontos mais atraentes no conjunto arquitetônico da Casa dos Açores é a área externa. O imenso pátio fica a cerca de 400 metros do mar, de frente para a baía norte de Florianópolis, e um passeio pelo gramado convida a sentar à sombra de abacateiros, pitangueiras, pés de maracujá, bananas e outras árvores frutíferas.Seguindo pelo gramado, chega-se a um monjolo e a uma bica d'água, com duas pedras lisas, onde nos séculos passados mulheres escravizadas lavavam roupas para seus donos.

Segundo o administrador, há planos de se abrir e demarcar uma trilha ecológica conectando o casarão ao aqueduto e a uma pequena queda d'água.Um problema verificado na casa em si é o das aberturas de janelas e portas, que precisam de reparos.

Ainda que pareça distante de tudo, o museu tem uma visitação média de 800 a 1 mil pessoas por mês, incluindo visitas de escolas. A maioria dos turistas vem da região norte do Estado - por isso a urgência de a sinalização para entrada do museu ser, claro, no sentido norte-sul, antes do acesso à marginal da rodovia.

Até 5 de junho, duas exposições temporárias ocorrem na Casa: de peças feitas em barro e argila pelo oleiro Lourival Medeiros e de fotos e maquetes das Fortalezas da Ilha de Santa Catarina.




Fonte: @edisonmariotti #edisonmariotti

http://dc.clicrbs.com.br/sc/entretenimento/noticia/2016/04/museu-etnografico-de-sc-guarda-objetos-e-memorias-do-brasil-colonia-5778910.html

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