"Um defeito de cor" é um romance narrado por uma mulher africana que foi capturada na costa da África, na cidade de Uidá, e foi transportada em um navio negreiro para o Brasil. O primeiro destino de Kehinde foi a Bahia e a partir daí uma longa história se desenrola.
A vida da personagem principal é recheada de bons e maus momentos, dessa forma, podemos ler no livro cenas de estupro, de violência contra os negros, de revoltas políticas, de lutas pelo fim da escravidão no Brasil, mas também podemos ler "relatos" das grandes festas católicas da Bahia, bem como grande festas africanas nas quais os deuses da África eram adorados. Luísa (nome cristão de Kehinde) passou por vários lugares do Brasil depois que conseguiu comprar a alforria dela e do seu filho, entre eles está o Rio de Janeiro, porém, após fracassar com a busca de um filho perdido, ela acaba voltando para a África e se reestabelece em Uidá iniciando uma nova fase em sua vida.
Ana Maria Gonçalves na abertura do Festival Latinidades 2014
Enquanto viveu no Brasil, a personagem principal se envolveu muito com a cultura religiosa do seu povo, que existia clandestinamente em território cristão, e, na obra, ela narra histórias de vários orixás e dos cultos realizados para eles. Conta também o pouco que conhece da religião dos muçurimins a partir do contato que teve com eles. Ela narra todos os altos e baixos da sua vida, como foram os seus relacionamentos amorosos com homens negros e brancos, como conseguiu sobreviver quando corria perigo, como foi sua participação em uma revolta na Bahia, etc.
Há a presença de diversos outros personagens no livro, sendo algumas delas figuras históricas. Entre os personagens mais importantes para o desenvolvimento do romance figuram a Sinhá Ana Filipa e seu esposo, a Sinhazinha Maria Clara, que se tornou uma fiel amiga de Kehinde, os pretos que ela conheceu na sua primeira morada (ou senzala), Esméria, que se tornou uma mãe para Kehinde, Tico e Hilário. E mais tarde o Fatumbi, o padre, Alberto, Baba Ogumfiditimi, Banjokô (seu primogênito), Jonh e os seus outros três filhos.
É uma narrativa longa, de 952 páginas, mas foi escrita por Ana Maria Gonçalves com maestria, simplicidade e ritmo. Peca apenas em um ponto: a história começa a ser contada por Kehinde sem estar endereçada a uma pessoa em específico, como se fosse para um grande público, mas quase na metade do romance, quando nasce o segundo filho da personagem, a narrativa passa a ser endereçada para ele, o que causa certo estranhamento até que o leitor se acostume com a mudança.
"Um dedeito de cor" é rico em expressões de línguas africanas, em imagens, histórias, sons e espiritualidade e é um romance emocionante. A partir dele podemos ler um período da escravidão na ótica do escravizado, mostra o lado, as privações e os sentimentos dos negros oprimidos, coisa rara na literatura brasileira. Mostra também a beleza da mistura da cultura africana com a cultura do Brasil, além de criar um trânsito entre elas duas, mostra a face de um Brasil que muitos desconhecem.
É, sem dúvida, um belo romance.
Cultura e conhecimento são ingredientes essenciais para a sociedade.
A cultura é o único antídoto que existe contra a ausência de amor
Vamos compartilhar.
--in via tradutor do google
Brazilian culture - Book: "A color defect" of the Maria Gonçalves.
"A color defect" is a novel narrated by an African woman who was captured off the coast of Africa, in the city of Ouidah, and was carried on a slave ship to Brazil. The first destination was Kehinde Bahia and from there a long story unfolds.
The life of the main character is full of good and bad times, thus we read in the book of rape scenes, violence against blacks, of political upheavals, struggles for the end of slavery in Brazil, but we can also read "reports" the great Catholic parties of Bahia, as well as great African parties in which the gods were worshiped Africa. Louise (Christian name Kehinde) went through several places in Brazil then he could buy manumission her and her son, among them is the Rio de Janeiro, however, after failing with the search for a lost child, she comes back to Africa and reestablishes in Ouidah starting a new phase in your life.
Ana Maria Gonçalves at the opening of Latinidades Festival 2014
While living in Brazil, the main character is very involved with the religious culture of his people, who clandestinely existed in Christian territory, and in the work, she tells stories of various deities and worship performed for them. It also has the little he knows about the religion of muçurimins from the contact he had with them. She tells all the ups and downs of his life, as were their loving relationships with black and white men, how he managed to survive when in danger, as their participation in a revolt in Bahia, etc.
There is the presence of several other characters in the book, some of them historical figures. Among the most important figures in the development of the novel include the Sinha Ana Filipa and her husband, the Sinhazinha Maria Clara, who became a faithful friend of Kehinde, black she met in her first address (or slave quarters), Esméria that She became a mother to Kehinde, Tico and Hilário. And later Fatumbi, Father Alberto, Baba Ogumfiditimi, Banjoko (his firstborn), John and their three other children.
It's a long story, 952 pages, but it was written by Ana Maria Gonçalves masterfully, simplicity and pace. Peca only on one point: the story begins to be told by Kehinde without being addressed to a specific person, as if to a large audience, but almost half of the novel, when born the second son of the character, the narrative becomes It is addressed to him, which causes certain estrangement until the reader gets used to the change.
"A color dedeito" is rich in expressions of African languages, images, stories, sounds and spirituality and is an exciting novel. From it we read a period of slavery in the view of the enslaved, shows the side, deprivation and feelings of oppressed blacks, rare in Brazilian literature. It also shows the beauty of the mixture of African culture with the culture of Brazil, in addition to creating a transit between two of them, shows the face of a Brazil that many are unaware of.
It is undoubtedly a beautiful romance.
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