Uma moradia concebida para partilhar com os demais cidadãos de Lisboa a obra que foi reunindo do genial Rafael Bordalo Pinheiro e onde continuamos a encontrar os seus trabalhos de cerâmica, desenho, banda desenhada, jornalismo e humor, com uma especial atenção à figura do Zé Povinho.
Doada à Câmara de Lisboa em 1924, em 1992 foi aberta uma galeria de exposições temporárias onde continuamos a poder ver o humor e a atualidade da sua obra.
O Museu tem origem na importante colecção bordaliana reunida pelo poeta e panfletário republicano Cruz Magalhães, grande admirador da obra de Bordalo, que em 1913, encomenda o projecto para a moradia do Campo Grande, iniciando aí a instalação da colecção.
O Museu abre ao público em 1916, ainda confinado ao primeiro andar, mas em 1922 havia já sofrido remodelações, designadamente a criação de novas salas expositivas. Nesta data era já significativo o número de actividades de divulgação da obra do artista, entre exposições temporárias temáticas, conferências, criação do Grupo de Amigos Defensores do Museu e iniciativas para legar o museu ao Município de Lisboa, ideia que o fundador do museu acalentava desde a sua criação e que se veio a concretizar em 1924.
Reabre em 1926, já na posse da Câmara Municipal de Lisboa, remodelado e ampliado ao rés-do-chão, oferecendo ao público, para além da obra gráfica, uma importante colecção de cerâmica e uma biblioteca, a que se sucedem novas incorporações fruto de aquisições e de doações de obras até então na posse de familiares de Bordalo e de coleccionadores particulares.
A morte do fundador do museu, em 1928 deixando a Julieta Ferrão a direcção e ao Grupo de Amigos Defensores o papel de promoção da obra bordaliana, dita definitivamente a efectiva tutela desta instituição museológica por parte do Município de Lisboa. Em 1942, o Museu é integrado no Serviço de Museus, então criado, e em 1962 passa a ser gerido em conjunto com o Museu da Cidade e com o Museu Antoniano.
A construção, em 1992, de um edifício construído de raiz na zona posterior do edifício do museu, constituiu uma tentativa de colmatar os problemas de exiguidade de espaço da moradia, permitindo a realização de exposições temporárias, relacionadas com a obra bordaliana, e deixando à exposição permanente o seu carácter monográfico e biográfico centrado na figura de Rafael Bordalo Pinheiro.
Em 1999, o museu sofre graves problemas estruturais, devido à construção de um edifício em terrenos contíguos, tendo que encerrar para obras de consolidação.
Reabre ao público em 2005, após intervenção global de reabilitação e valorização de todo o conjunto edificado e área envolvente, com um novo programa museológico, baseado na actualização da investigação realizada. Os suportes expositivos foram concebidos de forma a permitir a rotatividade da colecção, habilitando assim a renovação cíclica da exposição permanente e simultaneamente a divulgação deste vasto acervo ao público.
O Museu Bordalo Pinheiro reúne a mais completa colecção bordaliana: 1200 peças de cerâmica; 3500 exemplares de gravura; 3000 originais, entre desenho e pintura; 900 fotografias de época; mais de 3000 publicações; um significativo acervo documental composto pelo espólio privado de Cruz Magalhães e do Grupo de Amigos relacionado com a história da constituição da colecção e da fundação do Museu, e pelo de Julieta Ferrão, primeira directora da instituição.
Cultura e conhecimento são ingredientes essenciais para a sociedade.
A cultura é o único antídoto que existe contra a ausência de amor
Vamos compartilhar.
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