O pedido está sendo analisado pelo Instituto do Patrimônio Histórico Artístico Nacional (Iphan). Cercado de mistério e religiosidade, instrumento foi fundamental para o surgimento de ritmos que serviram como base para a música brasileira.
O violeiro Chico Lobo considera a viola algo sagrado:
as fitas coloridas representam a decoção aos santos reis
O violeiro Chico Lobo considera a viola algo sagrado: as fitas coloridas representam a decoção aos santos reis
Uma caixa mágica que consegue expressar a brasilidade de um povo com um som inconfundível. É assim que o pesquisador e violeiro João Araújo define a viola caipira, um instrumento que foi trazido na época da colonização pelos portugueses e que conquistou o Brasil. Tanto que há uma mobilização para que a viola seja reconhecida como patrimônio imaterial pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Segundo ele, a ideia é preservar o instrumento como manifestação cultural.
"A viola tem uma coisa de paixão. Não é um simples instrumento. A viola tem o folclore que nunca vi em nenhum outro instrumento. Então, ela tem essa característica especial. Há uma paixão envolvida, em alguns até mesmo uma religiosidade", afirma o pesquisador.
A nossa viola surgiu a partir da viola de arame, trazida pelos portugueses, no século XVI. Era utilizada no processo de catequização dos índios e foi fundamental para o surgimento de ritmos que serviram como base para a música brasileira.
O violeiro Chico Lobo canta em sua música o que a viola representa para a cultura popular. Cercada de folclore e misticismo ela se torna mais do que um instrumento musical: passa a ser algo sagrado.
"As fitas coloridas representam a devoção a santos reis, amarradas nos braços da viola, protege o violeiro na sua lida de cantoria. O chocalho dentro da viola protege o violeiro também contra o mau olhado e faz o som ficar mais bonito. Então, é um instrumento mágico, carregado desse sincretismo religioso", diz o violeiro.
E com as bençãos de São Gonçalo do Amarante, santo protetor dos violeiros, músicos de todo o país fazem essa corrente em prol do reconhecimento. Cantor, compositor e contador de causos, Rolando Boldrin é um dos que apoiam o movimento:
"Pra gente, há muitos anos, há muito tempo, ela já é considerada patrimônio imaterial do nosso povo, do Brasil, só falta agora oficializar isso".
O pedido de reconhecimento foi apresentado ao Iphan, em Brasília. O instituto vai analisar a proposta, e as teses serão apresentadas. O Iphan também vai consultar especialistas e estudiosos no assunto para depois decidir se aceita ou não salvaguardar a viola caipira como patrimônio. Não há data de quando isso irá acontecer. A análise leva em conta ainda a vinda da viola para o Brasil, o instrumento como manifestação cultural que resistiu ao tempo e que ainda vai permanecer no futuro.
Crédito: Divulgação - Por Adriana Ferreira
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Artists are mobilized to make viola caipira immaterial patrimony of Brazil.
The application is being analyzed by the Institute of National Artistic Heritage (Iphan). Surrounded by mystery and religiosity, this instrument was fundamental for the emergence of rhythms that served as the basis for Brazilian music.
The violairo Chico Lobo considers the viola something sacred: the colored ribbons represent the decoration to the holy kings
Credit: Disclosure
By Adriana Ferreira
A magic box that can express the Brazilianness of a people with an unmistakable sound. This is how the researcher and violinist João Araújo defines the viola caipira, an instrument that was brought in the days of colonization by the Portuguese and that conquered Brazil. So much so that there is a mobilization so that the viola is recognized as intangible heritage by the Institute of National Historical and Artistic Heritage (Iphan). According to him, the idea is to preserve the instrument as a cultural manifestation.
"The viola has a thing of passion, it is not a simple instrument, the viola has the folklore that I have never seen in any other instrument, so it has this special characteristic, there is a passion involved, in some even a religiosity," he says the researcher.
Our viola came from the wire viola, brought by the Portuguese in the 16th century. It was used in the process of catechization of the Indians and was fundamental for the appearance of rhythms that served as the basis for Brazilian music.
The violinist Chico Lobo sings in his music what the viola represents for popular culture. Surrounded by folklore and mysticism it becomes more than a musical instrument: it becomes something sacred.
"The colored ribbons represent the devotion to holy kings, tied in the arms of the viola, protects the violinist in his chanting. The rattle inside the viola also protects the violinist against the evil eye and makes the sound more beautiful. A magical instrument, loaded with this religious syncretism, "says the violeiro.
And with the blessings of São Gonçalo do Amarante, the patron saint of violinists, musicians from all over the country make this current for the sake of recognition. Singer, composer and accountant of causes, Rolando Boldrin is one of those who support the movement:
"For us, for many years, for a long time, it is already considered intangible heritage of our people, Brazil, we just need to make this official."
The application for recognition was submitted to Iphan, in Brasilia. The institute will analyze the proposal, and the theses will be presented. Iphan will also consult experts and scholars on the subject and then decide whether or not to safeguard the viola caipira as patrimony. There is no date when this will happen. The analysis also takes into account the coming of the viola to Brazil, the instrument as a cultural manifestation that has stood the test of time and will remain in the future.
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