A viola de cocho é um instrumento musical singular quanto à forma e sonoridade, produzido exclusivamente de forma artesanal, com a utilização de matérias-primas existentes na Região Centro-Oeste do Brasil. Sua produção é realizada por mestres cururueiros, tanto para uso próprio como para atender à demanda do mercado local, constituída por cururueiros e mestres da dança do siriri. O Modo de Fazer a Viola de Cocho foi registrado no Livro dos Saberes, em 2005.
O nome viola de cocho deve-se à técnica de escavação da caixa de ressonância da viola em uma tora de madeir inteiriça, mesma técnica utilizada na fabricação de cochos (recipientes em que é depositado o alimento para o gado). Nesse cocho, já talhado no formato de viola, são afixados um tampo e, em seguida, as partes que caracterizam o instrumento, como cavalete, espelho, rastilho e cravelhas. A confecção, artesanal, determina variações observadas de artesão para artesão, de braço para braço, de forma para forma.
Os materiais utilizados tradicionalmente para sua confecção são encontrados no eco-sistema regional, correspondendo a tipos especiais de madeiras para o corpo, tampo e demais detalhes do instrumento; ao sumo da batata ‘sumbaré’ ou, na falta desta, a um grude feito da vesícula natatória dos peixes (ou poca) para a colagem das partes componentes; a fios de algodão revestidos para trastes (que, na região, também são denominados pontos) e tripa de animais para as cordas.
Sua confecção, feita de forma artesanal, determina variações observadas de artesão para artesão, de braço para braço, de fôrma para fôrma. As violas podem ser decoradas, desenhadas a fogo e pintadas, ou mantidas na madeira crua, envernizadas ou não. As fitas coloridas amarradas no cabo indicam o número de rodas de cururu em que a viola foi tocada em homenagem a algum santo – que possui, cada qual, sua cor particular.
O polo de referência da produção e difusão do universo cultural da viola de cocho está em Mato Grosso, porque a maioria dos cururueiros encontrados em Corumbá e Ladário migraram de muitas localidades pelo rio Paraguai acima, quando os estados ainda estavam integrados. Fronteiras geopolíticas não correspondem necessariamente às fronteiras culturais e a divisão do Estado de Mato Grosso e a criação do Estado de Mato Grosso do Sul, não resultou na descontinuidade da cultura de tradições enraizadas muito antes do fato político.
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Cultura e conhecimento são ingredientes essenciais para a sociedade.
Cultura não é o que entra pelos olhos e ouvidos,
mas o que modifica o jeito de olhar e ouvir.
A cultura e o amor devem estar juntos.
Vamos compartilhar.
Culture is not what enters the eyes and ears,
but what modifies the way of looking and hearing.
--in via tradutor do google
The
viola de cocho is a unique musical instrument with regard to form and
sound, produced exclusively in an artisan way, with the use of raw
materials existing in the Central-West Region of Brazil. Its
production is carried out by cururueiros masters, both for its own use
and to meet the demand of the local market, constituted by cururueiros
and masters of the siriri dance. The Way of Making the Viola de Cocho was recorded in the Book of Knowledge in 2005.The
name viola of trough is due to the technique of excavation of the
resonance box of the viola in a log of solid wood, same technique used
in the manufacture of troughs (containers in which the food is deposited
for the cattle). In
this trough, already carved in the viola format, a top is affixed and
then the parts that characterize the instrument, such as easel, mirror,
fuse and pegs. Handmade craftsmanship determines variations observed from artisan to artisan, from arm to arm, from form to form.The
materials used traditionally for their preparation are found in the
regional eco-system, corresponding to special types of wood for the
body, top and other details of the instrument; To
the juice of the potato 'sumbaré' or, failing that, to a paste made
from the swimming vesicle of the fish (or little) for the gluing of the
component parts; To cotton-covered frets (which in the region are also called dots) and animal casings for the ropes.Its
manufacture, made in an artisan way, determines variations observed
from artisan to artisan, from arm to arm, from formwork to formwork. The violas can be decorated, drawn by fire and painted, or kept in the raw wood, varnished or not. The colored ribbons tied to the rope indicate the number of cururu
wheels in which the viola was played in honor of some saint - each of
whom has his own particular color.
The pole of production and diffusion of the cultural universe of the viola de cocho is in Mato Grosso, because most of the cururueiros found in Corumbá and Ladário migrated from many locations along the Paraguay River above, when the states were still integrated. Geopolitical borders do not necessarily correspond to cultural boundaries and the division of the State of Mato Grosso and the creation of the State of Mato Grosso do Sul did not result in the discontinuity of the culture of rooted traditions long before the political fact.
The pole of production and diffusion of the cultural universe of the viola de cocho is in Mato Grosso, because most of the cururueiros found in Corumbá and Ladário migrated from many locations along the Paraguay River above, when the states were still integrated. Geopolitical borders do not necessarily correspond to cultural boundaries and the division of the State of Mato Grosso and the creation of the State of Mato Grosso do Sul did not result in the discontinuity of the culture of rooted traditions long before the political fact.
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