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sábado, 28 de abril de 2018

Joãozinho da Gomeia, the king of Candomblé. The land where Gomeia was located has been transformed into an archaeological site and its excavations must reveal new stories about what was considered the "king of candomblé". - Joãozinho da Gomeia, o rei do Candomblé. O terreno onde ficava a Gomeia foi transformado em sítio arqueológico e suas escavações devem revelar novas histórias sobre aquele que foi considerado o “rei do candomblé”.

João Alves Torres Filho began his religious career in 1931 in Salvador, Brazil, but it was in the Baixada Fluminense that he achieved power and fame.

Controversial, bold, controversial, insolent, bold, unruly. These adjectives were common to express the strong genius of Joaozinho da Gomeia, remembered for his unorthodox attitudes toward the traditional terreiros of Bahia. The most famous babalorixá of Brazil came to be considered the "king of the candomblé" and, according to count, would have inspired Chico Anysio in the creation of the personage "Painho".

In the carnival of 1956 carried out an episode that shocked the people of Candomblé to be the headline of newspapers and magazines costumed of vedete. In an interview with a reporter from the magazine O Cruzeiro, the most important of the time, when asked if his fantasy violated the rules of candomblé, he gave the following answer:

"Not at all, my friend. First, because before I play I asked my guide for permission. Second, because the fact that I have fantasized about women does not mean disrespect to my cult, which is a democracy Switzerland. The Orixás know that we are made of flesh and bone and tolerate, above all, the inheritances of our human condition, as long as we do not abuse our free will. "

The reporter then commented ironically, "you're talking hard." To which Joaozinho da Gomeia promptly replied: "are you thinking that babalorixá has to be illiterate?" And with that same agility he responded to the old ialorixás of Bahia that questioned his conduct, often classified as disrespectful.

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Joãozinho da Gomeia took the dance of the Orixás from the terreiros to the stages of the theaters of Salvador. He was persecuted by the people of santo and by intellectuals of the time


Born in Inhambupe, Bahia, Joãozinho da Gomeia moved to Salvador. He suffered from severe headaches, so his godmother took him to the father of Saint Severiano Manoel de Abreu, also known with Jubiabá, who initiated him in Candomblé at the age of 16.

As "Jubiabá" was the name of a well-known novel of Jorge Amado, many controversies and contestations arose around its work and persecuted it by all life. Joãozinho da Gomeia never insisted on hiding his homosexual status. He was a handsome mulatto, who smoothed his hair and danced beautifully. Son of Oxóssi and Iansã, it had the intelligence of the hunter and the reasoning fast like lightning.
At first he established his terreiro in a space inherited from his godmother, but it was in Rua da Gomeia, in the neighborhood of São Caetano, that it emerged to become one of the greatest names of Afro-Brazilian religions. Its ritual mixed traditions of Angola, Ketu and the Candomblés de Caboclo. As the writer Jorge Amado recalled:

"Other candomblés may be purer in their rites, that of the Engenho Velho certainly will be. Also Axé Opô Afonjá, the great temple of the mother of santo Aninha, one of the most beautiful, noble and dignified women that I knew. (...) But no macumba as spectacular as that of the Gomeia field, now Nagô, now Angola, Candomblé de Caboclo, during the celebrations of Pedra Preta, one of the patrons of the house. "


Joãozinho da Gomeia took the Orixás dance to the stages of the theaters of Salvador. He was persecuted by the people of santo and by intellectuals of the time. Edison Carneiro and Ruth Landes did not cite it directly, but when they addressed the question of homosexuality in candomblé it was very clear that they had it as a reference. In fact, a negative reference, as many of his peers saw in Bahia so conservative.


In 1946 he moved to Rio de Janeiro, establishing his terreiro in Duque de Caxias. He attended politicians and artists and became very famous. However, the star of Joaozinho da Gomeia already shone in Salvador, and the difficult, peripheral road that led to the terreiro was covered by many white people and rich in search of the services of the young and promising father of saint and his celebrated guide, the Caboclo da Pedra Preta.


Already in the 1960s, its fame was consolidated and the terreiro was known not only in the Baixada, but in Rio de Janeiro and throughout Brazil. They say that his visits to the Catete Palace were constant. Getúlio Vargas and Juscelino Kubitschek never insisted on hiding their relationship with Joãozinho, as did so many artists and intellectuals of the time.


In addition to the cover story of O Cruzeiro magazine, in which he presented a series of photographs with the costumes of the orixás, Joãozinho da Gomeia rendered reports in several newspapers, made movies and recorded records. He loved carnival and was the highlight of the Serrano Empire.


In fact, Joãozinho da Gomeia's move to Rio de Janeiro is part of an important movement in which several babalorixás, who were gaining fame in Salvador, came up against the resistance of the mothers of saints and the more traditional terreiros.


There were many names, but we can say that Joãozinho da Gomeia, Pai Bobó and Pai Baiano, friends who fought and reconciled several times, formed a kind of crack that helped to spread and consolidate candomblé in the Southeast, starting many children in the Rio- Sao Paulo.
 Among the Bahian ialorixás, Mãe Menininha, with her benevolence and conciliatory character, was the closest to Joaozinho, including an Oxóssi painting that adorned the room of the mother of the saint of the Gantois was his gift. Even though they had disagreed over a period of time, she gave her one of her last religious obligations.

Joãozinho da Gomeia died prematurely, in São Paulo, at 56 years of age. Victim of a tumor or clot in the brain and heart complications. His burial is remembered to this day and has taken an air of legend in the Baixada Fluminense. They say that as he lowered his body to the grave, Iansan's rays cut through the sky and a sudden torrential storm made the day turn night.

Carlos Nobre recently gifted us with the book Gomeia João: the art of weaving the invisible and also Raul Lody and Vagner Gonçalves da Silva wrote Joãozinho da Gomeia: the playful and the sacred in the exaltation to candomblé.

The land where Gomeia was located has been transformed into an archaeological site and its excavations must reveal new stories about what was considered the "king of candomblé".




fonte: @edisonmariotti #edisonmariotti


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Culture is not what enters the eyes and ears, 
but what modifies the way of looking and hearing

Cultura não é o que entra pelos olhos e ouvidos,
mas o que modifica o jeito de olhar e ouvir.
 



--br
Joãozinho da Gomeia, o rei do Candomblé. O terreno onde ficava a Gomeia foi transformado em sítio arqueológico e suas escavações devem revelar novas histórias sobre aquele que foi considerado o “rei do candomblé”.

João Alves Torres Filho iniciou sua trajetória religiosa em 1931 ainda em Salvador, Brasil, mas foi na Baixada Fluminense que alcançou poder e fama.

Polêmico, ousado, controvertido, insolente, atrevido, desaforado. Esses adjetivos eram comuns para expressar o forte gênio de Joãozinho da Gomeia, lembrado por suas atitudes pouco ortodoxas em relação aos tradicionais terreiros da Bahia. O babalorixá mais famoso do Brasil chegou a ser considerado o “rei do candomblé” e, segundo contam, teria inspirado Chico Anysio na criação do personagem “Painho”.

No carnaval de 1956 protagonizou um episódio que chocou o povo do Candomblé ao ser manchete de jornais e revistas fantasiado de vedete. Em entrevista a um repórter da revista O Cruzeiro, a mais importante da época, ao ser questionado se sua fantasia infringia as regras do candomblé, deu a seguinte resposta:

“De maneira nenhuma, meu amigo. Primeiro, porque antes de brincar eu pedi licença ao meu guia. Segundo, porque o fato de eu ter me fantasiado de mulher não implica desrespeito ao meu culto, que é uma Suíça de democracia. Os orixás sabem que a gente é feito de carne e osso e toleram, superiormente, as inerências da nossa condição humana, desde que não abusemos do livre arbítrio.”

O repórter, então, comentou ironicamente: “você está falando difícil”. Ao que Joãozinho da Gomeia prontamente respondeu: “você está pensando que babalorixá tem que ser analfabeto?” E com essa mesma agilidade respondia às velhas ialorixás da Bahia que questionavam sua conduta, muitas vezes classificada como desrespeitosa.

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Joãozinho da Gomeia levou a dança dos Orixás dos terreiros para os palcos dos teatros de Salvador. Foi perseguido pelo povo de santo e por intelectuais da época

Nascido em Inhambupe, na Bahia, Joãozinho da Gomeia mudou-se ainda criança para Salvador. Sofria de fortes dores de cabeça, por isso sua madrinha o levou até o pai de santo Severiano Manoel de Abreu, também conhecido com Jubiabá, que o iniciou no candomblé com 16 anos de idade.

Como "Jubiabá" era o nome de um conhecido romance de Jorge Amado, muitas polêmicas e contestações surgiram em torno de sua feitura e o perseguiram por toda vida. Joãozinho da Gomeia nunca fez questão de esconder sua condição de homossexual. Era um mulato bonito, que alisava os cabelos e dançava lindamente. Filho de Oxóssi e Iansã, possuía a inteligência do caçador e o raciocínio rápido como um raio.

A princípio estabeleceu seu terreiro num espaço herdado de sua madrinha, mas foi na Rua da Gomeia, no bairro de São Caetano, que despontou para se tornar um dos maiores nomes das religiões afro-brasileiras. Seu ritual misturava tradições de Angola, Ketu e dos Candomblés de Caboclo. Como recordava o escritor Jorge Amado:

“Outros candomblés podem ser mais puros nos seus ritos, o do Engenho Velho certamente o será. Também o Axé Opô Afonjá, o grande templo da mãe de santo Aninha, uma das mais formosas, nobres e dignas mulheres que conheci. (...) Porém nenhuma macumba tão espetacular como essa da roça da Gomeia, ora nagô, ora angola, candomblé de caboclo quando das festas de Pedra Preta, um dos patronos da casa.”

Joãozinho da Gomeia levou a dança dos Orixás para os palcos dos teatros de Salvador. Foi perseguido pelo povo de santo e por intelectuais da época. Edison Carneiro e Ruth Landes não o citaram diretamente, mas quando tratavam a questão da homossexualidade no candomblé ficava muito claro que o tinham como referência. Aliás, uma referência negativa, como o viam muitos de seus pares naquela Bahia tão conservadora.

Em 1946 mudou-se para o Rio de Janeiro, estabelecendo seu terreiro em Duque de Caxias. Atendeu políticos e artistas e tornou-se muito famoso. Contudo, a estrela de Joãozinho da Gomeia já brilhava em Salvador, e o caminho difícil, periférico, que levava ao terreiro era percorrido por muita gente branca e rica em busca dos préstimos do jovem e promissor pai de santo e de seu festejado guia, o Caboclo da Pedra Preta.

Já na década de 1960, sua fama estava consolidada e o terreiro era conhecido não só na Baixada, mas no Rio de Janeiro inteiro e em todo o Brasil. Contam que suas visitas ao Palácio do Catete eram constantes. Getúlio Vargas e Juscelino Kubitschek nunca fizeram questão de esconder sua relação com Joãozinho, assim como tantos artistas e intelectuais da época.

Além da matéria de capa da revista O Cruzeiro, na qual apresentou uma série de fotografias com as vestimentas dos orixás, Joãozinho da Gomeia rendeu reportagens em diversos jornais, fez cinema e gravou discos. Adorava carnaval e era destaque do Império Serrano.

Na verdade, a mudança de Joãozinho da Gomeia para o Rio de Janeiro faz parte de um movimento importante, no qual diversos babalorixás, que vinham ganhando fama em Salvador, esbarravam na resistência das mães de santo e dos terreiros mais tradicionais.

Foram muitos nomes, mas podemos dizer que Joãozinho da Gomeia, Pai Bobó e Pai Baiano, amigos que brigaram e se reconciliaram diversas vezes, formaram uma espécie de trinca que ajudou a espalhar e consolidar o candomblé no Sudeste, iniciando muitos filhos no eixo Rio-São Paulo.

Entre as ialorixás baianas, Mãe Menininha, com sua benevolência e caráter conciliador, era a mais próxima de Joãozinho, inclusive um quadro de Oxóssi que enfeitava o quarto da mãe de santo do Gantois foi presente dele. Apesar de também terem se desentendido em certo período, confiou a ela uma de suas últimas obrigações religiosas.

Joãozinho da Gomeia morreu prematuramente, em São Paulo, aos 56 anos. Vítima de um tumor ou coágulo no cérebro e de complicações cardíacas. Seu enterro é lembrado até hoje e tomou ares de lenda na Baixada Fluminense. Contam que ao baixar seu corpo à sepultura, os raios de Iansã cortaram o céu e uma tempestade torrencial e repentina fez o dia virar noite.

Recentemente, Carlos Nobre nos brindou com o livro Gomeia João: a arte de tecer o invisível e também Raul Lody e Vagner Gonçalves da Silva escreveram Joãozinho da Gomeia: o lúdico e o sagrado na exaltação ao candomblé.

O terreno onde ficava a Gomeia foi transformado em sítio arqueológico e suas escavações devem revelar novas histórias sobre aquele que foi considerado o “rei do candomblé”.


https://www.cartacapital.com.br/blogs/dialogos-da-fe/joaozinho-da-gomeia-o-rei-do-candomble







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