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sexta-feira, 22 de março de 2024

Traveling exhibition Nhe’ẽ Porã: Memory and Transformation – Belém (PA)

Traveling exhibition Nhe’ẽ Porã: Memory and Transformation – Belém (PA)




Emílio Goeldi Paraense Museum

From February 7th to July 28th, 2024

It proposes a dive into the history, memory and current reality of the languages of the indigenous peoples of Brazil, through ethnographic and archaeological objects, audiovisual installations and works of art. The exhibition seeks to show other points of view on the material and immaterial territories, histories, memories and identities of these people, bringing to light their trajectories of struggle and resistance, as well as the corners and charms of their cultures.

Among the pieces included in the exhibition are several buttons – a type of adornment used to enlarge the lower lip; and tembetás - pieces of quartz placed under the lips. Both are objects that demonstrate skills valued among many people: oratory and listening. Also included in the exhibition was a rare bench carved in quartz, which in the Tukano worldview is directly associated with the grandmother of the universe, Yepário.

For a century and a half, the Museu Paraense Emílio Goeldi has been carrying out research, dissemination and preservation work on the ways of indigenous peoples, among the most recent includes the project Replicando o Passado, in partnership with potters from Icoaraci, district of Belém (PA ).

A product of this project, a replica of a Marajoara funerary urn, originally created by indigenous people who inhabited the Amazon region since approximately the year 500, will also be displayed at the exhibition.

Find out more about the exhibition

“Language is thought, language is spirit, language is a way of seeing the world and appreciating life”. This is how curator Daiara Tukano describes the starting point of Nhe’ẽ Porã: Memory and Transformation. The immersion begins with the name of the exhibition itself, which comes from the Guarani Mbya language: nhe’ẽ means spirit, breath, life, word, speech; and porã means beautiful, good. Together, the two words mean “beautiful words”, “good words” – that is, sacred words that give life to the human experience on earth.

With the participation of around 50 indigenous professionals, the exhibition is co-curated by anthropologist Majoí Gongora; special consultancy from Luciana Storto, a linguist specializing in the study of indigenous languages; in dialogue with the special curator of the Portuguese Language Museum, Isa Grinspum Ferraz.

The exhibition has a circular logic guided by a river of words written in different indigenous languages that crosses the entire exhibition space, connecting the rooms in a continuous cycle. At the beginning of the exhibition, the visitor comes across a forest of indigenous languages representing the great diversity that exists today in Brazil. In this forest, the public will be able to discover the sound of several of them.

The room next door, “Language is Memory”, brings to light histories of contact, violence and conflict resulting from the invasion of indigenous territories from the 16th century to contemporary times, problematizing the colonial process that declares itself “civilizing”. In this environment, other stories will be told through archaeological objects, works by indigenous artists, documentary records, audiovisual resources, multimedia and maps created especially for the exhibition with data on the distribution of the population and indigenous languages across Brazilian territory.

The transformations of indigenous languages are addressed in content that explores the resilience, richness and multiplicity of indigenous peoples' forms of expression. “We put into debate the fact that we are described as unscripted people, without writing, but our paintings are also written – just not alphabetic”, explains Daiara Tukano.

In the third room, the public will learn about the plurality of contemporary indigenous actions and creations, distributed in thematic niches, based on their protagonism in different spaces of society, such as their performance in teaching, research and artistic languages. In the space it is also possible to watch scenes from the Indigenous Peoples March, directed by filmmaker Kamikia Kisédjê.

By following the river's route, visitors reach a fourth nocturnal environment, an introspective dreamlike atmosphere that allows contact with the force present in the songs of masters of beautiful words. The river that ran along the exhibition floor now climbs the wall like a large snake until it turns into clouds of words – preparing the rain that will flow over the river itself again, continuing the cycle.

source: https://www.gov.br/museugoeldi/pt-br/arquivos/noticias/exposicao-nhe2019e-pora-memoria-e-transformacao-chega-ao-museu-goeldi

#edisonmariotti edison mariotti

.br

Exposição itinerante Nhe’ẽ Porã:

Memória e Transformação Belém (PA) Museu Paraense Emílio Goeldi

EDISON MARIOTTI

22 DE MARÇO DE 2024

Exposição itinerante Nhe’ẽ Porã: Memória e Transformação – Belém (PA)

Museu Paraense Emílio Goeldi

De 7 de fevereiro a 28 de julho de 2024

Propõe um mergulho na história, na memória e na realidade atual das línguas dos povos indígenas do Brasil, através de objetos etnográficos e arqueológicos, instalações audiovisuais e obras de arte. A exposição busca mostrar outros pontos de vista sobre os territórios materiais e imateriais, histórias, memórias e identidades desses povos, trazendo à tona suas trajetórias de luta e resistência, bem como os recantos e encantos de suas culturas.

Entre as peças da exposição estão diversos botões – espécie de adorno utilizado para alargar o lábio inferior; e tembetás – pedaços de quartzo colocados sob os lábios. Ambos são objetos que demonstram habilidades valorizadas por muitas pessoas: oratória e escuta. Também fez parte da exposição um raro banco esculpido em quartzo, que na visão de mundo Tukano está diretamente associado à avó do universo, Yepário.

Há um século e meio o Museu Paraense Emílio Goeldi realiza trabalhos de pesquisa, divulgação e preservação dos costumes dos povos indígenas, entre os mais recentes está o projeto Replicando o Passado, em parceria com ceramistas de Icoaraci, distrito de Belém (PA).

Produto desse projeto, também estará exposta na exposição uma réplica de uma urna funerária Marajoara, originalmente criada por indígenas que habitaram a região amazônica desde aproximadamente o ano 500.

Saiba mais sobre a exposição

“A linguagem é pensamento, a linguagem é espírito, a linguagem é uma forma de ver o mundo e de apreciar a vida”. É assim que a curadora Daiara Tukano descreve o ponto de partida de Nhe’ẽ Porã: Memória e Transformação. A imersão começa pelo próprio nome da exposição, que vem da língua Guarani Mbya: nhe’ẽ significa espírito, sopro, vida, palavra, fala; e porã significa bonito, bom. Juntas, as duas palavras significam “palavras bonitas”, “boas palavras” – isto é, palavras sagradas que dão vida à experiência humana na terra.

Com a participação de cerca de 50 profissionais indígenas, a exposição tem co-curadoria do antropólogo Majoí Gongora; consultoria especial de Luciana Storto, linguista especializada no estudo de línguas indígenas; em diálogo com a curadora especial do Museu da Língua Portuguesa, Isa Grinspum Ferraz.

A exposição tem uma lógica circular guiada por um rio de palavras escritas em diferentes línguas indígenas que atravessa todo o espaço expositivo, ligando as salas num ciclo contínuo. No início da exposição, o visitante se depara com uma floresta de línguas indígenas representando a grande diversidade que existe hoje no Brasil. Nesta floresta o público poderá descobrir o som de vários deles.

A sala ao lado, “Língua é Memória”, traz à tona histórias de contato, violência e conflitos decorrentes da invasão de territórios indígenas desde o século XVI até a contemporaneidade, problematizando o processo colonial que se autodeclara “civilizador”. Nesse ambiente, outras histórias serão contadas por meio de objetos arqueológicos, obras de artistas indígenas, registros documentais, recursos audiovisuais, multimídia e mapas criados especialmente para a exposição com dados sobre a distribuição da população e das línguas indígenas pelo território brasileiro.

As transformações das línguas indígenas são abordadas em conteúdos que exploram a resiliência, a riqueza e a multiplicidade das formas de expressão dos povos indígenas. “Colocamos em debate o fato de sermos descritos como pessoas improvisadas, sem escrita, mas nossas pinturas também são escritas – só que não em ordem alfabética”, explica Daiara Tukano.

Na terceira sala, o público conhecerá a pluralidade de ações e criações indígenas contemporâneas, distribuídas em nichos temáticos, a partir de seu protagonismo em diferentes espaços da sociedade, como sua atuação no ensino, na pesquisa e nas linguagens artísticas. No espaço também é possível assistir cenas da Marcha dos Povos Indígenas, dirigida pela cineasta Kamikia Kisédjê.

Seguindo o percurso do rio, o visitante chega a um quarto ambiente noturno, uma atmosfera introspectiva e onírica que permite o contato com a força presente nas canções dos mestres das belas palavras. O rio que corria pelo espaço expositivo agora sobe pela parede como uma grande cobra até se transformar em nuvens de palavras – preparando a chuva que voltará a correr sobre o próprio rio, dando continuidade ao ciclo.

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