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quarta-feira, 8 de junho de 2011

Mudança no MIS não é retrocesso, diz Andrea Matarazzo


O secretário da Cultura de São Paulo, Andrea Matarazzo (PSDB), reconhece que a mudança do comando do Museu da Imagem e do Som (MIS) "desagrada", mas contesta a crítica da ex-diretora Daniela Bousso, de que o governo promoverá um "retrocesso de 30 anos" na instituição. Em conversa com Terra Magazine, na abertura do 3º Encontro Paulista de Museus, no Memorial da América Latina, ele comentou a crise provocada pela escolha do ex-proprietário do Cine Belas Artes, André Sturm, para ocupar o cargo.
"É uma mudança normal, mas sempre desagrada. Vamos continuar o que tem", promete Matarazzo, que decidiu priorizar o cinema e a fotografia. Incomoda-o a tese de que o MIS ficará anacrônico ao tirar o foco da interação das mídias digitais com as artes, uma das marcas da gestão de Daniela. "Não tem nada a ver. Por que retrocesso? Não é. O MIS continua avançando, com mais atividades", reage.
Na semana passada, em entrevista a Terra Magazine, Daniela Bousso criticou as pressões sobre o museu e rebateu as críticas do secretário. "Matarazzo está equivocado e promove um retrocesso de 30 anos ao querer que o MIS se volte somente para a fotografia e o cinema", atacou.
O secretário articulou a troca de comando do MIS e indicou André Sturm para a direção-executiva. O conselho administrativo da Organização Social (OS) do MIS referendou a escolha de Sturm em 30 de maio.
Cortes nos museus
Matarazzo minimiza os cortes no orçamento dos museus de São Paulo, realizados no início do governo de Geraldo Alckmin (PSDB). O MIS, que tinha uma verba de R$12 milhões, sofreu uma retração de 30%. Outros museus perderam 10% dos recursos.
"Não é o governo Alckmin. Ao contrário, estamos analisando os museus, a situação de cada um deles. É um ajuste, pois os orçamentos de alguns foram até ampliados. Tivemos mais cortes de despesas de pessoal", contrapõe.
Ele diz que o MIS não será afetado, apenas haverá um ajuste nos gastos com funcionários: "A secretaria dá a orientação. As despesas vão estar focadas nas atividades".
Ianelli
Defensor da ingerência do governo no MIS, o secretário da Cultura não quis avaliar a rejeição de 14 obras do pintor Arcangelo Ianelli (1922-2009) pelo conselho consultivo do MAM (Museu de Arte Moderna) de São Paulo. "Nem sabia disso. Soube que ia ter a doação, mas depois não acompanhei."
O MAM rejeitou quadros e esculturas doados em testamento por Ianelli. Segundo o curador do museu, Felipe Chaimovich, "tinha redundância" em relação às obras do artista que já se encontravam no acervo. O argumento é contestado pela família, que pesquisou as coleções de 16 museus nacionais e estrangeiros, buscando não repetir as fases do pintor em suas doações.
Depois da divulgação do episódio, em reportagem de Terra Magazine, houve mal-estar na área cultural e o conselho do MAM aceitou incorporar apenas duas obras "não-redundantes" - manteve, porém, o veto às outras doze. A família estuda a proposta de Chaimovich.
"Não dá para avaliar. Tem uma comissão que avalia, de acordo com critérios, como a reserva técnica, a vocação dos museus, o acervo", disse Matarazzo. Ao ser informado que essas não foram as justificativas do MAM, o secretário repetiu: "Não sei. Não posso me intrometer."
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Um comentário:

  1. PARABÉNS AO PÚBLICO ALVO, AFICIONADO E AFEIÇOADO AO MIS, POR PODER SE BENEFICIAR DESDE JÁ, COM ESSA INDICAÇÃO TÃO COMPETENTE E ACERTADA (!) E QUE SOA E RESSOA COMO "UM PRONTO RESTABELECIMENTO AO MUSEU DA IMAGEM E DO SOM DE SÃO PAULO !" FATO E ATO QUE MUITO AO CONTRÁRIO DE SER "UM RETROCESSO", CONFIRMA O SEU PERFIL, DEFINIDO E ESTIPULADO, PELO SEU PRÓPRIO DECRETO DE CRIAÇÃO !(E DECRETO- LEI). O QUE CONFIGURA, PORTANTO, O "PULSO RETOMADO" ENTRE TUDO O MAIS QUE TERÁ E PODERÁ OFERECER !

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