Reserve um bom tempo para visitar os sítios arqueológicos da fortificação sem pressa. Algumas ruínas datam de antes de Cristo, mas o castelo propriamente dito foi construído no século 13, sobre antigas fundações celtas e romanas.
Depois, o local foi dominado por turcos em 1683, pelas tropas de Napoleão Bonaparte em 1809 e pelos soviéticos até a queda do comunismo, em 1989. Um monumento no pé da colina, à beira de uma extensa ciclovia, lembra os eslovacos mortos pelo Exército Vermelho enquanto tentavam atravessar o Rio Moldávia para chegar à Áustria, logo ali, na outra margem. Em Devin, o sonho do capitalismo ficava mais perto e, ao mesmo tempo, tão distante.
Castelos sombrios, aliás, não faltam à Eslováquia. Na região dos pequenos Cárpatos, perto da Estrada do Vinho de Modra e a apenas 30 quilômetros de Bratislava, o renascentista Cervený Kamen é de arrepiar. Não só pelo jeito quase militar da guia que acompanha os visitantes ou pela coleção de cabeças empalhadas de veados, bisões e antílopes anexada às paredes, mas principalmente pelo frio dos ambientes, que congela os ossos e faz muita gente ter vontade de se esconder na passagem secreta que há dentro de um dos guarda-roupas.
TLSe não quer levar bronca, contenha-se. Alguns locais sequer podem ser fotografados, assim como a mobília dos nobres que viveram e caçaram ali entre os séculos 16 e 20. Um viveiro de falcões e uma espécie de masmorra reforçam os ares lúgubres da construção, pertencente ao Museu Nacional da Eslováquia.
VINHO
Perto dali, a estrada em Pezinok revela outro patrimônio nacional: o vinho. Várias vinícolas oferecem degustações de rótulos tipicamente eslovacos em châteaus do século 17. Entre eles, a Slovak National Collection of Wine, que abre de sexta a domingo, das 11h às 18h, no Castelo de Pezinok.
A degustação de três brancos e três tintos, comentada por um sommelier, custa 6,99 euros por pessoa (cerca de R$ 15), e também é possível provar as variedades livremente, por uma hora e meia, ao custo de 16,99 euros (R$ 38).
Até os eventos giram em torno da bebida, como o Grape Harvest Festival, realizado em setembro, e o Days of Open Cellars, em novembro.
Mas se você já cansou de viajar no tempo, volte ao presente provando os vinhos do Parque Elesko. O espaço abrange um restaurante, bar com adega para degustações do líquido de Baco e o Museu Zoya, com obras de Andy Warhol - entre elas, a célebre sequência de imagens de Marilyn Monroe sorrindo.
Os eslovacos valorizam muito a arte, e fazem questão de mostrar seus museus aos turistas. Nesse quesito, um grande orgulho nacional é a Galeria Danubiana, em Cunovo, com belíssimas esculturas de arte moderna espalhadas pelo jardim.
Atualmente estão em exposição no interior as telas abstratas da síria Asma Al-Assad. Em 4 de setembro tem início a mostra do criativo designer Jan Kaplický. E no dia 11 de dezembro o museu dá a largada à 2ª Danube Biennale, que reúne obras de vários jovens artistas que moram em países cortados pelo Rio Danúbio.
Por fim, aproveite o passeio pelos arredores da capital para conferir o processo de confecção da tradicional cerâmica majolika - outra obra-prima das artes eslovacas -, e depois rume para Bratislava a tempo de fotografar as atrações do centro antigo e do seu castelo no topo ainda sob a luz do dia.
Um terço da área original do centro histórico foi demolido na Segunda Guerra Mundial e nos tempos de subjugo à União Soviética. Até hoje a região apresenta conjuntos habitacionais na periferia e outros prédios de mau gosto herdados dos comunistas, como a pirâmide invertida, onde funciona a rádio estatal.
Mas a parte antiga não perdeu seu encanto. Passear por suas ruas repletas de lojinhas, restaurantes, bares com mesinhas no calçadão e gente andando pra lá e pra cá é fascinante.
Monumentos como a Igreja de Santa Elisabeth, popularmente chamada de Igreja Azul, despontam como exemplo de art nouveau. A construção, datada de 1909, apresenta mosaicos e pinturas em cerâmica. Serve de ponto de partida para os passeios a pé pelo extenso calçadão da Rua St. Michael's Michalská, considerada a mais turística de Bratislava.
Embora a maioria dos prédios apresente estilo semelhante, alguns merecem atenção especial no centro histórico, como a igreja erguida por franciscanos no século 13, em estilo gótico eslovaco. Ao lado dela, na Praça France, fica o maior monastério do país, reconstruído em estilo barroco. E mais abaixo, na Praça Hlavné Námestie, há uma igreja protestante.
Contorne a torre neogótica e alcance a Primaciálne Námestie, onde está o palácio Primaciálny Palác Radnica, de fachada cor-de-rosa. Em 1809, Napoleão bombardeou o local, mas ele continua imponente, escoltado pela estátua de São Jorge em seu cavalo com a lança no dragão.
Bratislava, aliás, tem vocação de fênix para reerguer-se das cinzas ainda mais interessante. O castelo situado no alto da cidade que o diga. Com elementos góticos, barrocos e ecléticos, ele foi incendiado em 1811 e reconstruído em 1953 para abrigar acervos de história e música do Museu Nacional Eslovaco.
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