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quinta-feira, 28 de julho de 2011

Hoje com cerca de 2 mil peças, a maioria delas já catalogada, quem passar pelo “Museu da Beth”...

Museus do Bordado e dos Brinquedos de BH revelam preciosidades


Museus do Bordado e dos Brinquedos de Belo Horizonte revelam preciosidades . Imagem: Euler Júnior/ EM/D.A Press
Imagem: Euler Júnior/ EM/D.A Press
Além do Museu Histórico Abílio Barreto e do Museu de Artes e Ofícios, que são visitas obrigatórias para quem quiser ficar sabendo um pouco mais sobre Minas, seus costumes e sua gente, existem em Belo Horizonte vários outros museus, de menor porte, mas igualmente preciosos na função de guardar a memória dos povos e de seu tempo. O Museu do Bordado, que funciona na casa da sua fundadora, a artista plástica Beth Lírio, é um deles. O outro, uma joia neste período de férias escolares, é o Museu dos Brinquedos. Conhecê-los com o coração aberto é ter a chance de entrar em dois mundos diferentes, ambos fascinantes.


São de encher os olhos. Mineira de Aimorés, há muitos anos vivendo em Belo Horizonte, Beth Lírio conta que começou a se interessar por bordados, rendas e tudo o que dizia respeito a este universo aos 7 anos. Foi naquela época que fez, por conta e risco, com motivos de jarros de flores, uma toalha para uma tia que estava se casando. “Foi minha primeira incursão neste mundo mágico, que nos ensina tantas coisas”, relembra. Com o passar dos anos, sempre ligada ao assunto, começou a sonhar com a possibilidade, que se concretizou em 2002, de criar em Belo Horizonte o Museu do Bordado, que seria o primeiro do gênero no país.


Hoje com cerca de 2 mil peças, a maioria delas já catalogada, quem passar pelo “Museu da Beth”, como também ficou conhecido, terá a oportunidade de deparar, por exemplo, com uma graciosa camisola de criança confeccionada com renda, feita à mão em 1824, dois anos após o grito do Ipiranga. “Esta foi uma doação feita pela família Dophine, de Belo Horizonte, que nos presenteou com várias outras peças”, conta Beth.


Ao lado da camisola, uma linda toalha de 1880, bordada à mão, e que foi entregue ao museu pela família Rosiere, do Rio de Janeiro. Uma joia destas, segundo avalia a criadora do museu, deve ter levado mais de três anos para ficar pronta. Vê-se, ainda, como uma das coisas mais curiosas da casa, uma coleção de seis vestidos, de um total de mais de 300 que, no início do século 20, foram feitos pela costureira Ruth Pinto Gualberto. As peças foram doadas pela irmã, Denaqué, que vive na capital mineira.


Além destas peças, que são apenas uma pálida amostra do que o visitante poderá encontrar no Museu do Bordado, existem centenas de outras, como vestidos de noivas confeccionados em épocas diversas, camisolas de núpcias, vestidos de festas, roupas do dia a dia e toalhas. “O mais interessante é que, por estas peças, podemos saber muito não só da história do Brasil ao longo dos anos, como também da evolução da própria mulher, de estilos e classes diferentes”, observa Beth Lírio.


De uns tempos para cá, com a dimensão que ganhou o museu, cujos visitantes e doações vindas de todas as partes do país continuam chegando, sua fundadora começa a alimentar um outro sonho, que é o de conseguir uma sede própria. “Como primeiro passo, estamos fazendo um abaixo-assinado, já com centenas de assinaturas, com o qual esperamos sensibilizar as autoridades, no sentido de nos ajudar a viabilizar este projeto, que só vai ajudar a engrandecer ainda mais a história de Minas”, diz.
Do Estado de Minas

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