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segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Museu na floresta promove a aproximação entre pessoas e natureza através da arte

Técnica desenvolvida por Ronnie de Camino na Costa Rica poderá ser desenvolvida no Jardim Botânico Adolpho Ducke em Manaus
    Museu na Amazônia.
    Técnica objetiva pintura e escultura em árvores (Divulgação)
    Uma nova técnica em pintura artística foi apresentada a artesãos, ambientalistas e artistas plásticos de Manaus nesta quinta-feira (15). A técnica criada por Ronnie de Camino, diretor do Centro de Educação e Pesquisa em Agricultura Tropical (Catie), consiste na criação de pinturas e esculturas em troncos de árvores vivas no meio da floresta.
    O projeto “Museu na Floresta” tem como objetivo levar os artistas para criar suas obras em parques e áreas verdes e conectar pessoas e florestas através da arte. Criado em homenagem ao Ano Internacional das Florestas, comemorado em 2011, a iniciativa tem chamado à atenção de artistas plásticos de Manaus.
    “Meu trabalho é fruto dos meus sonhos. Minhas obras são resultado deles. Sonhei que seria muito belo utilizar a casca das árvores vivas como uma tela. Mas essa é só uma parte do sonho. Meu próximo projeto é pintar os telhados das casas e construir grandes obras de arte em média de 40 hectares”, disse Camino durante a palestra realizada na capital amazonense.
    O primeiro museu na floresta será aberto ainda este ano no Catie, na Costa Rica. Na Croácia, a técnica foi batizada de Art’boreto e alguns exemplares foram criados em árvores no meio do ambiente urbano.
    “Há vários países já interessados em adotar esta técnica em parques ambientais de seus países como o Parque Nacional Lanin e o Lago Puelo na Argentina, e no Brasil, certamente um dos primeiros parques a adotar a técnica será o Jardim Botânico Adolpho Ducke, na Zona Leste de Manaus.
    Esta possibilidade será mediada pelo Museu da Amazônia (MUSA) que atua no Jardim Botânico de Manaus. “Estamos apresentando a ideia aos artistas plásticos da cidade. Neste primeiro momento queremos coletar ideias que se adéquem a nossa realidade e analisar as propostas dos nossos artistas plásticos. O trabalho do Musa será disponibilizar o espaço e viabilizar para que os artistas possam elaborar suas obras”, destaca Rita Mesquita, coordenadora do Musa.
     “Neste momento estamos abrindo discussões sobre o trabalho. A técnica não se resume somente a utilização das árvores como matéria-prima para as esculturas e pinturas. A floresta será utilizada como um espaço vivo para uma instalação artística que além das pinturas e esculturas nos troncos das árvores poderá ter características próprias dos artistas plásticos locais”, comenta.
    A técnica tem ganhado força mundial através de imagens virtuais divulgadas na internet onde obras de grandes pintores foram reproduzidas em árvores no meio da floresta, criando enormes museus “virtuais” à céu aberto.
    Polêmica
    Beleza e criatividade à parte, a técnica vem gerando polêmicas e discussão por parte de ambientalistas, em torno dos danos que as pinturas e esculturas podem gerar à vida das árvores utilizadas.
    De acordo com Camino, as tintas utilizadas para as pinturas não são tóxicas e não possuem nenhuma substância que agrida a vida e desenvolvimento natural da árvore e as esculturas são feitas apenas superficialmente nas cascas das árvores. “Eu sou um ambientalista e já plantei muitas árvores na minha vida, por isso me sinto à vontade para pintá-las”, argumenta.
    Alerta
    Por outro lado, a técnica é defendida como um grito de alerta em defesa da preservação das florestas. A ideia não é só utilizar as árvores como matéria-prima, mas é chamar a atenção para a causa da preservação e manutenção da floresta em pé.
    “O mundo não vai se salvar com gestos convencionais. Vai se salvar com a insolência e gestos nada convencionais”, conclui Camino.
    Inscrições
    Os artistas plásticos interessados em participar do projeto em Manaus, podem enviar suas propostas para a coordenação do Musa na Rua EG, esquina com Rua Constelação – 11 A, Conjunto Morada do Sol – Aleixo.

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