A mente inquieta e a posição em um mundo de constantes e profundas transformações fizeram da vida e da arte de Sergei Paradjanov um retrato do século 20. Retalhos de suas observações estão registradas na mostra "Paradjanov, O Magnífico", que será aberta no Museu da Imagem e do Som.
Com montagem de Daniela Thomas e Felipe Tassara, a exposição, que integra a programação paralela da "35ª Mostra Internacional de Cinema", traz 60 colagens e desenhos do filho de armênios, que nasceu na Geórgia, em 1924. Vivendo a vida adulta no regime soviético, Paradjanov teve duas posições frente ao sistema na carreira artística. Seus primeiros filmes, feitos a partir de 1952, após ser admitido no Instituto Cinematográfico do Governo, em Moscou, na Rússia, são todos realizados com a marca estética do realismo socialista. Posteriormente, todas as suas obras desse período são consideras por si como "lixo".
Como cineasta, fez premiadas obras como "Sombras dos Ancestrais Esquecidos" (1964), "A Cor da Romã" (1968), "A Lenda da Fortaleza Suram" (1984) e "O Trovador Kerib" (1988).
Preso duas vezes nos campos soviéticos de trabalho e acompanhado de perto por oficiais comunistas por conta de sua personalidade e estilo de vida extravagantes, sua postura abertamente homossexual e suas abordagens críticas no cinema, Paradjanov desenvolveu seu talento artístico além da sétima arte: as colagens, os desenhos e as bonecas.
Essas criações foram sua busca pela liberdade no mundo externo, que lhe era privada no fazer cinematográfico. Feitas à moda de sua fantasia ilimitada, as obras plásticas de Paradjanov são um retrato do século 20 e da era da União Soviética. Entre as obras, está "A Mona Lisa que Chora", feita na prisão e acrescida da nota: "Se eu perecer no calabouço, a Mona Lisa chorará por mim". Pouco antes de morrer, o artista voltou a retratar a famosa personagem de Leonardo da Vinci em série de colagens e desenhos.
Paradjanov, o Magnífico - Exposição. Abre na quarta-feira. No Museu da Imagem e do Som - Avenida Europa, 158, São Paulo. Tel.: 2117-4777. Ter. a Sab., das 12h às 22h; dom. e feriados, das 11h às 21h. Grátis.
fonte:
http://www.dgabc.com.br/News/5920166/cineasta-e-tema-de-mostra.aspx
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