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sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Museu Afro guarda parte da história negra de Sergipe


Um prédio do século XIX que guarda grandes tesouros da cultura negra em Sergipe. Esse é o Museu Afro-Brasileiro, localizado na cidade de Laranjeiras, berço da negritude sergipana. O prédio, que servia como comércio e residência da família Brandão, tem hoje direção do Estado e é gerenciado pela Secretaria de Estado da Cultura (Secult), que procura sempre atrair mais visitantes para conhecer parte da história de Sergipe.

Com peças que datam até do século XVII, distribuídas em salas que remontam da economia açucareira aos objetos de tortura, passando pela forte religiosidade dos afrodescendentes, o Museu Afro conta de forma particular parte da luta dos negros que viveram em Sergipe no período da escravidão.

Segundo a secretária de Estado da Cultura, Eloísa Galdino, o Museu Afro é uma unidade muito importante no quadro da Secult, principalmente pelo fato de mostrar de forma significante um capítulo tão importante da comunidade negra no Brasil. “No museu Afro é possível sentir através das suas peças a alma da cultura negra em Sergipe. Lá, nós podemos ter noção de como os afrodescendentes sofreram por um longo período da nossa história e de como eles lutaram pela liberdade”, destaca a gestora.

Em cada sala, parte da história

Ao adentrar o Museu Afro-brasileiro de Sergipe, o visitante recebe algumas orientações e começa uma visitação rica em história e busca pela consciência negra. A primeira passagem é pela sala de economia açucareira, um local onde é possível observar itens que serviram para movimentar a economia na época. Lá, é possível ver de perto moendas de cana, café e mandioca, pilões, carros de boi, entre outros utensílios.

Logo depois os visitantes são encaminhados à sala dos aparelhos de tortura, um local onde é possível sentir de perto o quanto os afrodescendentes sofreram no período de escravidão. Objetos como mordaças, palmatórias, chibatas, bolas de ferro e troncos remontam a história que é lembrada pelos estagiários que fazem as visitas guiadas.

Segundo a diretora do museu, Maria Helena, as peças encontradas na unidade museal vieram de várias partes de Sergipe, mas predominantemente dos antigos engenhos localizados em Laranjeiras. “Temos peças do Engenho do Povoado Varzinhas e da comunidade da Muçuca, ambos em Laranjeiras. Há também utensílios que remontam a religiosidade que vieram de dois conhecidos terreiros da cidade: o ‘Filhos de Obá’ e o ‘Oxosi Tauamim’. Vale lembrar que as peças de mobiliário vieram também de engenhos da cidade de Malhador”, explica.

Percorrendo um pouco mais as dependências do museu, os visitantes chegam a uma sala repleta de utensílios de cozinha, onde é possível ver objetos, móveis e até uma indumentária utilizados no século XIX também nos engenhos sergipanos.

A religiosidade é aflorada nas outras salas. O sincretismo religioso toma espaço e manequins vestindo belas indumentárias que já foram utilizadas em terreiros e retratam orixás como Exú, Yemanjá, Oxalá, Nanã, Iansã, Oxum, Oxumaré, Obaluyaê, Xangô, Ogum, Oxossi.
Plano de recuperação das unidades
Durante um encontro ocorrido no mês de junho, o governador Marcelo Déda entregou ao secretário executivo do Ministério da Cultura (MinC), Vitor Ortiz, o Plano de Recuperação dos Espaços Culturais de Sergipe que contém um descritivo técnico de todas as intervenções estruturais necessárias para a conservação e manutenção dos espaços culturais gerenciados pela Secult. Entre essas unidades estão o Museu Afro-brasileiro, que caso este plano seja aprovado pelo Governo Federal, terá uma grande reforma em sua estrutura física, além da renovação do acervo.

Na ocasião, o governador Marcelo Déda, afirmou que a ideia de buscar cada vez mais parcerias com o Ministério da Cultura consolida a nova dinâmica dada à gestão cultural desde o governo Lula. “Tivemos uma mudança de paradigma no eixo de desenvolvimento cultural do país com o governo Lula. A ministra Ana de Hollanda, com esse intuito de buscar cada vez mais se aproximar das necessidades culturais dos estados e municípios, demonstra a concretização do objetivo de beneficiar cada vez mais o patrimônio e a produção cultural no país no governo da presidenta Dilma Rousseff”, sentenciou o governador.

O Museu Afro-Brasileiro de Sergipe funciona de terça-feira a domingo, das 10h às 17h.

fonte:
http://www.faxaju.com.br/viz_conteudo.asp?id=128424

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