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segunda-feira, 2 de abril de 2012

Exposição no Masp apresenta obras metafísicas do artista De Chirico

A cidade traduzindo a dimensão interior do homem moderno. A melancolia como sentimento da modernidade. Ou o cenário arquitetônico e as perspectivas inesperadas revelando o mundo onírico. Figuras humanas, sem caras ou rostos, em completa solidão. Espaços vazios. Todo esse universo metafísico do artista Giorgio de Chirico (1888-1978) poderá ser agora visto no Museu de Arte de São Paulo (Masp), em São Paulo, até o dia 20 de maio.
A mostra De Chirico: o Sentimento da Arquitetura reúne 45 pinturas e onze esculturas que foram produzidas pelo artista entre os anos de 1960 e 1970, período de sua vida que foi chamado de metafísico, além de 66 litografias que foram produzidas em 1930. As obras pertencem ao acervo da Fondazione Giorgio e Isa de Chirico, sediada em Roma.
“Trata-se de uma exposição que repropõe uma leitura contemporânea da figura emblemática e da obra de Giorgio de Chirico. Uma das temáticas mais aprofundadas da pesquisa sobre De Chirico foi o sentimento como forma de entender a realidade”, disse a curadora e arquiteta italiana Maddalena d'Alfonso.
Segundo Maddalena, a metafísica é, na visão do artista, “a capacidade de olhar para a realidade como ela é e compreendê-la através da percepção física”. Ela explicou, citando como exemplo a memória de uma pessoa sobre um determinado lugar. “Quase nunca lembramos pormenores de uma arquitetura, mas sempre temos por perto a sensação que uma praça nos suscita. Nas obras de De Chirico, em suas praças, é exatamente isso que acontece: eles nos remete a composições de vazios, luzes e sombras e nos entrega um sentimento do espaço, nunca um lugar concreto”.
Segundo a curadora, as obras do artista, morto em 1978, têm a arquitetura como base. A criação dessa arte metafísica, ou seja, além do mundo físico, antecipou o movimento surrealista. “Ele foi o mestre da arte metafísica, que influenciou muitas pesquisas artísticas sobre a pintura no século passado e depois, a poética dos surrealistas”.
A exposição passou por Porto Alegre no final do ano passado. Depois do Masp, ela seguirá para Belo Horizonte. As informações são da Agência Brasil.

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