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segunda-feira, 23 de julho de 2012

Museus 2.0


Museus 2.0

postado em 19/07/2012

A internet e todas as suas possibilidades de conexão alcançam lugares e pessoas ampliando, sem medida, o espectro de atuação de alguns setores, entre eles o da cultura. As mídias sociais despertaram nas empresas de todos os tipos o interesse de se projetarem entre os milhões de usuários e de pensarem novas formas de marketing e de relacionamento.  
Marketing e relacionamento em museus e instituições culturais foram, por muito tempo, termos ligados à relação com patrocinadores, apoiadores e valores simbólicos ou financeiros gerados a partir da troca de financiamentos de projetos ou manutenção de espaços culturais. Um nascente movimento das diferentes esferas da sociedade brasileira, entre eles, órgãos públicos, consultores, organizações e empresas, estão enxergando nas ferramentas de mídias sociais um eficiente mecanismo de marketing e relacionamento, mas, desta vez, com foco no público e em sua experiência de visitação.
Os museus brasileiros começaram a dispensar aos visitantes a partir da década de 80, uma atenção especial tentando combater ou desfazer os resquícios de poeira que pudessem restar do velho imaginário de museus, como bem destacou Maria Ignez Mantovani, diretora da Expomus, durante o Plano Estratégico do Circuito Cultural da Praça da Liberdade. Este movimento culmina nos recentes esforços de democratização e ampliação do acesso às instituições por meio das novas mídias.
Museus e centros culturais em todo Brasil lançam mão da linguagem tecnológica e do conceito de participação, imersão e engajamento sendo ícones nessa área como o Museu da Língua Portuguesa, o Museu do Futebol, Inhotim e o futuro Museu do Amanhã no Rio de Janeiro. A tríade de CCBB’s, o MASP, a Pinacoteca, o Museu da Imagem e do Som em São Paulo e o Museu das Minas e do Metal em Belo Horizonte, foram recentemente apontados pelo site holandês Museum Analytics como alguns dos museus brasileiros mais influentes nas mídias sociais Facebook e Twitter. Percebemos sinais de novos tempos também em iniciativas nacionais sincronizadas com outras globais como a adesão do IBRAM – Instituto Brasileiro de Museus ao tema definido pelo ICOM – International Council of Museums, para o Dia Internacional de Museus 2012: Museus em um mundo em transformação: novos desafios, novas inspirações.
Outro indício da inserção dos museus brasileiros na era da inovação e do conhecimento são algumas iniciativas de produção e empreendedorismo digital para o setor. O Museu da Vida ligado a Fiocruz no Rio de Janeiro acaba de vencer o desafio internacional em design de interação, Interaction Awards 2012, com o projeto Tabela Periódica Interativa e, em Belo Horizonte, um programa de aceleração de startups, jovens empresas digitais, selecionou o Mutz, um projeto de produção de guias e aplicativos para museus.
Para a especialista em Economia Criativa, Ana Carla Fonseca Reis, os museus, assim como as cidades criativas, contemplam três aspectos: inovação, conexão e cultura. Inovação do ponto de vista social, cultural e tecnológico, os museus são centros de conhecimento por excelência e podem ajudar a resolver problemas da sociedade atual. Os museus são também centros de encontros humanos, da vida social e da memória, conectam cidadãos, turistas e os visitantes de uma forma geral, além disso, proporcionam as parcerias público privadas. E ainda, museus guardam, preservam, comunicam e produzem cultura, memória social e o próprio deleite artístico. Juntas, essas características fazem dos museus lugares bem diferentes daqueles antes presentes no imaginário popular. O trabalho de aproximação das instituições e das pessoas por meio das novas mídias deixa claro que quem vive de futuro é museu.

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