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sábado, 10 de novembro de 2012

Curadoras veem museus cada vez mais pautados pelo público Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/cultura/curadoras-veem-museus-cada-vez-mais-pautados-pelo-publico-6687911#ixzz2Bph7xPG6 © 1996 - 2012. Todos direitos reservados a Infoglobo Comunicação e Participações S.A. Este material não pode ser publicado, transmitido por broadcast, reescrito ou redistribuído sem autorização.


No que depender de Sarah Schultz, diretora de educação e curadora de práticas públicas do Walker Art Center, em Minneapolis (EUA), e de Katie Bruce, produtora e curadora da Gallery of Modern Art (GoMA), em Glasgow (Escócia), os museus do futuro vão ser pautados pelo público. Participantes convidadas do “II Seminário internacional reconfigurações do público: arte, pedagogia e participação”, que aconteceu quinta-feira e ontem na Cinemateca do Museu de Arte Moderna (MAM) com o intuito de discutir novos rumos das instituições de arte ao redor do mundo, Sarah e Katie falaram a respeito de ações que motivam pessoas a fazer dos museus uma extensão de suas casas.

— Acho muito importante que os museus não continuem olhando apenas para si e para o mundo da arte, mas também para fora — diz Sarah ao GLOBO. — E, ao olhar novos horizontes, trazer esse mundo para dentro do museu.

Como exemplo dessa troca sugerida, Sarah cita o programa “Open field” (em tradução livre, “Campo aberto”), que o Walker Art Center — uma das mais inovadoras instituições de arte contemporânea do mundo hoje — instaurou há três anos e que, segundo ela, vem dando ótimos resultados: a cada verão, o museu pede sugestões do público sobre como ocupar o jardim do local.
— Queríamos que o jardim, um lugar privado, se tornasse público, sendo pautado e reinventado pelas pessoas. Então, durante os verões, experimentamos um mix de demandas: já tivemos palestras com intelectuais, aulas de ioga, concursos de vídeos para a internet, aulas de arte, 

shows... Todas as partes da cidade acabam entrando no museu. Ficamos impressionados com a criatividade do público e a resposta é muito positiva. A cada edição conseguimos realizar cerca de cem novas ideias. E o museu não tentou impor sua visão ou gosto. Quando pensamos no futuro dos museus, a hierarquização cai por terra. O poder passa a ser a capacidade de compartilhar com os outros.
Katie concorda e sublinha a importância de ter “vozes diferentes” dentro da programação do museu:
— De 2002 até 2009, tivemos no GoMA exposições de artistas internacionais mescladas com mostras de artistas locais, em espaços diferentes do museu, mas que abriam na mesma noite. Explorar esse diálogo é importante para aproximar o público da instituição.
Essa é a segunda edição dos seminários no MAM, resultado da parceria entre o Núcleo Experimental de Educação e Arte e a curadoria do museu, o Instituto Mesa (Mediações Encontros Sociedade e Arte) e o projeto de pesquisa da UFF “Interfaces contemporâneas entre arte”.
— O Núcleo Experimental é algo muito caro ao meu projeto curatorial — diz Luiz Camillo Osorio, curador do MAM. — É uma maneira de dar protagonismo ao espectador, sem querer, é claro, transformá-lo em artista, incentivá-lo a sentir-pensar, pensar-sentir, levando ao museu o compromisso de rediscutir seu papel pedagógico e suas muitas maneiras de formar públicos.


fonte:

http://oglobo.globo.com/cultura/curadoras-veem-museus-cada-vez-mais-pautados-pelo-publico-6687911

Sarah Schultz e Katie Bruce no seminário: o mundo dentro do museuCARLOS

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