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sábado, 7 de março de 2015

Os grafites nos muros e pilastras da cidade poderão em breve se tornar peças de museu. Projeto já recebeu imagens de mais de 1,2 mil colaboradores.


Movimento cataloga grafites e terá centro de referência
Projeto já recebeu imagens de mais de 1,2 mil colaboradores.
Site divulga arte de rua com localização e informações do autor.






#StreetArtRio, o site que mapeia a arte de rua (Foto: Reprodução da internet)


Os grafites nos muros e pilastras da cidade poderão em breve se tornar peças de museu. Não se trata de um museu convencional, com as obras penduradas nas paredes, mas de um centro de referência da arte urbana carioca, onde o visitante poderá fazer uma viagem virtual pelos grafites da cidade, com informações sobre o artista, a obra e o local da intervenção.


O projeto #StreetArtRio, que mapeia a arte de rua do Rio, fechou parceria com o Instituto-E, do empresário Oskar Metsavaht, para a criação do centro de referência. Os criadores do projeto já procuram um lugar o Centro.


“Pensamos no Centro porque lá há o Museu de Arqueologia, que mostra o passado, e em breve ficará pronto o Museu do Amanhã, que mostra o futuro. Falta um museu contemporâneo, que fale do presente. A arte urbana é a voz da cidade “, disse Marcelo Alves, um dos criadores do projeto #StreetArtRio.


As ruas do Rio são cheias de arte em seus muros grafitados, uma arte de rua muitas vezes anônima, outras assinada por grafiteiros famosos, mas todas expostas à ação do tempo, ou da depredação, ou mesmo do poder público, que poderá apagá-las se estiverem em local não autorizado para o grafite. Mas o projeto colaborativo #StreetArtRio vem catalogando a arte que é feita nas ruas da cidade para eternizar as obras e seus artistas e para que o público conheça um pouco mais da arte de rua do Rio.




O movimento pretende mapear os grafites, informando seu local e o autor. Isso contando a participação de qualquer pessoa interessada em ajudar a preservar a história da arte de rua. O site streetartrio.com.br organiza os grafites por local e por artista, sempre contando uma história a respeito da obra.

(Veja acima reportagem da GloboNews sobre o projeto.)


Para participar, os colaboradores tiram uma foto da arte e compartilham com o site via Instagram, usando a hashtag #streetartrio. O projeto, que começou em agosto de 2013, já tem mais de 13 mil obras cadastradas com a participação de 1,2 mil colaboradores, que chegam a enviar uma média de 100 imagens por dia para o site.


“Eu e meus sócios somos apaixonados por street art. Era importante fazer esse mapeamento, e o maior motivo é que tem muito repertório sobre obras da cidade, sobre o que a cidade está falando. Isso não aparece em lugar nenhum. As pessoas precisam entender o que está por trás daquela obra”, explicou Marcelo, dizendo que um mês após o site ter entrado no ar já havia mais de 1.500 imagens cadastradas.


No site, o catálogo de artistas de rua
(Foto: Reprodução da internet)


O artista Rafo Castro, amigo de longa data de Marcelo, também participa do projeto.
“A cidade está viva, a rua está viva, quando se bota alguma arte na rua, ela está exposta à poluição, ao tempo. Até mesmo um carro pode bater e derrubar o muro”, afirma.



Marcelo Alves, conta que, andando pela rua e observando os grafites, sempre perguntava para Rafo quem era o artista daquela obra.

“Além do nome do artista, sempre tinha uma informação, uma história por detrás da obra. Conversando com Rafo eu disse que a gente precisava disponibilizar esse conteúdo, essas informações para mais pessoas”, afirmou Marcelo.


Pelo site, é possível acompanhar a transformação da cidade. Por exemplo: uma pilastra, na Zona Sul, em dezembro de 2013 recebeu uma pintura de Os Gêmeos, um dos mais famosos grafiteiros do Brasil. Mas não durou muito, não era uma área reservada para grafites e a prefeitura pintou a pilastra. Meses depois, outro artista pintou no local uma imagem de São Jorge, que ainda permanece.


Outro exemplo de como a arte de rua conta a história da cidade são as obras do artista Marcelo Eco, que a partir das manifestações de junho de 2013 passou a pintar alguns de seus típicos rostos de queixo pontudo com máscaras.


“É esta a importância de se registrar a arte de rua. Quando meu filho me perguntar vou contar a história, por que o grafite daquele artista tinha máscaras. A arte urbana é a voz da cidade, nas coisas boas e nas coisas ruins o artista urbano está sempre lá”, disse Marcelo. 



Ele lamenta que os grafites do muro do Jockey Club, no Jardim Botânico, Zona Sul da cidade, tenham sido apagados.

“O muro do Jockey permaneceu durante anos grafitado, era uma referência da street art no Brasil e no mundo. Quem vinha ao Rio queria conhecer pois era um dos poucos lugares do mundo com arte urbana fora do gueto, numa área nobre da cidade. Infelizmente foi todo apagado, mas por sorte o streetart já tinha começado, e tem mais de 250 imagens de como era o muro do Jockey. Conseguimos preservar um pouquinho da história”, conta.


E essa e outras histórias serão preservadas: o projeto #StreetArtRio vai gerar conteúdo para contar fatos e bastidores ligados à arte urbana.


“Gringos conhecidos que já grafitaram no Brasil têm livros editados sobre duas viagens ao Brasil que nunca chegaram aqui”, explica.


fonte: @edisonmariotti #edisonmariotti http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2015/03/movimento-streetartrio-cataloga-grafites-e-tera-centro-de-referencia.html

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