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quinta-feira, 20 de agosto de 2015

A civilização Chancay (1100-1450) deixou para a posteridade uma grande quantidade de "fardos funerários". Lima, Chile.

Os segredos de uma múmia andina morta aos 5 anos

Divulgação/Museu do Quai Branly, em Paris

A mais antiga delas (5 mil anos a.C.) foi encontrada no norte do Chile, mas as culturas andinas continuaram com essa tradição bem depois do fim dos faraós.

A civilização Chancay (1100-1450) deixou para a posteridade uma grande quantidade de "fardos funerários". Reunidos em imensas necrópoles, perto de Lima, esses fardos, invólucros têxteis antropomórficos com uma falsa cabeça envolvendo um esqueleto, em graus variados de sofisticação, fizeram a alegria dos exploradores e a fortuna dos saqueadores. E o orgulho dos museus.

Quando aberto em 2006, o Museu de Quai Branly havia colocado um espécime, coletado pelo etnógrafo Léon de Cessac em 1878 na necrópole de Santa Rosa, na entrada das coleções americanas. Na primavera, o estabelecimento voltou a colocá-lo com destaque na exposição "A anatomia das obras de arte". "É a grande atração, uma peça magnífica", afirma Paz Nuñez-Regueiro, curadora das coleções andinas.

A peça é soberba devido a essa mistura de riqueza e de simplicidade, devido à emoção provocada por seu diminuto tamanho, como se fosse uma grande boneca. "E também devido a seu estado de conservação", explica a cientista. A aridez que reina nessa região do Peru –um deserto atravessado pelos rios que descem da montanha– permitiu protegê-la das intempéries e preservá-la da curiosidade do homem contemporâneo, que desmantelou tantos objetos.

Graças aos modernos métodos de imageamento, a sede de conhecimento dos antropólogos pôde ser satisfeita sem violar a integridade da obra. Um equipamento de ponta dá ao Quai Branly os recursos para que ele mesmo manipule as imagens de raio X e 3D. Por baixo das camadas de tecido, os cientistas conseguiram ver o esqueleto de uma criança de cinco anos, colocada em posição fetal, com a cabeça para baixo. Seria tentador interpretar isso como uma referência à reencarnação. "Mas quando vejo as outras múmias, inclusive as de crianças, acredito que tenha sido um erro na hora de envolvê-la", afirma Paz Nuñez-Regueiro.

A escavação virtual não parou por aí. Fatia por fatia, o scanner revelou o conjunto dos elementos destinados a acompanhar a criança no além. "Veja, tem milho para se alimentar, sementes de algodão para se vestir, e até mesmo fusos para fazer o tecido", explica Christophe Moulhérat, responsável pela análise das coleções.

No entanto, nem todos os mistérios foram desvendados. O sexo da criança não pôde ser determinado, por exemplo. Os cientistas estão se debatendo sobretudo com esses dois pequenos objetos vistos em cada uma das mãos. Peças metálicas, perfuradas, cobertas de uma matéria orgânica desconhecida e dotadas de uma estranha protuberância. "Seria uma pedra? Uma concha? Para quê elas servem? Por enquanto, não sabemos nada", admite o engenheiro. "Esses objetos eram sagrados. Eles podem muito bem conter alguns segredos."


Cientistas abrem sarcófago de múmia do Egito

Como alguns pedaços do caixão já haviam desaparecido, a múmia tinha sido exposta a elementos externos. Por essa razão, os pesquisadores do Field Museum, em Chicago, não estavam preocupado que a múmia se desintegrasse em poeira quando o sarcófago fosse aberto -- como muitas vezes aparece nos filmes. A múmia, que foi recebida pelo museu em 1920, faz parte de uma coleção que conta com 30 múmias humanas completas do Egito

fonte: @edisonmariotti #edisonmariotti http://noticias.uol.com.br/ciencia/ultimas-noticias/redacao/2015/08/08/os-segredos-de-uma-mumia-andina-morta-aos-5-anos.htm 

 Nathaniel Herzberg

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