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quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Como ver o invisível, numa obra de arte, de forma precisa e não invasiva? Os investigadores da Universidade de Oviedo, no norte da Espanha dizem ter encontrado a resposta, num material inesperado: o grafeno.

Revelar o lado oculto das obras de arte.





Samuel Ver Hoeye, Engenheiro de Telecomunicações da Universidade de Oviedo explica: “O grafeno atua como um multiplicador de frequência.  (O grafeno é uma das formas cristalinas do carbono, assim como o diamante, a grafite, os nanotubos de carbono e fulerenos. O grafeno de alta qualidade é muito forte, leve, quase transparente, um excelente condutor de calor e eletricidade. É o material mais forte já demonstrado, consistindo em uma folha plana de átomos de carbono densamente compactados em uma grade de duas dimensões. É um ingrediente para materiais de grafite de outras dimensões, como fulerenos 0D, nanotubos 1D ou grafite 3D.
O termo grafeno foi proposto como uma combinação de grafite e o sufixo -eno por Hanns-Peter Boehm. Foi ele quem descreveu as folhas de carbono em 1962.
Na época em que foi isolado, muitos pesquisadores que estudavam nanotubos de carbono já estavam bem familiarizados com a composição, a estrutura e as propriedades do grafeno, que haviam sido calculadas décadas antes. A combinação de familiaridade, propriedades extraordinárias e surpreendente facilidade de isolamento permitiu uma explosão nas pesquisas sobre o grafeno. O Prêmio Nobel de Física de 2010 foi atribuído a Andre Geim e Konstantin Novoselov da Universidade de Manchester por experiências inovadoras em relação ao grafeno.)

O Grafeno consegue gerar sinais de frequência mais elevados a partir de baixas frequências de uma forma relativamente fácil. O grafeno também nos permite aprofundar a obra de arte e identificar a composição química dos materiais”.

As imagens obtidas com o scanner de grafeno são depois combinadas com as técnicas de digitalização em 3D, para que se possam identificar os segredos mais bem escondidos.

Yannick Francken, cientista informático na 4DDynamics continua: “Aqui vê-se a cor verdadeira das obras de arte. Foi iluminada virtualmente e filmada com uma câmera. Tecnicamente, a parte mais desafiante é combinar todos os scans individuais. Estes scans têm de ser alinhados automaticamente. E se isso não for feito na perfeição, com uma precisão de 0,2 milímetros, a reconstrução da cor é muito má”.

O scanner foi projetado por cientistas de um projeto europeu de investigação que pretende estudar objetos em 3D e pinturas, com uma superfície mais plana.

Uma versatilidade muito necessária no mundo da arte e do restauro, segundo Javier Gutiérrez Meana, coordenador do projeto INSIDDE: “É uma opção mais acessível, porque esta tecnologia tem um custo muito elevado. Trata-se de um scanner compacto, mais leve que pode ser facilmente transportado para museus ou laboratórios, para realizar os testes.”

Os curadores do Museu de Belas Artes das Astúrias disponibilizaram as obras para teste. O scanner também foi testado em valiosas obras históricas da coleção do Museu: “Conseguimos descobrir a profundidade do verniz e as camadas de cor. Conseguimos ver se existem desenhos por baixo da pintura real e quais os materiais utilizados nesses desenhos. Também estamos a tentar ver se o scanner também consegue identificar os diferentes materiais no interior da pintura, como vernizes ou os pigmentos”, diz Marta Flórez Igual.

Os dados do scanner de grafeno estão a ser utilizados para desenvolver uma aplicação para smartphone, baseada em Realidade Aumentada.

Os visitantes dos museus podem vir a interagir com obras de arte de uma forma mais completa e apelativa. O scanner de grafeno pode tornar-se uma realidade do mercado daqui a, sensivelmente, 5 anos.

fonte: @edisonmariotti #edisonmariotti
http://pt.euronews.com/2015/08/18/revelar-o-lado-oculto-das-obras-de-arte/

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