No contexto das celebrações dos 450 anos da cidade do Rio de Janeiro, o Museu Histórico Nacionalinaugura no dia 17 de agosto, segunda-feira, a exposição “Hiperfoto-Rio”, do fotógrafo francêsJean François Rauzier. A mostra apresenta 31 imagens deslumbrantes de paisagens, da arquitetura e ambientes do Rio de Janeiro elaboradas através de uma técnica autoral jamais antes vista. Para serem produzidas as hyperfotografias de Rauzier passam por um processo longo e complexo. Manipuladas em computador, algumas delas, inclusive, alcançam um volume que pode sugerir uma escultura bidimensional. Além das hiperfotos o vídeo “City Never Sleeps” 2015 – um video teaser de 60s sobre uma hiperfoto de 1km, uma travessia de nova York, também compõem a mostra.
“Rauzier recria suas arquiteturas imaginárias e inacreditáveis, se utilizando de uma procura dos efeitos mais inesperados e teatrais em um estilo que pertence somente a ele e que faz de sua obra algo incrivelmente fora do comum”. Marc Pottier – curador
A exposição oferece ao espectador conhecer imagens cujas intensidades ultrapassam ao normal. Numa única obra o público pode ver tudo e, ao mesmo tempo, somente o que ele quiser. Com seus olhos ele pode passear na imagem, ver de perto um detalhe, mover-se para trás para vê-la em sua totalidade, construindo assim a sua própria história da obra.
“A palavra intensidade se adéqua perfeitamente às obras deste artista. Suas fotografias, impressas em formatos enormes, intensificam o mundo sobre o qual ele lança seu olhar. Com o computador ele fabrica uma hipercolagem onde em cada uma de suas obras são reunidas inúmeras imagens fotografadas durante suas viagens, criando uma espécie de casamento entre o macro e o micro, o virtual e o real assim como o imaginário. Desta maneira, ele nos mostra uma versão original e excepcional das cidades, das paisagens e dos assuntos que ele aborda”, afirma o francês Marc Pottier, curador da exposição. “O espectador é convidado à caça aos detalhes e se ele vê tudo ao mesmo tempo, estando todos os elementos de memória do tema abordados em uma única imagem, ele deverá participar de maneira paciente e atenta do jogo de reconstituição que é proposto. Se ele não fosse fotógrafo, nós poderíamos pensar em Jean-François Rauzier como um pintor do sobrenatural que compõe suas obras a partir de pequenas pinceladas em uma tela“, acrescenta o curador.
“Nossas memórias cerebrais são capazes de guardar uma enorme quantidade de detalhes, estes que podemos até descrever, mas jamais mostrar em uma única imagem. O que eu tento fazer é justamente isso: tirar centenas, milhares de imagens, de todos os detalhes, como se tivesse uma câmera dentro dos meus olhos“, explica Rauzier. “Estou muito feliz com a oportunidade desta exposição. Render homenagem ao Rio de Janeiro é se deixar submergir visualmente, mergulhar no coração do encantado universo carioca, admirar seu esplendor, descobrir seus contrastes”, complementa.
“Esta exposição propõe uma grande viagem carioca onde o espectador poderá reconhecer entre as imagens alguns ícones da cidade como o famoso Cristo do Corcovado, o Convento de São Bento, o Parque Lage ou a Escada Selaron da Lapa, ao mesmo tempo em que fará o público quebrar a cabeça na tentativa de identificar certos detalhes de monumentos menos conhecidos dos grandes circuitos turísticos como a escadaria da Biblioteca Nacional, o Ministério da Fazenda ou o Automóvel Clube. Algumas imagens se tornam grandes caleidoscópios vertiginosos que se transformam às vezes em grandes máscaras mágicas que homenageiam sutilmente o astral da Cidade Maravilhosa”, afirma o curador Marc Pottier.
A obra de Jean François Rauzier dialoga com o cubismo, o mosaico, o surrealismo, o barroco e a escultura bidimensional. Para esta exposição o fotógrafo capturou mais de oito mil imagens em outubro 2014 na cidade do Rio de Janeiro. O artista pesquisa a técnica da hiperfoto desde 2002.
As exposições no Brasil terão uma motivação a mais para Jean-François Rauzier. O fotógrafo idealizou uma obra coletiva com a participação dos brasileiros. Qualquer pessoa de qualquer local do Brasil pode participar com uma foto. Basta enviar a imagem de prédios para www.hiperfoto-brasil.com até o dia 20 de setembro de 2015, quando a exposição do Rio de Janeiro encerra no Museu Histórico Nacional. Os interessados devem entrar no site para saber sobre todos os detalhes de como participar. Todos os selecionados receberão uma cópia digital da obra.
A exposição “Hiperfoto-Rio” faz parte do projeto “Hiperfoto-Brasil” idealizado e produzido pela empresa KDB Partners Consultoria. O fotógrafo também participa de bate-papo na Aliança Francesa de Botafogo dia 13 de agosto, às 19h30, com entrada gratuita para falar sobre sua trajetória artística, as hiperfotos e o Rio.
Jean-François Rauzier, Artista (1952)
Criador não convencional de um mundo onírico pós-moderno, Jean-François Rauzier se interroga, através de suas hyperphotos, sobre o futuro de nosso patrimônio. Com seus mundos quiméricos, ele oferece uma reflexão sobre nossa percepção do mundo e sobre os grandes temas que alicerçam nossas sociedades: a cultura, a ciência, o progresso, a opressão, a ecologia, a utopia, a liberdade, a saúde… Reconhecido por suas arquiteturas imaginárias e por suas numerosas referências culturais e populares, ele transforma os vestígios em verdadeiras utopias e questiona a cidade do futuro, bem como o nosso lugar no mundo moderno, através de padrões de construção diferentes. Chamado de “re-encantador do real” pelo crítico de arte e curados de exposição Damien Sausset e colocado no mesmo patamar dos artistas “barrocos numéricos” pelo curador de exposição Régis Cotentin, Rauzier já teve sua obra exposta em várias instituições internacionais (Fundação Annernberg de Los Angeles, Palácio das Belas-Artes de Lille, MOMA de Moscou, Centro Cultural de Botânica de Bruxelas, etc) e está presente em coleções de arte contemporânea (Louis Vuitton, Instituto Cultural B. Magrez, Cidade de Versailles, etc.). (www.rauzier-hyperphoto.com)
Curadoria:
Marc Pottier nasceu em Dijon, vive e trabalha entre o Rio de Janeiro e Paris.
Começou a trabalhar em arte contemporânea através do mundo dos leiloes, posteriormente ocupou-se da coleção de arte contemporânea e moderna Sawada (Nagoya, Tokyo, Paris, Nova York). Por oito anos trabalhou no Ministério das Relações Exteriores Francês tendo sido Adido Cultural no Rio de Janeiro e em Lisboa. Desde 2007 voltou a ser curador independente. Organizou importantes exposições tais como “Aleksander Rodchenko” no MAM-SP, “Cerâmicas de Picasso” no Rio de Janeiro e “Luzboa – a bienal da Luz”, em Lisboa, além de circuitos culturais por cidades como Veneza, Paris e Nova York. Foi responsável pela curadoria e pela coordenação de eventos e exposições como “Pulso Iraniano” (Oi Futuro RJ, BH e SESC Vila Mariana São Paulo 2011-12) e “Elles@Pompidou” (Centre George Pompidou, em Paris, CCBB RJ, CCBB BH). É autor do livro “Made by Brazilians” (Enrico Navarra Publisher) com relatos de 230 pessoas que representam o mundo da arte contemporânea brasileira. Foi curador convidado da 3a Bienal da Bahia, em 2014 e curador responsável pela invasão criativa “Made by… Feito por Brasileiros” na Cidade Matarazzo em São Paulo.
Produção/idealização – KDB Partners Consultoria
Empresa de consultoria e produção de projetos culturais com sede em Paris e Rio de Janeiro. Dentre suas produções, destacam-se: exposição de gravuras de Picasso no RJ e em São Paulo; retrospectiva da alta-costura dos anos 60 RJ e SP, Artes Visuais com smartcards with Art em Direct – France/USA, Influence management with internet, Projeto Arcos com JFR, entre outros.
Museu Histórico Nacional
Abertura : segunda-feira, 17 de agosto, 12 :30
Exposição: de 18 de agosto a 20 de setembro
Praça Marechal Âncora, s/n. Centro, RJ – Entre a Praça XV e o aeroporto Santos Dumont. Metrô: Cinelândia.
fonte: @edisonmariotti #edisonmariotti www.museuhistoriconacional.com.br
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