A exposição Arte de Santo reuniu cerca de 60 ferramentas e adereços de orixás, nesta quarta-feira, 24, no terreiro Ilê Axé Yá Onira, localizado no bairro de Brotas, em Salvador, na Bahia, Brasil. O evento encerrou as atividades do edital Novembro Negro, promovido pela Secretaria de Promoção da Igualdade Racial (Sepromi).
Iniciada veste indumentária dedicada à iabá Oxum
As peças foram confeccionadas pelos 30 alunos do curso desenvolvido pela Associação Civil Filhos de Bárbara (Acfba), vinculada ao terreiro. A capacitação e produção das peças teve duração de quatro meses.
Capacetes, braceletes, contas e quartinhas, entre outros objetos, estão disponíveis para venda. O montante referente ao que foi vendido será dividida entre as bordadeiras do projeto.
"As demais peças serão distribuídas entre elas para que cada uma venda suas peças e fique com o dinheiro", explicou o babalorixá Roberto de Iansã, líder espiritual do Ilê Axé Yá Onira e presidente da Acfba.
Pai Roberto é o líder espiritual do Ilê Axé Yá Onira
A concepção dos objetos foi coletiva e a escolha de materiais obedeceu às especificidades de cada divindade. "A partir das técnicas e característica de cada orixá, cada um desenvolveu um jeito e foi incorporando sua experiência. Por isso o resultado foi tão satisfatório", disse a coordenadora do projeto, Maria da Conceição Souza, 59 anos.
O edital Novembro Negro teve como categorias Reconhecimento, Justiça e Desenvolvimento, que são eixos da Década Internacional Afrodescendente (2015- -2024), proclamada pela Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU).
A iniciativa serve de base para o desenvolvimento de políticas públicas para as comunidades negras, como caminhadas, seminários, capacitações, encontros e ações de empreendedorismo, entre outras.
Em agosto do ano passado, o mesmo terreiro realizou um desfile de bordado richelieu, viabilizado por um edital da Secretaria de Trabalho, Emprego, Renda e Esporte do Estado (Setre).
O projeto Richelieu e Bordados Ancestrais é desenvolvido pela Acfba. "A produção continua e aceitamos encomenda. Em abril, iremos fundar a cooperativa Mucama Bordados para desenvolver melhor esse trabalho", contou o babalorixá Roberto de Iansã.
Fonte: @edisonmariotti #edisonmariotti
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