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sábado, 24 de setembro de 2016

Obras de Miró, Gaudí e museus como o do Design traduzem Barcelona

BARCELONA - Barcelona é Antoni Gaudí, Miró, Picasso e muito mais, quando o assunto é cultura e estilo. Uma das cidades mais agitadas de Espanha e Europa, a capital da Catalunha não para de investir em museus e espaços de arte. Só nos últimos dois anos, a cidade inaugurou seu Disseny Hub Barcelona, um museu e centro de design, e o Jamón Experience, que conta, de forma interativa a história e as diferenças do presunto espanhol.

Exposição no Museu de Design - Bruno Rosa

Mas se ideia é observar vestígios das construções romanas ou obras de Joan Miró e Pablo Picasso, o visitante também tem como se deleitar. E não falta arte ao ar livre. Na agitada rua das compras e dos bares, a La Rambla, o turista se delicia com o mosaico de Miró na calçada central. Na orla, a “L’estel ferit” (“Estrela ferida”, em catalão), da alemã Rebecca Horn, é ponto de encontro dos jovens. Ali perto, está o “Peix”, escultura do arquiteto americano Frank Gehry.

Barcelona entrou com força no mapa do turismo há ao menos 24 anos, quando a cidade sediou a Olimpíada de 1992, reformulando o sistema de transportes e revitalizando áreas degradadas como as praias e Montjuïc, uma colina no sudoeste da cidade.

E outros espaços merecem atenção numa cidade que soube fazer de hospitais e prédios antigos pontos de visitação. O teleférico de Montjuïc oferece linda vista panorâmica. Em sua última parada, está o Castelo de Montjuïc. Outra dica é andar pelo Arco do Triunfo, com 30m de altura, construído no século XIX. É ponto de entrada para o Parque de la Ciutadella, onde moradores se exercitam e encontram amigos. É o único espaço verde do centro da metrópole.

Entre as igrejas, a Sagrada Família, projeto iniciado em 1882, reina sobre uma extensa lista. Áreas internas já foram inauguradas, mas, ainda em obras, o templo deverá ser concluído em 2026, coincidindo com o centenário de morte de Gaudí, seu criador.

E, num circuito de um quilômetro no Bairro Gótico, é possível conhecer a Igreja de Santa Maria do Mar, a Basílica de Santa Maria del Pi e a Catedral de Barcelona (considerada por muitos a mais bonita). É preciso pagar para entrar. A dica é chegar cedo para evitar longas filas. Pelo menos uma semana é necessária para aproveitar devidamente a cidade, que tem 66 museus e pontos turísticos oficiais, segundo a administração local.

Nos mercados como o La Boqueria e o de Santa Caterina estão as comidas típicas do país. Reserve um dia para a praia. Chegando lá pelo meio-dia, evita-se o vento forte da manhã. Reserve ainda tempo para compras. A Espanha conta com um das menores taxas do Imposto sobre Valor Agregado (IVA) da Europa — atraindo a vizinhança, que espera a época dos saldões de redes varejistas como “El Corte Inglés”. Marque na agenda: os meses de janeiro e fevereiro, para liquidações de inverno; e julho e agosto, para coleções de verão.

E não se espante com a presença de ianques na cidade. Dos quase nove milhões de turistas que visitaram Barcelona no ano passado, cerca de 725 mil saíram dos Estados Unidos. Os americanos só ficam atrás dos visitantes espanhóis mesmo.

Barcelona transborda criatividade. Pegou carona em alguns dos seus principais símbolos — a arquitetura, a comida e o futebol — para oferecer ao turista opções diferentes de entretenimento. Fez ainda de hospitais desativados e castelos milenares novos points de atração turística. E, para representar as diferentes regiões da Espanha, investiu ainda numa espécie de museu a céu aberto reunindo tudo que faz dela uma das cidades mais cosmopolitas do mundo.

Inaugurado no fim de 2014, o Museu de Design de Barcelona (ou Museu del Disseny), também conhecido como Disseny Hub, ocupa um prédio que mais parece uma grande obra de arte, com janelas em formato que lembram escadas rolantes. Concebido pelo escritório de arquitetura MBM, o novo espaço tem mais de 70 mil objetos, que vieram de quatro museus diferentes. Ganham destaque itens ligados à moda, cerâmica (vasos e pratos) e decoração (móveis, luminárias, relógios) do século IV aos dias atuais. São quatro andares. O museu mostra a evolução do design e dedica parte de sua coleção aos transportes rodoviários, de carruagens a carros mais modernos.

Há ainda um acervo com mais de 22 mil documentos, como livros, fotografias e revistas, ideal para quem quer pesquisar sobre temas específicos. O museu fica na Praça de les Glòries no bairro Poblenou, que vem sendo revitalizado, com a chegada de novos hotéis, como o Novotel, da rede Accor, que passou por uma grande reforma. O bairro conta ainda com uma rede de VLTs (como os do Centro do Rio) e um shopping center, que, está em construção, mas já tem vários restaurantes. A praça ainda recebe às sextas-feiras uma feira de antiguidades e artesanato, reunindo centenas de visitantes.

Já na área gastronômica a dica é o Jamón Experience, criado há dois anos. Localizado na La Rambla, a rua mais agitada de Barcelona, o museu interativo conta a história do famoso presunto espanhol. Em cerca de 20 minutos, o turista atravessa suas oito salas, que mesclam vídeos, músicas e uma iluminação especial.

Por elas, é possível conhecer todos os passos da fabricação da iguaria, desde as diferentes raças e a criação dos porcos até sua alimentação. Depois, o visitante conhece o modo como a carne é salgada, processo que leva quase um ano. São necessários mais três anos de “descanso” para que o presunto ganhe as qualidades necessárias para ir à mesa.

O ponto alto do passeio é a degustação ao fim da visita, que sai a € 19. É nesse momento que o turista prova os seis tipos de presunto, que varia de acordo com a região da Espanha — o mais famoso é o Pata Negra ou jamón ibérico —, acompanhado de uma bebida, como cava ou cerveja local. Um guia explica as características e os sabores de cada variedade. Após a visita, é possível comprar os presuntos, cujo quilo pode chegar a inacreditáveis € 3 mil. O passeio ajuda muito a escolher o presunto certo para trazer para o Brasil, já que o governo liberou a compra de produtos de origem animal, desde que embalados à vácuo.

Para os amantes do futebol, outro símbolo da cidade, a dica é acordar cedo, pegar o metrô e ir até o Camp Nou, estádio que abriga a sede do Barcelona Futebol Clube e seu museu. O complexo de um dos times mais populares do mundo, e onde joga o atacante Neymar, oferece uma gama variada de atrações aos turistas de todas as idades que amam futebol.

No museu, é possível fazer um roteiro recheado pela história do clube, apreciar os troféus mais emblemáticos, as bolas de ouro e os objetos clássicos de seus jogadores, como chuteiras e blusas do passado.

No tour, que custa € 23, o visitante ainda confere os vestiários dos jogadores, a sala da coletiva de imprensa e a pequena capela para orações próxima ao campo. Mas o melhor é a possibilidade de pisar no gramado, andar pelas arquibancadas e ver as áreas VIPs. Só não espere ver Neymar & cia no estádio: o local de treinamento é em outro espaço. E atenção às fotos tiradas de você e oferecidas no local: os preços são salgados e podem ultrapassar € 50. Em frente ao Museu do Barcelona, é possível ir ainda à Pista de Gelo do Barcelona, sempre lotada de crianças.

O hospital que entrou no circuito turístico é o de la Santa Creu i Sant Pau (Hospital da Santa Cruz e São Paulo), que funcionou até 2009. Após ser reformado, o complexo foi transformado em museu, um dos conjuntos de art nouveau mais importantes da Europa. Com as obras, foram mantidas as características do início do século passado. Visitar o local é como viajar de volta ao passado, já que os prédios mantiveram em seu interior a estrutura intacta, cheia de azulejos coloridos, e tijolos e mármore em sua fachada, além das cerâmicas coloridas nos telhados. Assim, é possível ter uma ideia de como era ir ao médico há mais de cem anos.

A visita (€ 10) começa com caminhada nos túneis subterrâneos que conectam os 12 pavilhões do local. Há projeções nas paredes simulando movimentação de pacientes e médicos. Os túneis têm uma saída para o jardim central, com esculturas de pedra. Pode-se ver ainda alguns pavilhões reformados, como os de cirurgias e as alas de tratamento intensivo, com camas lado a lado. Construído pelo arquiteto Lluís Domènech i Montaner, o espaço era chamado de “cidade dentro da cidade”.

Museu-cidadela para a arquitetura

O hospital, no entanto, conta com instalações modernas em uma estrutura anexa, na Rua Sant Quintí, onde funciona normalmente, atendendo a mais de 35 mil pessoas anualmente.

Para quem tem pouco tempo e gostaria de ter uma ideia geral de toda a Espanha, uma parada imperdível é o Poble Espanyol (Vilarejo Espanhol), onde 115 construções reproduzem as diferentes regiões do país, como Galícia, Andaluzia, Comunidade Valenciana e Astúrias. É como uma cidade cenográfica, com ruelas que mudam o estilo arquitetônico a cada esquina. As lojas e os bares seguem os padrões estéticos das regiões. Lá é possível degustar a gastronomia típica nos 17 restaurantes, comprar artesanato nas 30 lojas e mesmo tomar um café ou apreciar uma cava durante um apresentação de flamenco.

Localizado no Parc Montjuïc, o complexo reproduz logo na entrada, em escala real, o portão de San Vicente, em Ávila, construído no século XI. O ingresso custa € 11,70. E a melhor opção para chegar ao local é o metrô ou o ônibus de turismo da cidade, o BarcelonaBus Turístic, que custa € 28 por dia.

— O melhor do Poble Espanyol está em seu movimento noturno, já que muitas festas e apresentações são realizadas ali — acentua Tomás González, empresário que mora em Barcelona. — Na minha opinião, esse é um dos pontos altos dessa cidade.

O Castelo e a vista para o mar

Perto do Poble Espanyol, está o Castelo de Montjuïc, construção do século XVIII erguida para proteger a cidade de invasões. No formato de trapézio, obedecendo as irregularidades da formação rochosa, o espaço hoje funciona também como museu. O visitante já se deslumbra com a entrada do castelo (ingressos a € 5), seguindo o modelo tradicional desse tipo de edificação, com uma grande porta neoclássica e uma ponte elevada, já que uma muralha de cerca de 70 metros faz uma espécie de proteção.

Lá dentro há 15 pontos de atração, como a torre de guarda e os pátios do entorno, com uma linda vista para o Mar Mediterrâneo. Durante a visita, é possível ver ainda salas que mostram a história do museu e das guerras da cidade. A melhor forma de chegar até lá, para quem não quer perder horas andando, é pegar o teleférico de Montjuïc (a € 12, ida e volta), que parte da estação próxima à Fundação Joan Miró, e saltar na última parada.

Para os amantes da história das conquistas espanholas, outra dica é conhecer o pouco visitado Museu Marítimo de Barcelona (MMB), perto do porto, entre os bairros Raval e Gótico. Só a visita ao prédio já compensa. Ali funcionou um estaleiro no século XIII, com enorme pé-direito e construção peculiar em pedra e estilo gótico. No centro do museu, o protagonista é a réplica de um navio de 1571. Rico em detalhes: o visitante consegue ver até como era o alojamento dos trabalhadores, na parte inferior da embarcação.

Obras-primas, da basílica à casa do artista

A beleza de Barcelona se confunde com a arte de Antoni Gaudí (1852-1926), catalão que imprimiu sua marca na cidade através de obras inspiradas na natureza e em contornos geométricos. Só dele, há quatro criações na lista das atrações mais visitadas e de lugares com maior interesse arquitetônico da capital da Catalunha: a Sagrada Familia, o Park Güell, a Casa Batlló e La Pedrera. Parada imperdível para amantes da arquitetura e interessados em explorar a arte local.

A mais famosa das criações de Gaudí é a Basílica de La Sagrada Família, um dos símbolos da arquitetura moderna que arrastou em 2015 mais de 3,7 milhões de turistas. A catedral, cujas obras começaram em 1882, segue incompleta, com previsão de conclusão só em 2026. Por isso, não se espante em ver andaimes no entorno do templo e em seu interior.

A beleza impressiona. Se hoje a Sagrada Família conta com oito torres, ao fim da construção serão 18, representando os 12 apóstolos, os quatro evangelhos, a Virgem Maria e Jesus, que será simbolizado pela torre mais alta com 170 metros, ainda por ser erguida. Há seis anos, o papa Bento XVI visitou a Sagrada Família para transformar a igreja em basílica.

Na fachada, cheia de detalhes, Gaudí buscou inspiração na história de Jesus. Ao entrar na igreja, é possível se sentir dentro de uma floresta, com pilares lembrando troncos das árvores e folhas e galhos fazendo conexão com o teto a 45m de altura. O projeto mescla vitrais coloridos, que ilustram a história católica, como a aparição de Nossa Senhora de Fátima, que ganham nuances especiais de acordo com a posição do sol. A ideia é simples: assim como em uma floresta, as cores são vivas e vão mudando ao longo do dia.

Com uma estação de metrô ao lado da basílica, que também leva o nome de Sagrada Família, chegar ao local é fácil. Uma dica é comprar o tíquete antecipadamente, pois há limite para visitação e, ultrapassado limite (a capacidade é para duas mil pessoas ao mesmo tempo), o local é fechado. O bilhete básico custa € 15, mas há o de € 29, para visitar as torres e ver a cidade do alto. Aberto a partir das 9h. É possível também fazer um tour pelo subsolo da igreja que mostra a história da construção da basílica. E se quiser ter uma bela foto da construção, não deixe de atravessar a rua e ir à Praça de Gaudí.

Mas os ícones de Gaudí se espalham para outros endereços. É o caso do Park Güell, a meia hora de distância da Sagrada Família. É lá que está a famosa salamandra (El Drac), uma escultura coberta por um mosaico de pedaços de cerâmica. Fica na entrada principal, na escadaria central. O turista que se aventura pelo parque deve levar um par de tênis (ou sapatos confortáveis), pois se anda muito por lá, inclusive por longas ladeiras. Os ingressos (a partir de € 7, parkguellonline.cat) podem ser comprados antecipadamente.

O mais curioso é que o parque foi idealizado em 1900 para ser um condomínio fechado para famílias mais ricas. Mas, por sua localização afastada do centro comercial, tornou-se um fracasso de vendas. O local então foi transformada em área pública. O parque tem sete espaços com edificações inspiradas na natureza. O mais famoso é a Praça da Natureza, de onde se pode contemplar a vista da cidade. O curioso é que a praça conta com um grande banco ondulado revestido também de cerâmica. Cenário ideal para boas fotos de parte dos 2,7 milhões de turistas que visitaram o local em 2015.

É a partir dessa praça, pela Carretera del Carmel, que o turista pode deixar o parque e conhecer outra área pouco explorada por brasileiros: a casa de Gaudí, que se transformou em museu (a € 24). Lá estão algumas das obras do artista e outros objetos pessoais, como armário e cama. Mas atenção: ao sair do parque, é necessário comprar outro ingresso para poder entrar novamente.

Do outro lado da cidade está o monumental Palau Güell. O suntuoso prédio de oito andares, construído de 1886 a 1890, tem em seu terraço uma das obras-primas do artista: as criativas chaminés. A visita (€ 12) ao prédio — cujo estilo foi inspirado na arte oriental, mesclando cerâmica, pedra, vidro e madeira — reserva surpresas. O espaço foi residência da família de Eusebi Güell, um dos homens mais ricos da Espanha na época.

Chaminés e a lenda de São Jorge

O palácio tem espaço para cavalos no subsolo; grande salão para concertos e festas no quarto piso; além dos quartos, do sótão e da cozinha. O visitante pode andar livremente. Vale a visita, e o espaço não é tão cheio. Todas as tardes, por volta das 16h, música clássica em notas de piano entoam no prédio — o estilo musical era um dos preferidos da família.

Outro prédio concebido por Gaudí foi a Casa Milà, mais conhecida como “La Pedrera”, já que, quando foi construída, no início do século passado, os moradores consideraram a obra de mau gosto, apelidando aquilo como um grande pedaço de pedra. E hoje o que mais impressiona é justamente a fachada do edifício, com suas ondulações. Em seu interior, o formato intriga arquitetos, já que não há linhas retas. Há quem diga que a inspiração foram as dunas de areia, as cavernas e até mesmo uma rocha modificada pelas ondas do mar.

A visita ao interior, que abrigava um prédio residencial, também revela que não há um só cômodo igual: cada ambiente tem um formato específico, com mobília típica do início do século passado. O ideal é começar a visita, que custa € 27, pelo terraço do prédio, onde é possível admirar as chaminés disfarçadas em esculturas inspiradas em guerreiros. Somente em 2015, foi quase um milhão de visitas.

Outra imagem célebre do artista, estampada a exaustão em cartões-postais, é a Casa Batlló, a dois quarteirões de distância da Casa Milà. E novamente o que impressiona é a fachada, inspirada na lenda de São Jorge, com representações da escama do dragão na parte superior do edifício e dos ossos das vítimas nos andares mais baixos. Para entrar na casa é preciso pagar € 22,5.

Dos romanos a Joan Miró e Pablo Picasso

Barcelona também é e pode ser considerada casa de outros grandes nomes da arte mundial. Não deixe de conferir o museu dedicado ao catalão Joan Miró (1893-1983). Situado no Park Montjuïc, o espaço foi concebido pelo próprio artista. Na casa, toda branca e de arquitetura moderna, encontram-se as mais diversas obras, como pinturas, desenhos, esculturas e até tapeçaria e obras sobre papel. E o melhor: é possível fotografar as peças.

No mesmo local funciona a Fundação Joan Miró, que mantém também biblioteca para quem quer separar algumas horas à leitura. É um dos espaços mais interessantes da cidade. O visitante pode apreciar algumas das obras mais clássicas do artista, como as da fase surrealista e as baseadas na Guerra Civil Espanhola. Destaque para “Vila e igreja de Mont-roig”, “Autorretrato”, “Cabeça”, e “O dourado do azul”, entre as mais de 40 obras em exposição permanente.

Parte das 22 salas mesclam esculturas, tapetes e pinturas, conferindo panorama completo da obra de Miró, com seus traços inconfundíveis. O curioso é que algumas de suas obras foram estrategicamente colocadas para servir de decoração do museu, como no terraço, com vista panorâmica para Barcelona. Até na lanchonete há reproduções de seus quadros, ideal para abrir o apetite de quem é fã do artista espanhol. A visita custa € 12.

Outro ponto alto da cidade é o museu de Pablo Picasso, no Bairro Gótico. Porém, o visitante deve ter em mente que não verá as principais obras do espanhol, já que o espaço é dedicado aos anos de formação de Picasso (1881-1973). Por isso, as gravuras (feitas a lápis preto) são a maioria entre as 4.251 obras que fazem parte da coleção permanente e ocupam boa parte das galerias.

Mas, claro, é possível ainda se deliciar com algumas pinturas famosas, como “Homem sentado” e “Os pombos”. O museu também reúne as 57 pinturas da série “As meninas”. Curioso também é observar as 42 peças em cerâmica feitas pelo artista.

O Museu Picasso, sempre lotado, ocupa cinco palácios, que foram construídos entre os séculos XIII e XV ao longo da Rua Montcada, o que dá um ar especial à visita. São ao todo 23 salas. A entrada custa € 11. Neste caso, fazer fotos não é permitido.

UMA CIDADE NO SUBSOLO

Não deixe ainda de conferir os vestígios que os romanos deixaram em Barcelona — eles chegaram por lá em 200 a.C. Para isso, o ideal é visitar o Museu de História de Barcelona (MUHBA), na Plaça del Rei. Curiosamente, ele fica abaixo do atual nível do solo. Lá é possível caminhar, em passagens de vidro, pela antiga cidade romana. Os resquícios mostram as ruelas, as casas, o local onde era feito o vinho e até parte do comércio local da época.

Andar pelo museu é participar de parte da história, já que, com a descoberta dos vestígios, a cidade de Barcelona decidiu construir o museu de forma a protegê-los. O ambiente tira o turista da movimentação cosmopolita do Bairro Gótico por algumas horas. Pelas ruelas, é possível ainda perceber resquícios — como objetos encontrados nas escavações — da primeira comunidade cristã. A entrada do MUHBA custa € 7.

Cheiro de castanha e doces de marzipã

POR EDUARDO MAIA 

Quando as folhas começam a cair, os moradores de Barcelona já sabem: está aberta a temporada das castanhas. De outubro até fevereiro, as esquinas das ruas mais movimentadas da cidade são tomadas por vendedores de castanhas, torradas na hora, servidas em saquinhos de papel. O lanche aquece o corpo e espalha um “perfume de outono” no ar. As castanhas têm lugar tão importante na cultura da Catalunha que inspiram uma das festas mais típicas da região, La Castañada (ou Castanyada, em catalão).

Nesse evento, as famílias se reúnem em ceias na noite de 31 de outubro, entrando na madrugada de 1º de novembro, bebendo vinho moscatel e comendo castanhas, batatas doces assadas e panellets, doces feitos à base de marzipã, amêndoas e pinhão, um clássico catalão, que só é servido no outono. A Castañada teria começado como uma forma de manter as pessoas acordadas para as cerimônias do Dia de Todos os Santos. Hoje, servem de aquecimento para as festas de Halloween, bem populares em Barcelona.

POR BRUNO ROSA




Fonte: @edisonmariotti #edisonmariotti


http://oglobo.globo.com/boa-viagem/obras-de-miro-gaudi-museus-como-do-design-traduzem-barcelona-20154308#ixzz4L6gtqUEf


Cultura e conhecimento são ingredientes essenciais para a sociedade.

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