Museus criativos
A Primavera de Museus, que em setembro vai mobilizar as instituições
museológicas de todo o país, tem por tema a criatividade.
Pelo oitavo ano consecutivo, renova-se o evento, que cumpre, no segundo
semestre, o papel desempenhado em maio pela Semana Nacional de Museus.
Ao propor o conceito de“museu criativo”, o Instituto Brasileiro de Museus
elege-o como o principal estímulo à manutenção e ao desenvolvimento de cada museu, na exploração de sua capacidade de inovar-se, modernizar a gestão, diversificar iniciativas, ampliar a presença no território em que se acha inserido e atrair público.
O que seria, na realidade, um museu criativo? Será aquele que investe na sensibilidade e na inteligência de suas equipes, busca incorporar colaborações diferenciadas e experimenta possibilidades inéditas de sustentabilidade e expansão, aprimorando a missão cultural e sua filosofia social. Certamente, é o museu que se instrumentaliza paravencer obstáculos e ultrapassar limites, agindo de modo inventivo e instigante, na perspectiva do amanhã.
Problemas e desafios se acumulam ao redor dos museus, e é preciso que, de maneira criativa e dinâmica, cada qual encontre um caminho seguro para avançar sempre positivamente. Os museus deram um enorme salto, desde o fim do século XX, no sentido da superação da obsolescência que havia dominado a grande maioria deles.
Tornaram-se protagonistas da cena cultural e interferem hoje na vida social e econômica. Referenciam uma nova atitude e um novo olhar no espaço da contemporaneidade.
Mas, para evoluir ainda mais e sobreviver às pressões econômicas que o ameaçam, o museu deve exercer a criatividade como estratégia fundamental.
Exemplo de museu criativo é enfatizado pelo Lasar Segall, em São Paulo (SP), quando recebe um prêmio internacional pela experiência de trabalhar com bebês, envolvendo crianças e pais numa nova relação com as obras de arte.
O Museu da Maré, no aglomerado carioca desse nome, chama a atenção internacional pela criatividade que o sustenta como uma das mais notáveis respostas criativas ao desejo de memória de uma comunidade.
Em outro extremo, o Centro Inhotim, em Brumadinho (MG), se impõe como realização singular no quadro mundial, repleta de inovações e criatividade.
De uma iniciativa de pequeno porte, originada da vontade de preservação cultural de cidadãos anônimos ou de coletividades, como os Pontos de Memória, até ousadas propostas de grandes instituições, como o Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo (SP), o vigor criativo dos projetos garante a alta qualidade e os resultados admiráveis que se registram.
À procura de novos “museus criativos”, a Primavera é um acontecimento relevante para o intercâmbio de experiências e conhecimentos. Prenunciam resultados a serem partilhados pelo campo brasileiro, na certeza de que o museu deve reinventar-se, permanentemente, a fim de cumprir seus objetivos na vida dos cidadãos, da sociedade e do país.
fonte @edisonmariotti #edisonmariotti IBRAM
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