Sete telas de Maria Pardos foram encaminhadas para ateliê especializado. Pintora viveu com Alfredo Ferreira Lage e é cofundadora do Museu.
"Auto retrato" é uma das obras de Maria Pardos em
restauração (Foto: Museu Mariano Procópio/ Arquivo)
restauração (Foto: Museu Mariano Procópio/ Arquivo)
Em mais um capítulo do longo trabalho em andamento no Museu Mariano Procópio, as pinturas “Auto Retrato”, “Serenidade”, “Desolada”, “Pillar”, “São Pedro” e outras duas sem título, de Maria Pardos, já estão em São Paulo, onde serão restauradas. A pintora de origem espanhola viveu no Brasil entre os séculos 19 e 20, teve um relacionamento com Alfredo Ferreira Lage e exerceu grande influência para a criação da instituição, sendo considerada co-fundadora do Museu em Juiz de Fora.
A iniciativa teve aprovação unânime do Conselho de Amigos do Museu e está orçada em R$ 19 mil. Os recursos são provenientes de uma emenda parlamentar ao orçamento de 2014, de acordo com publicação do Atos do Governo. Para a viagem, foram seguidas as normas técnicas para embalagem e acondicionamento, realizadas pelos técnicos do Museu. O transporte foi realizado pela Prefeitura de Juiz de Fora, que também se responsabilizou pelo seguro no valor de R$ 2.147 e, por meio do Museu, que arcou ainda com as despesas referentes a embalagem, transporte e courrier.
O trabalho começou a contar a partir deste mês, com duração prevista de 90 dias. O serviço é responsabilidade de Raul Carvalho, do Atelier Raul Carvalho Restauração de Obras de Artes, em São Paulo. Um das mais conceituados e experientes profissionais do setor, entre outros trabalhos, ele e a equipe foram responsáveis pelo acompanhamento das obras que participaram da exposição "Impressionismo: Paris e a modernidade”, que gerou filas no Rio de Janeiro e em São Paulo em 2012.
Co-fundadora do Museu
De origem espanhola e ano de nascimento desconhecido, Maria Pardos chegou ao Brasil em 1890. Ela era bailarina da Companhia Italiana de Óperas Cômicas e Operetas e morou na cidade do Rio de Janeiro, onde estudou desenho e pintura com Rodolpho Amoedo e apresentou suas obras nas Exposições Gerais de Belas-Artes. No mesmo período, as pinturas foram mostradas em exposição na Galeria Jorge e em outros salões. O romance com Alfredo Ferreira Lage durou 37 anos, embora nunca oficializado. Ela morreu no Rio de Janeiro em 1928. “Ela é importante sobretudo para a compreensão e reflexão da produção da arte brasileira entre os séculos 19 e 20“, reforçou Douglas Fasolato.
"Conciliadora" está na mostra da Pinacoteca em SP
(Foto: Pinacoteca São Paulo/ Divulgação)
Neste ano, outras quatro obras de Maria Pardos foram restauradas porque estão incluídas na exposição “Coleções em diálogo”, que reúne obras do acervo do Mariano Procópio em salas da Pinacoteca de São Paulo.
Quadros como “Conciliadora” estão na ala que fala da representação do feminino, com obras realizadas por artistas mulheres ou que evidenciam a representação da mulher artista. Antes, segundo o Museu, uma obra da pintora já tinha sido restaurada para participar da mostra “Doce França” em 2010.
Nesta etapa, o trabalho engloba seis telas em óleo sobre tela e uma em óleo sobre papelão. Todas são parte do acervo de 500 pinturas de cavalete do Museu. “Todas estavam necessitando desta intervenção. A Maria Pardos viveu com o Alfredo Ferreira Lage e teve um papel importante na formação da coleção e do Museu. Por isso é importante, ela é a co-fundadora”, explicou o diretor-superintendente, Douglas Fasolato.
Esta restauração é uma etapa de um longo trabalho em andamento no Museu. “Primeiro foi feito um inventário e a catalogação das pinturas de cavalete. Depois, realizamos um serviço de conservação e diagnóstico dessas pinturas. Em função disso, estamos conservando e restaurando obras de acordo com o diagnóstico técnico”, explicou o diretor-superintendente.
Detalhe de foto feita em 2011 para o arquivo do Museu da tela "Serenidade" de Maria Pardos (Foto: Cássio André / Divulgação)
De acordo com informações da chefe do Departamento de Acervo Técnico da Fundação Museu Mariano Procópio, Maria Salete Ferreira Figueira, as obras passarão por um processo de higienização e restauração. Primeiro, serão realizadas a limpeza superficial, remoção do verniz oxidado e a fixação dos pigmentos policromáticos à tela para evitar perdas. Em seguida, será feita a reintegração cromática, recriando as lacunas da pintura. O processo também inclui o tratamento do suporte e aplicação de verniz.
fonte: @edisonmariotti #edisonmariotti http://g1.globo.com/mg/zona-da-mata/noticia/2014/12/obras-do-museu-mariano-procopio-sao-restauradas-em-sao-paulo.html
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