Papa reza na Mesquita Azul e visita museu que já foi igreja

Depois de visitar Santa Sofia, o Papa foi também à Mesquita Azul. A partir desta tarde a sua visita assume contornos mais ecuménicos, com o encontro com o Patriarca de Constantinopla.
29-11-2014 10:05 por Filipe d’Avillez e Aura Miguel, em Istambul

O Papa Francisco já se encontra em Istambul, onde esta manhã visitou dois dos maiores símbolos religiosos daquela cidade.

Depois de aterrar, Francisco foi conduzido até à mais importante mesquita da cidade, conhecida como a Mesquita Azul, que já tinha sido visitada por Bento XVI aquando da última viagem de um Papa à Turquia.

Lá foi guiado pelo grão-mufti de Istambul que lhe fez uma explicação sobre o espaço, e houve um pequeno momento de silêncio para reflexão.

A seguir Francisco visitou o Museu de Santa Sofia que já foi, em tempos, o maior local de culto da cristandade.

No século XV, contudo, depois de a queda da então capital do Império Romano do Oriente às mãos dos invasores otomanos, Santa Sofia foi convertida em mesquita.

Já no século XX o pai da república turca, Kemal Ataturk, transformou a mesquita em museu, e é assim que permanece actualmente.

A parte final da visita do Papa decorreu ao som do muezzin, a chamada de oração islâmica, perfeitamente audível dentro da basílica e na transmissão televisiva da visita. Foi ao som deste chamamento que Francisco assinou o livro de visitas e procedeu à troca de lembranças com os membros da equipa do museu que o guiaram.

Centenas de pessoas marcaram presença nas ruas. A cidade tem uma pequena comunidade cristã, entre ortodoxos e católicos, mas muitos muçulmanos e curiosos também quiseram ver o Papa. As medidas de segurança têm sido particularmente apertadas nesta visita.

A Turquia é um dos mais importantes países do mundo islâmico, o que dota esta viagem de Francisco de um simbolismo inter-religioso muito importante. A importância do diálogo entre as religiões e a recusa do fanatismo ou extremismo têm sido um tema central nos discursos do Papa desde que chegou ao país, na sexta-feira.

A partir desta tarde, porém, o programa de Francisco assume contornos mais ecuménicos. O Papa será recebido por Bartolomeu I, o Patriarca de Constantinopla e “primus inter pares” dos patriarcas ortodoxos.

Os dois têm formado uma forte amizade, como ficou visível na visita que ambos fizeram à Terra Santa este ano, onde reafirmaram o seu compromisso de trabalhar pela unidade dos cristãos. Quando Francisco foi eleito, Bartolomeu esteve presente na sua missa inaugural e os dois saudaram-se de forma calorosa.

A visita do Papa Francisco à Turquia termina no domingo, com o regresso a Roma marcado para as 15h00.

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