À primeira vista, os visitantes do Museu do Prado podem achar que a valiosa colecção foi restaurada recentemente: as obras parecem ter recuperado todo o seu esplendor, livres de impurezas e substâncias oxidadas. Porém, é uma ilusão de óptica provocada pela substituição das lâmpadas halógenas por lâmpadas led. O ambicioso projecto Iluminando o Prado, implementado porque a União Europeia proíbe o fabrico das lâmpadas halógenas a partir de 2016, é financiado pela Fundação Iberdrola e tem um custo estimado entre os 800 mil e o milhão de euros.
As 15 salas do museu dedicadas ao século XIX e uma parte da obra de Goya já estão iluminadas por led, tal como a sala onde se exibe a exposição temporária do pintor flamenco Rogier Van der Weyden.
Deste modo, as Pinturas negras de Goya, uma das jóias da coroa do Museu do Prado, já não parecem tão negras: a nova tecnologia permite que se aprecie com muito mais claridade e nitidez o colorido e dos detalhes das pinceladas do artista aragonês. "Sempre tiveram cor e claridade porque, acima de tudo, Goya era um autêntico mestre da luz. As suas pinturas receberam esse nome na Espanha negra de Gutiérrez Solana, no final do século XIX, em 1898, altura em que se começou a valorizar o negro, e assim ficou. Mas é um erro", explicou Manuela Mena, curadora principal da secção de Pintura do século XVIII e de Goya, na apresentação do projecto.
Espera-se que em 2017 já tenham sido mudadas as 2500 lâmpadas do Prado. As meninas, de Velásquez, será a última obra a ser banhada por uma nova luz.
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